sexta-feira, 31 de julho de 2015
sexta-feira, 24 de julho de 2015
sexta-feira, 17 de julho de 2015
sábado, 11 de julho de 2015
Direto ao Ponto: Não Encontro
Direto
ao Ponto
Rodrigo
Rosas Campos
Não
Encontro
Um
casal na bilheteria do teatro não consegue ingresso, só havia um
disponível. Ou há um número ímpar de lugares ou alguém assistirá
sem companhia.
Um
homem só chega e compra o último ingresso. O casal vai embora,
talvez tentará amanhã.
O
homem que comprou o último ingresso entra e assiste a peça sentado
entre dois casais.
Quando
o espetáculo acaba, o homem que comprou o último ingresso volta
para casa. O número de cadeiras era par, mas os solitários não se
encontraram.
©
Rodrigo Rosas Campos, 2015.
Direto ao Ponto: Fila de Supermercado
Direto
ao Ponto
Rodrigo
Rosas Campos
Fila
de Supermercado
Numa
fila de supermercado, um garoto com somente uma bisnaga de ketchup
entra na fila atrás de um senhor grisalho.
O
senhor está com um carrinho abarrotado. O garoto percebe que
esqueceu o relógio e pergunta as horas ao senhor. O senhor responde
as horas e, aproveitando a quebra do gelo, desabafa:
-
Hoje, é sábado, quinta-feira foi feriado, meu chefe não me liberou
ontem, tive que trabalhar, minha mulher e filhas partiram para Búzios
na quarta, e eu tive que ficar aqui. Foi para isso que me casei:
trabalhar feito escravo, fazer supermercado enquanto elas estão lá
se divertindo sem mim e as minhas custas desde quarta.
Chega
a vez do senhor, ele passa as compras, paga, vai embora com resmungos
esporádicos.
Quando
o garoto termina de pagar o ketchup, o senhor já está longe, pois
apertou o passo mal-humorado.
Alguém
que, sem querer, ouviu e viu toda a cena pensa: “Certas pessoas
nasceram para solidão, por quê se casam? O que este homem esperava
de um casamento além de idas a supermercados?”.
©
Rodrigo Rosas Campos, 2015.
A Abóbora da Cinderela
A Abóbora da Cinderela
Um Conto de Rodrigo
Rosas Campos
Garçons
em mesas de bar sempre conhecem mais do que vivem. Se o bar for a
beira mar então, nem se fala. As pessoas não reparam esses seres,
visíveis apenas no anotar dos pedidos e no entregar dos pratos e
bebidas.
Num
dia especialmente lindo de verão, duas amigas voltam da praia e
sentam-se nesse bar, um entre tantos, pedem suas cervejas com as
guarnições. Enquanto esperam, engrenam uma conversa.
-
Foi bom nos encontrarmos hoje, né?
-
Desde o colégio não nos vemos.
-
Mas você foi no meu casamento.
-
Nem me fala, querida, até hoje não casei. Sou executiva, bem
sucedida, e os homens não se aproximam de mim. Meu relacionamento
maior foi com um cara que namorei por cinco anos e quando tentamos
morar juntos não durou nem um mês.
-
Deixe de besteira, todo dia eu penso em me divorciar, tenho inveja de
você.
-
Inveja de mim?! Eu que queria o que você tem.
-
O que eu tenho, querida? Chego a casa cansada do trabalho e ainda
tenho que cuidar da casa, meus filhos cismam em se machucar ou ficar
doentes sempre que estou prestes a ser promovida. Meu marido é um
acomodado que perdeu a chance de irmos morar nos Estados Unidos. Você
já morou lá fora, eu quando muito vou uma vez ao ano e, hoje, tenho
que levar fedelhos a tira colo.
-
Que absurdo! Você desdenhando da sua vida. Eu, te invejei na tua
festa de casamento.
-
É, mas mentiram para nós, o conto de fadas é ao contrário. Quando
você é filha, você é princesa, você casa, vira borralheira. Você
troca a carruagem pela abóbora da Cinderela. E é com a abóbora que
você fica para o resto da vida, não com a carruagem.
-
Eu gosto de abóbora.
-
Mas a abóbora apodrece. Você aí, sem filhos, empregão. Eu,
prestes a me separar daquele traste sabendo que, mesmo quando isso
acontecer, tenho meus filhos que, querendo ou não, limitam minhas
chances de crescimento na empresa.
-
Quer mesmo saber, quisera eu que o Roberval, o carinha com quem
fiquei cinco anos, gostasse tanto de crianças quanto o Juliano, teu
marido.
-
Pois, se você quiser pode pegar aquele traste pra você, de boa
mesmo!- fala a mulher com amargura e desilusão reais, e continua -
Você tem empregada. O que eu e ele ganhamos mal dá para a diarista
uma vez na semana.
-
É só isso mesmo? Você está com um rancor, ele por acaso te traiu?
-
Quem trai aquela besta sou eu. Pena que meu chefe não me dá bola,
tenho que me contentar o Tavares mesmo, que também é casado. Tô te
falando, mentiram para nós, o conto de fadas é ao contrário.
Quando fui filha, fui princesa, casei, virei borralheira. Tudo o que
me sobrou foi a abóbora da Cinderela, pode até ter sido gostosa no
início, mas hoje tá podre.
Nesse
momento, o garçom traz as cervejas e os salgados pedidos. A conversa
das duas se perde em assuntos amenos e o velho garçom que já ouvira
de tudo não consegue evitar o pensamento: “Todos querem sempre o
que deixaram de ter.”. A vida é uma eterna fábrica de clichês.
sexta-feira, 10 de julho de 2015
quarta-feira, 8 de julho de 2015
Em Busca de Editora
Fãs
do Juvenal, o Velho Hippie, e das minhas outras tiras. Estou querendo
achar uma editora que queira publicar esse trabalho. Se algum editor
estiver interessado ou se alguém souber de editoras que possam se
interessar, favor deixar o contato nos comentários.
Obrigado
pela ajuda,
Rodrigo
Rosas Campos
domingo, 5 de julho de 2015
Direto ao Ponto: Pesadelo
Direto
ao Ponto
Rodrigo
Rosas Campos
Pesadelo
Acordou
de um pesadelo.
Nele
não havia monstros: vampiros, lobisomens, fantasmas, trevas,
alienígenas, sombras ou seres rastejantes. Era só uma briga em
família.
Só
uma briga em família como tantas. Incompreensão de uma pai para com
um filho, como tantas incompreensões pontuais de pais e filhos.
Ele
acordou desse pesadelo.
“Ser
aceito como se é pelos que estão ao nosso redor. Sem máscaras ou
subterfúgios. É só isso que todos nós queremos.”
Esse
pensamento veio-lhe logo que acordou. Levantou-se.
©
Rodrigo Rosas Campos, 2015.
sexta-feira, 3 de julho de 2015
quinta-feira, 2 de julho de 2015
No Final
Poema inédito de Rodrigo Rosas Campos.
No
Final
Houve
um tempo
Em
que eu acreditava
Que
meus ídolos seriam eternos.
Houve
um tempo
Em
que eu acreditava que tudo daria certo.
Então
não venha agora
Me
dizer
Que
tudo dará certo
No
final,
Pois
o fim da maioria é incerto.
O
fim da maioria é incerto.
Houve
um tempo
Em
que eu acreditei
Que
mesmo na hora mais incerta
Tudo
iria dar certo.
Então
não venha agora me dizer
Que
tudo dará certo no final,
Até
porquê, a vida não tem final.
Houve
uma morte antes de cada nascimento,
E,
antes da morte, muita vida nascerá.
A
vida não tem final
E
cada fim é incerto.
E
cada fim é incerto.
O
certo é só o predomínio do incerto.
Rodrigo
Rosas Campos
Dedicado
aos meus traidores, passados, presentes e futuros.
©
Rodrigo Rosas Campos, 2015.
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