quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Bom, Próspero 2017

Bom pessoal, obrigado a todos que vieram até aqui. As tiras só voltam em fevereiro, mas deve ter algo saindo em janeiro ainda, se tudo der certo.
Obrigado novamente, beijos, abraços, boas entradas e um próspero 2017!
Rodrigo Rosas Campos.

sábado, 10 de dezembro de 2016

Dose Dupla de Resenhas: Tom Strong volumes 2 e 3


O Multiverso de Alan Moore: Tom Strong vol. 2 sai Pela Panini

Alan Moore, personagens próprios, histórias completas, multiverso e os personagens esquecidos da Nedor Comics garantem a liberdade criativa para boas histórias de super-heróis para todos os públicos. E esses ingredientes funcionam perfeitamente no segundo volume de Tom Strong pela Panini.

Na série Tom Strong, Alan Moore faz uma homenagem aos heróis pulp. As histórias são fechadas, não há a necessidade de leituras prévias, mas, se o leitor quiser, saiba que, o primeiro encadernado também já foi lançado pela Panini. Lembrando que as referências existem, mas não estão lá para confundir ou espantar novos leitores, e sim para alegrar os mais antigos. Referência bem-feita não é pré-requisito para a compreensão do contexto, só os melhores escritores - de livros ou quadrinhos - sabem fazer referências bem, principalmente com o uso de bons diálogos. Alan Moore escreve quadrinhos e livros, e é o melhor no que faz.



Para se ter uma ideia do que quero dizer, este encadernado reúne 7 edições originais, os números 8 ao 14, de Tom Strong, somente uma história foi dividida em duas edições originais.

Usando o multiverso no contexto de Tom Strong, Moore mostra como um mesmo personagem pode funcionar para públicos de diferentes idades, gostos e expectativas. Como a edição se trata de um encadernado, a classificação etária sobe para 18 anos. Se a Panini resolvesse publicar o material no formato americano original mensal, muitas destas histórias poderiam ser lidas por crianças. A maior parte dessa série foi pensada para crianças, inclusive. Isso fica bem explícito pelos fãs de Tom. Fica a dica.

Tom Strong se passa num mundo alternativo aonde o surgimento desse super-herói modifica positivamente a realidade, origem contada no primeiro encadernado.

Este novo volume se incia com uma edição original (a 8) com duas histórias completas, isso mesmo, duas histórias completas em 24 páginas. Nestas, dois povos perdidos são apresentados ao público. Tradição resgatada dos pulps e da ficção científica.

Vejamos algumas outras tramas do encadernado:

Outra história mostra mais um pouco do passado da família Strong e uma aventura solo de Tesla. São, na verdade, 3 histórias. Na trama que aparece na capa da revista original vemos Tom Strong diante de um alienígena que está preso na Terra.

Outro dos capítulos do volume também traz, na verdade, três histórias curtas. É aqui que o multiverso de Tom Strong começa a ser apresentado melhor para os leitores, já havia menções ao multiverso nas edições do primeiro encadernado. Mas é neste novo volume que o conceito ganha importância a ponto de várias versões alternativas de um único vilão se reunirem para destruir o herói.

A Terra Obscura é mostrada para o leitor. Nesta parte, Moore resgata os super-heróis da Nedor que caíram em domínio público nos EUA. Neste momento, meus dedos coçam, e eu resisto. Não escreverei mais nada sobre as tramas deste encadernado, quero que os leitores tenham as mesmas surpresas que eu tive.

A série Tom Strong foi publicada originalmente nos EUA a partir de 1999, pela America's Best Comics, e, desde 2013, está no selo Vertigo da DC, para a tristeza de Moore, vide a podosfera de quadrinhos.

Anteriormente, este encadernado e o primeiro foram publicados, no Brasil, pela Devir, que, infelizmente, não passou do segundo volume. Esperemos sucesso a iniciativa da Panini, que eles completem a série Tom Strong e tragam também as histórias específicas da Terra Obscura bem como os demais derivados, spin-offs, da série, que incluem mais aventuras solos de Tesla Strong.

O preço é barato para um encadernado, R$27,90. Mas, se não está fácil para ninguém, faça a opção inteligente de parar com as mensais e guarde suas economias para o que realmente vale a pena guardar: encadernados ou histórias fechadas de autores e desenhistas que, independentemente dos personagens usados, fazem valer seu dinheiro em boas histórias.

Os muitos artistas convidados por Moore e Sprouse (o artista original e cocriador de Strong) são um deleite para novos e velhos leitores. Paul Chadwich é o mais conhecido por aqui pela série Concreto.

Este segundo encadernado traz os extras de praxe, capas originais e esboços dos artistas, mas peca em não trazer um texto em prosa.

E para os que caíram aqui de paraquedas, Alan Moore é o autor de Watchmen, V de Vingança, Do Inferno, A Voz do Fogo, Liga Extraordinária, Lost Girls etc.

Boas leituras!

Rodrigo Rosas Campos

Tags: quadrinhos, super-heróis, heróis pulp, multiverso, Alan Moore.

Tom Strong vol. 3 sai Pela Panini

Alan Moore, personagens próprios e histórias completas garantem, mais uma vez, a liberdade criativa para boas histórias de super-heróis para todos os públicos. E esses ingredientes funcionam perfeitamente no terceiro volume de Tom Strong pela Panini.

Na série Tom Strong, Alan Moore faz uma homenagem aos heróis pulp. As histórias são fechadas. Mesmo neste terceiro volume que traz de volta personagens apresentados no anterior, a leitura do que veio antes não é obrigatória. Acredite, experimente e comece pelo volume três. Você entenderá absolutamente tudo e, se gostar, leia os anteriores. Moore é mestre em contextualizar o leitor com bons diálogos e isso é cada vez mais raro.

De todos os encadernados de Tom Strong pela Panini, este é o menor, com apenas cinco edições originais. A invasão do título é a maior história da série foi originalmente publicada em 3 edições.

Moore, novamente, mostra como um mesmo personagem pode funcionar para públicos de diferentes idades, gostos e expectativas. Como a edição se trata de um encadernado, a classificação etária sobe para 18 anos.

Tom Strong se passa num mundo alternativo aonde o surgimento desse super-herói modifica positivamente a realidade, origem contada no primeiro encadernado.

Bem verdade que essa Invasão já havia sido publicada no Brasil em editoras que não mais existem, depois que a Devir parou de publicar o material. Só nos resta torcer para o sucesso da iniciativa da Panini, que eles completem a série Tom Strong e tragam também as histórias específicas da Terra Obscura.

O preço é barato para um encadernado, R$23,90. Mas, se não está fácil para ninguém, faça a opção inteligente de parar com as mensais e guarde suas economias para o que realmente vale a pena guardar: encadernados ou histórias fechadas de autores e desenhistas que, independentemente dos personagens usados, fazem valer seu dinheiro em boas histórias.

Dentre os artistas convidados, o destaque maior vai para Howard Chaykin. Este segundo encadernado traz os extras de praxe, capas originais e esboços dos artistas, mas, novamente, peca em não trazer textos em prosa.

E para os que caíram aqui de paraquedas, Alan Moore é o autor de Watchmen, V de Vingança, Do Inferno, A Voz do Fogo, Liga Extraordinária, Lost Girls etc.

Boas leituras!

Rodrigo Rosas Campos

Tags: quadrinhos, super-heróis, heróis pulp, invasão alienígena, Alan Moore.


sexta-feira, 25 de novembro de 2016

Agradecimentos de 2016

Agradecimentos de 2016

Gostaria de agradecer a todos, meus amigos, leitores e grupos, pelo apoio, audiência, elogios, sugestões e críticas deste ano que ora termina. Obrigado a todos e um próspero 2017.

Rodrigo Rosas Campos

Rio de Janeiro, 24/11/2016.

Feliz Natal e Próspero 2017!



quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Ressaca do Hallowen 3

Estou antecipando o post de 26/11/2017 com uma tira que foi apresentada em primeira mão no blog Literkaos (https://literakaos.wordpress.com/) na tag Ressaca do Hallowen (https://literakaos.wordpress.com/2016/11/11/tag13ressaca-do-halloween/).

sábado, 19 de novembro de 2016

Garimpando em Gibiterias: Kirby Genesis: Jack Kirby Muito Além do Eixo Marvel/DC

Por Rodrigo Rosas Campos

Depois de recontarem a história do universo Marvel em Marvels e de criarem seu próprio universo em Astro City, Alex Ross e Kurt Busiek uniram forças novamente em um novo projeto: recontar as histórias dos personagens menos conhecidos de Jack Kirby, aqueles que não foram publicados nem pela Marvel, nem pela DC ou que, pasmem, ainda estavam inéditos.

Para vocês, que não estavam na Terra, Jack Kirby é, junto a Joe Simon, o criador do Capitão América. A dupla saiu da Timely, antecessora da atual Marvel, para criar outros personagens que não ganharam tanta repercussão, com destaque para o Fighting American.

Em sua primeira passagem pela DC, Kirby criou os Desafiadores do Desconhecido e a Patrulha do Destino, bem como muitos dos personagens pouco conhecidos da editora. Nos anos 1960, fez a parceria lendária com Stan Lee na criação do Quarteto Fantástico e de muitos personagens que formam a Marvel como a conhecemos hoje.

De fato, Kirby só não cocriou o Homem-Aranha, o Doutor Estranho, o Demolidor e o Homem de Ferro, embora tenha sido um dos mais emblemáticos desenhistas deste.

De volta para a DC, depois de uma briga com Stan Lee envolvendo divergências criativas acerca do Surfista Prateado (mais detalhes no Arg Cast sobre Jack Kirby: http://www.dinamo.art.br/podcast/136/), criou o Quarto Mundo: Novos Deuses, Nova Genesis e Apokolips, Pai Celestial, Darkseid e companhia.

Seus trabalhos para as duas grandes editoras, atuais DC e Marvel, eram no esquema de “work for hire”, de modo que nenhum direito autoral ficou com Kirby. Mas não eram tempos em que exclusividade era exigida.

Em todo esse tempo, foi freelance em várias editoras e projetos de animação para séries de desenhos de TV. Quem se lembra de Thundar, Ucla e Ariel? Há muita colaboração de Kirby nessa e em outras séries.

Na Pacific Comics criou títulos como Captain Victory e Silver Star. Nesses casos, ficou com os direitos autorais destas criações, que mudaram de editora ao longo do tempo até a morte do criador em 1994. Esses títulos e alguns esboços inéditos encontrados nas coisas do artista foram a base para a série Kirby Genesis.

Kirby Genesis conta uma nova história com personagens e conceitos de Jack Kirby. Nesse novo universo, um desenho de Jack Kirby foi enviado na sonda espacial Pioneer 10. Alienígenas acham a sonda e vem a Terra. Nesse momento, muita coisa escondida das pessoas normais como cidades perdidas enterradas e ilhas fantasmas que surgem e desaparecem nos oceanos vem a tona.

Uma disputa de oficiais alienígenas pela captura de criminosos que fogem para a Terra começa a afetar a vida das pessoas comuns. Nesse momento, a amiga do jovem Kirby Freeman é possuída por uma deusa mítica, a Cisne da Meia Noite, e é controlada por um ente misterioso que ajuda os criminosos alienígenas em fuga a medida em que todos os estranhos fenômenos começam a se interligar.

No esforço de recuperar sua amiga, o jovem Kirby deve descobrir o que os alienígenas que responderam ao chamado da sonda querem de nós, se todos aqueles fatos, que só vieram a tona com a chegada deles, de fato estavam escondidos da população normal ou se tudo não passa de uma alucinação coletiva provocada pelos visitantes.

Kirby Genesis foi publicada nos EUA pela editora Dynamite, mas não torçam os narizes. Ao contrário do Projeto Superpowers, em que Ross teve a pior equipe possível para cuidar da arte interna, dessa vez, eles contrataram um time de primeira linha para cuidar do interior das edições e honrar o estilo de Jack Kirby revisitado por Alex Ross.

A arte interna reúne ilustrações e direção de arte de Alex Ross, ilustrações de Jack Herbert e as cores brilhantes de Vinicius Andrade. O roteiro ficou por conta de Kurt Busiek e o argumento foi dividido entre Busiek e Ross. Fora as capas de Alex Ross e todas as capas alternativas.

Aqui no Brasil, a Mythos publicou direto em encadernado capa dura em 2014. Bom para colecionadores, péssimo para novos leitores. O preço é salgado.

Em relação aos encadernados da Dynamite há aquela carência de extras textuais, não culpem os editores nacionais. Temos páginas e páginas de desenhos de Ross e de Kirby, mas pouquíssimas informações sobre as histórias pregressas dos personagens, tanto de suas origens e motivações na ficção, quanto da caminhada editorial de seus títulos. Ponto negativo para a Dynamite. O ponto positivo para a Dynamite foi colocar a disposição de Ross artistas auxiliares que sabem o que estão fazendo.

A história de Kirby Genesis é excelente. Busiek e Ross consolidam suas famas de criadores/recriadores de universos. Com um número limitado de personagens, eles inventam uma história completa que remete ao passado sem exigir leitura prévia e colocam um ponto de partida para histórias futuras. Esperemos que as continuações, um dia, sejam publicadas aqui no Brasil.

Boas leituras.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Neuromancer: Quando a Simplicidade Sugere a Complexidade


Neuromancer: Quando a Simplicidade Sugere a Complexidade

Resenha de Rodrigo Rosas Campos

“Wintermute era um cubo simples de luz branca, cuja própria simplicidade sugeria extrema complexidade.” (Gibson, 1984, p.144).

A melhor frase para definir Neuromancer é: nada é mais revolucionário do que o básico bem executado. E o leitor há de convir que livros que não cumprem o básico, são chatos. E há campeões de abandono mesmo entre livros consagrados. Obviamente, não é o caso de Neuromancer. Mas sei que dizer isso não é suficiente, então vamos lá.

Neuromancer foi escrito por William Gibson e publicado originalmente nos Estados Unidos em 1984.

Agindo contra minha tendência, comecei a ler o livro pelas orelhas e contracapa. A edição que li, da Aleph de 2016, tem uma nota ao leitor dos editores e um prefácio do próprio William Gibson, que se declara bem modesto.

“O leitor de hoje deve ter em mente que escrevi Neuromancer absolutamente sem a menor expectativa de que ele continuaria sendo publicado vinte anos depois.” (Gibson, p. 15, em prefácio de 2014).

Na primeira orelha do volume da Aleph, o crítico Cory Doctorow declara: “Neuromancer não previu o futuro. Neuromancer criou o futuro.”

Eu sei, eu sei. Neuromancer não é revolucionário só por ser o básico bem executado, mas era só essa a intenção de Gibson, como pudemos ver na citação acima do prefácio dele de 2014.

Comecei a ler o livro, propriamente dito, e o que vi foi um romance meio policial, meio espionagem com um pano de fundo futurista. Estava achando as críticas exageradas e concordando com a modéstia do autor até a página 77. William Gibson sabia do que estava falando. Em pleno 1984, ele já previu todo o potencial da grande rede mundial de computadores, ainda não explorado em sua plenitude, bem como todas as possibilidades de interface homem-máquina via direta, neurônios com circuitos.

A história do livro é a de Case, um cracker, cowboy do ciberespaço, como o livro nomeia. Ele rouba seus empregadores, é capturado por eles e nele é aplicada uma toxina que o impede de se plugar de novo na matrix, rede. Acontece que, “se plugar na matrix” é mais do que navegar na internet e muito mais do que usar um simples óculos de VR; é projetar a própria consciência, convertida em dígitos binários, no ciberespaço. Estar literalmente dentro dos computadores e dos cabos da rede como se fôssemos programas sencientes rodando nas máquinas.

Case parte para uma periferia no Japão, em busca da reversão do efeito da toxina em alguma clínica clandestina, seu objetivo é poder voltar a se plugar na matrix. Mas todas as clínicas negras, como são chamadas, alegam que reverter o efeito da toxina é impossível. Ele se vê obrigado a viver como um pequeno contrabandista. Rebaixado em suas capacidades e status social.

A sorte de Case começa a mudar quando ele conhece Molly, que o leva ao misterioso Armitage. Este é, aparentemente, um oficial do governo. Ele devolve a Case a capacidade de se plugar, pois tem acesso a uma tecnologia de ponta ainda desconhecida da maioria. O Finlandês, outro personagem de passado obscuro se junta aos dois. Note que as aparências são constantemente embaralhadas nesta história.

Tudo fica mais estranho quando o grupo viaja para para o espaço. Na estação espacial particular da empresa familiar T.A. Case terá que, dentro da matrix, invadir e destruir os códigos de segurança da Inteligência Artificial Wintermute, para que esta se torne plenamente consciente e livre. Como trava de segurança, eles precisam estar na estação para falar, isso mesmo, falar o código que liberta Wintermute em um terminal numa sala secreta do lugar. Um comando que não pode ser dado de dentro da matrix.

Quem está por trás de Armitage? Quem tem interesse de tornar uma IA consciente e livre? Quem lucraria com a destruição da T.A.?

Como disse, tudo parece ser um livro de espionagem com pano de fundo de ficção científica. Mas, em todos os aspectos, é um livro bem escrito; é ficção científica, distopia, cyberpunk e espionagem, tudo num mesmo pacote.

Tem pontos mortos? Tem, mas nada comprometedor. No meu caso, só não me fez ficar tão preso a leitura quanto gostaria.

A narração, apesar de ser na terceira pessoa, foca no Case. Todavia, sempre que a Molly aparece, ela rouba a cena. Isso me deixou um pouco frustrado, terminei o livro mas por ela do que pelo protagonista. Case é o que ele faz de melhor, fora isso, é um cara muito superficial. Todos os outros personagens são mais interessantes que o Case, mas Molly é a melhor.

Enfim, Neuromancer é uma experiência literária boa. Abusa da sinestesia, da psicodelia, da metáfora, da ação, mas coloca, no meio de tudo isso, uma questão social e filosófica acerca da natureza humana e da consciência, como toda boa ficção científica deve fazer. Tudo isso de forma simples e básica. Nada é tão avançado quanto um básico bem executado.

Boas leituras!

Rodrigo Rosas Campos

Tags: Ficção científica, distopia; ciberpunk; conspiração; Neuromancer

terça-feira, 15 de novembro de 2016

Jornada nas Estrelas: Memórias de William Shatner

Jornada nas Estrelas: Memórias de William Shatner

Jornada nas Estrelas ou Star Trek é o fenômeno pop que abriu caminho para a ficção científica no cinema e na TV. Seu pioneirismo vai além de ter sido um dos primeiros - se não o primeiro - programas de TV em cores nos EUA. A série não teve medo de abordar questões sociais, que geram polêmicas até hoje, já nos anos 1960.

“Mas o pioneirismo não foi de Perdidos no Espaço?”

Você que gosta de Perdidos no Espaço, leia o livro e descubra como essa série foi gerada. E, se tiver dignidade, revolte-se. Voltando:

Eis que um dia, William Shatner, ninguém menos que o ator que interpretou o Capitão Kirk, resolve contar em livro suas lembranças dos bastidores da série de TV original.

Jornada nas Estrelas: Memórias, já foi publicado no Brasil pela Editora Nova Fronteira, há bastante tempo, mas como falei de Cidade à Beira da Eternidade – o Roteiro Original de Harlan Elisson em quadrinhos, e tive que mencionar o livro de Shatner, nada mais justo que dedicar umas linhas ao mesmo. Acontece que, confesso, só sei os detalhes da briga de Ellison e Gene Roddenberry por ter lido o livro de Shatner.

Recapitulando e resumindo: Harlan Ellison escreveu um roteiro que não cabia no orçamento. Gene Roddenberry, produtor e criador da série, pediu que ele mudasse o roteiro. Ellison recusou-se. Junto com outros roteiristas, Roddemberry quebrou a cabeça para adequar as ideias de Ellison ao orçamento disponível. Mesmo com as mudanças, a Cidade à Beira da Eternidade é o episódio favorito de muitos fãs. Mas Ellison não aceitou as mudanças. Submeteu o roteiro original a vários concursos, ganhando vários prêmios e, com isso, consolidando a fama do roteiro original não filmado. Quer detalhes engraçados e inacreditáveis? Procure o livro de Shatner. Mas não para por aí.

Esta e muitas outras histórias, curiosidades e tretas de bastidores estão lá, reunidas em maiores detalhes. O livro é muito divertido, por sinal.

A carreira de Gene Roddenberry, criador de Star Trek. Seu sonho de criar uma série de ficção científica com elenco fixo.

Qual livro foi a maior influência para Gene Roddenberry?

Como Gene Roddenberry selecionava os roteiristas entre escritores de ficção científica da época? Epa, já respondi e dei spoiler!

Como Gene Roddenberry conheceu Isaac Asimov?

Gene Roddenberry pediu consultoria de cientistas e engenheiros de verdade? Sim.

Que fã foi crucial para que Nichelle Nichols permanecesse como a tenente Uhura quando ela estava prestes a abandonar o elenco?

Além de Isac Asimov, quem são os outros fãs ilustres de Jornada nas Estrelas?

Como pode uma única série ter tido três estreias diferentes?

Funções futuristas para objetos estranhos.

Os primeiros efeitos especiais, maquiagem e sonoplastia.

De como o improviso gerou o manual da Enterprise.

Por quê a missão original de cinco anos só durou três temporadas?

O primeiro beijo inter-racial da TV norte-americana.

O sucesso inesperado do Senhor Spock.

O dia em que um vulcano foi ao dentista.

De como o episódio piloto virou um episódio de duas partes.

A dançarina verde.

O licenciamento de Jornada nas Estrelas para todos os tipos de produtos derivados.

De onde eram os maiores fãs originais e como foi o ardor com que eles lutaram pela série?

E a emissora de TV lutando contra. Como? Leia e entenda.

O sucesso tardio mas duradouro da série.

Depoimentos de outros atores e membros da equipe de produção.

Os camisas vermelhas.

Qual era o tecido preferido do figurinista?

Um mesmo ator, vários personagens, pode? Pode, e se você não ler o livro, é capaz de nem notar.

Que micos o capitão pagou na vida real ao longo de sua carreira como Kirk?

Tudo isso com muitas, mas muitas gargalhadas que o leitor dará e fotos, muitas fotos. E eu pus todos os tópicos fora de ordem. Mas escrever isso em forma de tópicos é a única maneira de não dar spoilers.

Para fãs de Jornada nas Estrelas ou de teledramaturgia em geral é imperdível.

Boas leituras e vida longa e próspera!

Rodrigo Rosas Campos

Tags: memórias, não ficção, Star Trek/Jornada nas Estrelas, bastidores, Televisão.

Jornada nas Estrelas - Cidade à Beira da Eternidade - O Roteiro Original de Harlan Ellison

Jornada nas Estrelas - Cidade à Beira da Eternidade - O Roteiro Original de Harlan Ellison

Finalmente no Brasil, a adaptação do roteiro original de Cidade à Beira da Eternidade para os quadrinhos.

“Como assim?! Eu vi esse episódio, o roteiro filmado não era original?”

Não. Mas vamos contextualizar. Harlan Ellison escreveu um dos melhores roteiros para a série de TV original de Jornada nas Estrelas. Mas o brilhantismo do autor, que escrevia contos e livros de ficção científica na época, como todos os outros roteiristas de Jornada nas Estrelas, esbarrou em restrições orçamentárias. Nem tudo o que ele escreveu poderia ser filmado com o orçamento apertado.

Gene Roddenberry, produtor e criador da série, pediu que ele mudasse o roteiro. Ellison recusou-se. Junto com outros roteiristas, Roddemberry quebrou a cabeça para adequar as ideias de Ellison ao orçamento disponível. Mesmo com as mudanças, a Cidade à Beira da Eternidade é o episódio favorito de muitos fãs.

Mas Ellison não aceitou as mudanças. Submeteu o roteiro original a vários concursos, ganhando vários prêmios e, com isso, consolidando a fama do roteiro original não filmado. É claro que os fãs de Jornada descobriram esta e muitas outras histórias e tretas de bastidores; e muito dessas histórias é narrado em maiores detalhes no livro de William Shatner, Jornada nas Estrelas: Memórias, já publicado no Brasil pela Editora Nova Fronteira, muito divertido, por sinal.

Voltando e resumindo: Ellison brigou com os produtores na época e o roteiro seguia relativamente inédito e ganhando fama.

Nesse meio tempo, a série original só foi sucesso nas reprises nos EUA e na exibição em outros países, incluindo o Brasil. Houve o licenciamento de Jornada nas Estrelas para todos os tipos de produtos derivados, incluindo quadrinhos. Falando especificamente de quadrinhos, várias editoras publicaram material de Jornada nas Estrelas, mas, na maior parte do tempo, a marca oscilou entre as duas “grandes”; o eixo DC/Marvel.

Pois não é que ninguém do eixo, das duas “grandes”, teve a ideia de adaptar o roteiro original de Cidade à Beira da Eternidade. Quadrinhos não padecem de restrições orçamentárias e os fãs sabiam do roteiro não filmado. Falta de visão é fogo! De editora em editora, oscilando mais entre DC e Marvel, Jornada nas Estrelas finalmente entrou na órbita da IDW, uma editora independente que se especializou em licenciamentos de séries e desenhos animados de TV. E, nesse ponto, que fiquem registrados os parabéns para os editores da IDW: Chris Ryall, Justin Eisinger e Alonzo Simon!

Eis que a adaptação surge. Originalmente como minissérie em 5 edições nos EUA. A edição nacional da Mythos já é a encadernada de luxo e completa. Mas vamos a equipe criativa:

Roteiro original para a TV: Harlan Ellison
Adaptação (texto): Scott Tipton & David Tipton
Arte: J. K. Woodward
Artes das Capas: Juan Ortiz
Artes das Capas alternativas: Paul Shipper
Arte da Capa do encadernado no Brasil: Paul Shipper
Arte da Contracapa do encadernado no Brasil: Juan Ortiz
Editor original: Chris Ryall
Edição da coleção: Justin Eisinger & Alonzo Simon

Leitores contextualizados, vamos a resenha propriamente dita:

A Enterprise entra em órbita de um planeta que deixa seus cronômetros em reverso. Nesse meio tempo, um oficial que trafica drogas na nave é descoberto e foge para este planeta. Kirk, Spock e uma equipe de apoio correm para o teleporte para capturar o renegado.

Eles são deixados num deserto de areia vermelha e seguem as pegadas do fugitivo até uma estranha cidade, a cidade à beira da eternidade do título. Lá eles conhecem os guardiões do tempo e dialogam com eles sem saber que Beckwith, o fugitivo, está a espreita. Nessa conversa eles descobrem que aquele planeta está no centro do tempo, reunindo o passado, presente e o futuro de todos os planetas do universo.

Quado os guardiões abrem um portal para a Terra, nos EUA dos anos 1930, Beckwith vê ali a chance da comercializar a droga do futuro no passado, ficando rico no processo, e volta no tempo. Imediatamente, o tempo e o universo mudam. Quando a tripulação volta para a nave, descobre que ela foi tomada por piratas espaciais e que, agora, é denominada Condor. Kirk e Spock conseguem escapar, retornam ao planeta e voltam no tempo em busca de Beckwith para evitar que ele altere a história.

Mas, ironia das ironias, Beckwith teria impedido que uma mulher morresse, e com a sobrevivência dessa mulher a história da Terra e do universo foram alteradas. Kirk e Spock voltam antes da chegada de Beckwith ao passado e conhecem essa mulher, por quem Kirk se apaixona. Agora o capitão tem uma escolha, salvar o futuro ou a mulher que ele ama num mundo onde ele nem mesmo nasceu ainda.

Para fãs de Jornada nas Estrelas é imperdível.

Para os que viram esse episódio, os extras no final da edição detalham as diferenças entre os roteiros original e final. E esses extras estão no final por um bom motivo, lembrem-se disso.

Para leitores de ficção científica é uma excelente história de viagem no tempo.

Para os que gostam de quadrinhos, é uma obra da melhor qualidade. A arte é toda feita com pinturas, toda a mão. Um acabamento digno do texto não filmado de Ellison, que é brilhante.

Para os leitores casuais de quadrinhos, uma história fechada da melhor qualidade.

O ponto negativo dessa edição é o preço Mythos e a falta de opção. A editora poderia ter lançado no formato original de minissérie? Poderia. Poderia ter uma edição com capa brochura mais barata? Poderia. Mas a editora Mythos só pensa nos colecionadores, não nos leitores de verdade. Depois fica o mimimi de que o público de hoje prefere mangá a qualquer outra coisa. Claro! São os nossos editores que elitizam os comics e demais tipos de quadrinhos. O mangá é, hoje, a alternativa mais barata aos novos leitores. E eu realmente torço para que o formato digital ajude os leitores a se sentirem motivados a experimentar coisas novas.

Vale a pena pagar o preço salgado? Vale. Como já disse, e não me cansarei de repetir, pare de comprar a mesmice dos quadrinhos mensais e guarde seu rico dinheirinho para o que realmente vale!

Agora é torcer para que Jornada nas Estrelas – Cidade à Beira da Eternidade – o Roteiro Original de Harlan Ellison seja finalmente filmado ou para o cinema ou para a TV.

Boas leituras, vida longa e próspera!

Rodrigo Rosas Campos

Tags: ficção científica, Jornada nas Estrelas, viagem no tempo, adaptação, quadrinhos.



domingo, 13 de novembro de 2016

Choques Futuristas de Alan Moore: O Verdadeiro Antes de Watchmen

 

Choques Futuristas de Alan Moore: O Verdadeiro Antes de Watchmen

Alan Moore, o início brilhante de uma carreira brilhante. É isso que o leitor verá no encadernado Choques Futuristas da Mythos.

O quê? Essa informação não é suficiente para você ir correndo comprar e ler? Tudo bem, falarei um pouco mais.

Um grande autor, vários artistas, histórias curtas e completas ideais para leitores casuais de quadrinhos de ficção científica e o início da parceria que daria Watchmen ao mundo.

Choques Futuristas traz as primeiras histórias em quadrinhos escritas e publicadas de Alan Moore para a revista britânica 2000AD; antologia de quadrinhos de ficção científica e lar das séries Tharg, Nicolai Dante, Área Cinzenta, Juiz Dredd entre outras.

Ali, Moore começou sua parceria com vários artistas, incluindo Dave Gibbons, aliais, a química criativa dos dois é um dos pontos altos desta antologia.

Nesse início de carreira, todo o brilhantismo do mago já se mostrava em histórias curtas, de 2 a 5 páginas em média, onde viagens no tempo, multiverso, choques culturais com raças alienígenas e outros elementos de física quântica e de ficção científica são abordados com muito bom humor britânico.

Na 2000AD, Moore trabalhou nas séries de Tharg, Ro-Bocão e Distorções Temporais. Quer exemplos de tramas? Vamos lá:

Escaramuça é a melhor adaptação de videogame para os quadrinhos de todos os tempos, é genial, só tem duas páginas e o nome do jogo adaptado não é Escaramuça. Ficou curioso? É isso que eu queria.

Continuando...

Um viajante do futuro é mandado para pré-história para descobrir o elo perdido entre o homem de Neandertal e o homo-erectus, será que ele descobrirá?

O que faz um velho herói do espaço, antigo defensor da Terra, para recuperar a fama perdida?

A descoberta de uma raça alienígena seria bom ou ruim para uma expedição destinada a encontrar espécies alienígenas?

Seriam os deuses astronautas? Isso é o que um simpático povo nômade está prestes a descobrir.

Estes são só alguns dos enredos das histórias de Choques Futuristas.

Mas não para por aí. Temos, pela primeira vez no Brasil, a saga completa do amalucado Abelard Snazz, o gênio do cérebro duplex e, literalmente, quatro olhos. Com suas soluções mirabolantes para problemas mirabolantes e seus efeitos …, bom, melhor o leitor conferir por si só.

Parte dessas histórias já haviam sido publicadas aqui pela própria Mythos na Juiz Dredd Megazine. Este encadernado vem para republicar estas e completar o que faltava para ter todos os Choques Futuristas de Alan Moore.

Os extras trazem pequenas biografias de Moore e de cada um dos desenhistas, e duas capas da 2000AD, que foram dedicadas a duas destas histórias curtas. Isso numa revista que tem o Juiz Dredd como astro principal. Um bom autor, bons desenhistas, boas histórias roubam a cena até de personagens TMs fetiches.

O preço Mythos é salgado, eu sei, mas é como já falei; pare de comprar o lixo mensal e foque nos autores que, como Moore, fazem valer cada centavo. Embora a Mythos pudesse ajudar fazendo uma versão econômica de cada encadernado. Esse negócio de só colocar edições de luxo afasta novos leitores. Puxão de orelha na Mythos mesmo! Afinal, leitores compram e experimentam mais que colecionadores, bastando que os preços das edições caibam em seus bolsos.

Se você sabe quem é o desenhista de Watchmen, não caiu aqui de paraquedas. Mas, para os que caíram aqui de paraquedas, Alan Moore é o autor de Watchmen, V de Vingança, Do Inferno, A Voz do Fogo, Liga Extraordinária, Tom Strong, Lost Girls etc.

Moore anunciou aposentadoria recentemente. Por um lado, uma pena; por outro, quem pode julgar alguém que quer parar no auge?

Boas leituras!

Rodrigo Rosas Campos

Tags: quadrinhos, ficção científica, humor, Alan Moore.

sexta-feira, 11 de novembro de 2016

Ressaca do Hallowen 2


Resenha - Área Cinzenta: Controle de Imigração Alienígena



Área Cinzenta: Controle de Imigração Alienígena

Desaconselhável para menores de 18 anos.

Área Cinzenta é uma série de histórias publicada originalmente na revista britânica 2000 AD. No Brasil, teve seu início publicado na revista Juiz Dredd Megazine. Agora, a Mythos relança o que já publicou junto com a parte que ficou inédita nesse encadernado.

Criada por Dan Abnett (texto) e Karl Richardson (arte), a série narra a história de uma Terra que teve seu primeiro contato com alienígenas de forma desastrosa. Acontece que, para garantir que os terrestres os entenderiam, os alienígenas espalharam um vírus na atmosfera terrestre. O vírus matou muitas pessoas, mas garantiu aos sobreviventes infectados a capacidade de entender e falar qualquer idioma do universo e de transmitir esse poder aos descendentes. Este dia ficou marcado como o dia da saudação e os infectados e seus descendentes passaram a ser conhecidos como os saudados.

Devido ao caos que foi a saudação, os governos se uniram e construíram uma rede de satélites em torno da Terra, para evitar que naves hostis ou não autorizadas invadissem nosso espaço e nosso planeta. Também foi construída uma área de quarentena para garantir que os visitantes de outros planetas não oferecessem perigo à população: a Zona Global de Exossegregação, no Arizona, EUA. Esse lugar é mais conhecido como a Área Cinzenta.

Na Área Cinzenta, estão os oficiais da Exotransferência Controlada, ETC. Eles tem a função de avaliar os alienígenas pelo tempo que for necessário a cada espécie e liberá-los ou não para a visita à Terra, dependendo do risco que cada espécie pode representar a nós. Nesse espaço de tempo, os alienígenas ocupam alojamentos na Área Cinzenta.

Os agentes da ETC também funcionam como policiais. Impedem a fuga dos não autorizados, bem como os conflitos e crimes cometidos dentro da área. A história começa em primeiro de janeiro de 2045, primeiro dia da oficial Bird na ETC e na Área Cinzenta.

Ok, isso lembra o filme Distrito 9. Mas as outras diferenças, além das que já foram mencionadas, são: os saudados são segregados pelos seres humanos normais e acabam empurrados para cargos de tradutores na ETC; os alienígenas são de várias espécies e oriundos de vários planetas; movimentos humanos exofóbicos pipocam no mundo inteiro, fazendo a ETC ter que atuar fora da área para garantir a segurança dos visitantes que estão em acordo com nossas leis.

As metáforas ao racismo, segregação e xenofobia de nossa realidade são obvias, mas o texto é brilhante. Dan Abnett é um gênio na escrita. Os desenhistas mudaram ao longo da publicação original.

Karl Richardson foi o primeiro, cocriador da série.

Lee Carter, bom, técnico, mas sem estilo próprio.

Patrick Goddart, o melhor. Chega a lembrar George Perez de tão bom.

O último tenta imitar o criador de Hellboy, e é só o texto de Abnett que salva as últimas páginas do encadernado.

A editora que lançou foi a Mythos. Novamente: o preço Mythos é salgado, eu sei, mas é como já falei; pare de comprar o lixo mensal e foque nos autores que fazem valer cada centavo. Embora a Mythos pudesse ajudar fazendo uma versão econômica de cada encadernado. Esse negócio de só colocar edições de luxo afasta novos leitores. Puxão de orelha na Mythos mesmo! Afinal, leitores de verdade compram e experimentam mais do que colecionadores esnobes, bastando que os preços das edições caibam em seus bolsos.

Boas leituras!

Rodrigo Rosas Campos

Tags: quadrinhos, Inglaterra; ficção científica, distopia, 2000 AD.

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