quarta-feira, 21 de junho de 2023

Garimpando em Gibiterias & Eventos Especial: Comparado Edições Antigas da Holy Avenger Com a Edição Definitiva em 4 Volumes

Sem spoilers!

    O quadrinho/mangá brasileiro Holy Avenger foi escrito por Marcelo Cassaro e desenhado por Erica Awano com personagens criados por Marcelo Cassaro, Erica Awano, Rogerio Saladino e J. M. Trevisan. E antes do mimimi dos puristas, esta publicação é considerada mangá até no Japão, podem pesquisar. Foi inclusive finalista do International Manga Award no Japão.

    Além de ser o mangá brasileiro de maior sucesso no mundo, foi o segundo quadrinho nacional com maior número de vendas na época de seu lançamento original, entre 1999 e 2003; foi mensal com 40 edições; só perdia para a imbatível Mônica (e sua turma) e chegou a ter especiais e algumas republicações antes da edição definitiva pela Jambô.

    Não li na época e, antes de fazer este comparativo, garimpei 4 exemplares da série original. Sempre vale a pena garimpar as edições antigas usando o site Guia dos Quadrinhos como referência, eu mesmo tive que recorrer a ele para esta resenha. Só não vale pagar mais caro por revista/edição antiga. Se for para pagar caro, economize e compre a edição nova. Cuidado com os picaretas que vendem “raridades”.


    Normalmente, não coloco sinopses oficiais em minhas resenhas, mas tendo em vista o que vou falar um pouco da história, procurei uma sinopse oficial do primeiro volume da editora Jambô no site dela. Primeiro falo da história como um todo, e todo cuidado é pouco, depois, comento as diferenças das edições originais que consegui garimpar e de como cada uma delas foi republicada na edição definitiva.


    “Lisandra. Criada por animais em uma ilha selvagem, esta jovem vivia feliz em seu mundo puro. Até que os sonhos vieram. Sonhos sobre o Paladino, um herói com o poder do Panteão. Sobre como ele havia sido derrotado por forças malignas. E sobre como Lisandra poderia ressuscitá-lo se encontrasse suas gemas divinas — os vinte Rubis da Virtude. Para ajudar Lisandra surgem Sandro, filho do maior ladrão do Reinado, Niele, a bela e maluca arquimaga élfica, e Tork, o troglodita anão. Este é o começo de Holy Avenger, uma saga épica de fantasia que ultrapassou 800 páginas. Com roteiro de Marcelo Cassaro (Turma da Mônica Jovem) e arte de Erica Awano (World of Warcraft), é um dos maiores quadrinhos brasileiros de todos os tempos. E agora está de volta, em edição definitiva.”

  A história é ambientada no mundo medieval fictício e fantástico de Arton, sim, é o mundo de Tormenta, um mundo de fantasia europeia padrão de espada e magia com elementos de mangá e muita brasilidade no tempero. Muita brasilidade mesmo, com direito a um elfo-do-mar falando gírias de surfista carioca e o temperamento fogoso de Niele entre outros destaques tipicamente brasileiros. Como já foi dito na sinopse oficial, Holy Avenger é uma aventura de fantasia bem sessão da tarde, aventurona mesmo, divertida e com muitas reviravoltas, explosões, magias e gargalhadas.

    Lisandra sonha (literalmente) em reunir os rubis da virtude para devolver a vida ao lendário Paladino. Para isso ela reúne um grupo de aventureiros para lá de improváveis e eles percorrem Arton em meio a encontros e desencontros. Nisso, eles também encontram com várias celebridades, heróis e vilões lendários. Além dos protagonistas, Lisnadra, Sandro, Niele e Tork, vemos o temível Mestre Arsenal, os magos rivais Talude e Vectorius, o necromante Vladislav Tpish, sua filha Pietra, Tarso entre outros.

    Nesta busca pelos rubis da virtude, muitos segredos virão a tona e um antigo grupo de aventureiros terá que se reunir novamente para evitar os planos ocultos de vilões que se escondem nas sombras. Será que o mundo de Arton aguenta isso? Aguenta. Falar mais é dar spoilers e eu sei que vocês (que não leram) não querem isso. Os desenhos de Erica Awano são magníficos e ela conta com um time de arte-finalistas e reticulistas bem competente para auxiliá-la. É uma arte de encher os olhos.



    Agora, vamos a comparação das edições. Em geral: enquanto as edições antigas foram em formato americano, os 4 volumes da edição definitiva são em formato mais ou menos magazine, mantendo a proporção do formato americano, capa dura, luxo etc. E já vou falando que coloquei as edições antigas na ordem que eu garimpei, não na ordem de publicação original. As edições antigas que eu consegui garimpar foram:

A Número 8 da Editora Trama

    Garimpei a edição número 8 da Trama por R$5,00 em uma feira do livro, ela é de julho de 2000: preciso tirar um elefante da sala, não consta no expediente o mês e o ano em que a revista foi publicada, tive que recorrer ao Guia dos Quadrinhos para ver isso. Ela foi republicada no volume 1 da edição definitiva da Jambô.

    A primeira diferença é a ilustração da capa se repetir na página 3 da mensal. Na página 4 uma tira vertical com uma pequena apresentação do elenco bem no estilo Folha Corrida dos Heróis da série Asterix, um “Até Agora...” dizendo o que aconteceu antes e um mapa de Arton. O número da parte e o título do capítulo.

    É claro que não há necessidade de reapresentar todos os personagens o tempo todo em uma edição definitiva em 4 volumes, e essa folha-corrida dos heróis foi cortada. Mas, estranhamente, todos os “Até Agora…” foram mantidos na edição definitiva. Outro corte que está presente na edição original é o mapa de Arton, o que acho um absurdo, afinal um mapa é sempre um elemento de ambientação.

    Depois tiraram as cores das 4 primeiras páginas de história. Um leitor da época reclamou na sessão de cartas que não havia cores em todas as páginas. Nesse ponto, concordo com ele, ou tudo em cores ou tudo preto e branco, mas, no Japão, também há o hábito de algumas séries em mangás terem apenas as primeiras páginas do capítulo em cores. Já nas republicações da Talismã, as cores foram substituídas por retículas e sombreamentos mais elaborados. Óbvio que cortaram a sessão de cartas e uma matéria da época sobre o AD&D que estava prestes a voltar a ser somente D&D. De fato, Dragão Brasil Apresenta: Holy Avenger era uma revista em quadrinhos e uma revista de RPG em geral ao mesmo tempo.

    Mas o mais absurdo é que cortaram os elementos de ambientação de RPG sobre os elfos do mar de Arton e as fichas de elfos do mar para 3 sistemas, incluindo 3D&T. Ou seja, as revistas originais também eram suplementos do cenário de Tormenta para RPGs, enquanto a edição definitiva é só a edição definitiva da história em quadrinhos.

    Mas a edição definitiva ganhou a série The Little Avengers, que não tem na original mensal. A arte da capa desta edição original 8 foi republicada nos extras do volume 2 da edição definitiva e nem sequer é uma ilustração de página inteira, dividindo espaço com textos e outras 2 imagens. Vai entender! É importante deixar claro que nas edições da trama, cada edição trazia uma parte da história.

A Número 5 da Editora Talismã

    Garimpei a edição número 5 da Talismã por R$5,00 no evento A Belle e a Feira de 10 de junho de 2023, sendo que a revista é de março de 2004: também não consta no expediente o mês e o ano em que a revista foi publicada, novamente tive que recorrer ao Guia dos Quadrinhos. Ela foi republicada no volume 1 da edição definitiva da Jambô. Ao contrário da Trama, a Talismã publicou duas partes por edição, logo, esta edição 5 da Talismã equivale a 9 e a 10 da Trama.

    A capa da edição 5 da Talismã não foi republicada na edição definitiva da Jambó em nenhum extra de nenhum volume. Na página 3, vemos a ilustração da capa da 9 da Trama, mas sem cores, que está em cores nos extras da Jambô. Na página 4 uma tira vertical com uma pequena apresentação do elenco bem no estilo Folha Corrida dos Heróis da série Asterix, um “Até Agora...” dizendo o que aconteceu antes e um mapa de Arton. Mas agora toda a parte interna é papel-jornal em preto e branco. Tiraram as cores do mapa de Arton.

    Foi ainda na reedição da Talismã que eles tiraram as cores das 4 primeiras páginas de história, a definitiva da Jambô só manteve isso. Também foi aqui que os elementos de RPG foram cortados. Nos anúncios da revista entendemos o porquê. Acontece que foi a editora Talismã quem primeiro publicou o material de Tormenta com a licença aberta do sistema d20. Logo, O material de RPG foi colocado nos livros Tormenta d20, O Reinado d20 e Holy Avenger d20 da Talismã. Os quadrinhos dessa edição são a Parte 9: Profunda Paixão e a Parte 10: Ascensão e Queda. Que estão no volume 1 da edição definitiva.

    A edição 8 da Trama, apesar de mais antiga, está muito melhor conservada que a 5 da Talismã, o que mostra que a qualidade gráfica da edição da Trama foi muito melhor que a da Talismã, que é bem ruinzinha. Lembrando, cada edição antiga da Talismã traz duas partes da história.

    Mas um detalhe bizarro me chamou atenção, a republicação da Talismã também tinha sessão de cartas, também era um personagem da história que respondia as cartas e as cartas foram respondidas como se a revista não fosse uma republicação. Assim, um leitor dá spoiler para a personagem que está respondendo as cartas. Ele fala de um evento que a personagem nega ter acontecido. Que evento é esse e quem era a personagem que respondia da perspectiva da republicação negando o evento que ainda aconteceria? Isso eu não digo. Seria spoiler para os garimpeiros de gibiterias e eventos.

A Número 6 da Trama

    Eu disse que não seria na ordem de publicação original. Garimpei a edição número 6 da Trama por R$4,00 numa feira do livro. Mais uma vez, não há o ano e o mês da publicação no gibi no expediente da página 6, se você tiver muito interesse, o caminho é o Guia dos Quadrinhos, mas isso deveria estar na publicação. Vamos ao gibi:

    A edição traz a cópia da capa na página 3, nas páginas 4 e 5 traz a apresentação do elenco, o que aconteceu até aquele momento e o mapa de Arton com o título da parte 6, Sonhos e Ilusões, as quatro primeiras páginas são em cores. Depois vem o anúncio da parte a seguir e os elementos textuais:

    Quebrando as Regras é uma matéria sobre a regra de ouro de RPG, não está assinada, mas provavelmente é do Cassaro ou do Saladino ou do Trevisan (tem muito do que marca o estilo do trio Tormenta original). Depois segue um texto com a história completa da Estalagem do Macaco Caolho (Empalhado) e a planta baixa de seus dois andares em cores. Tadinho do macaco, agora sei por que a Érica nunca o desenhou, ele não estava roubando, só estava pegando a devida remuneração.

    A sessão de cartas finaliza a edição na última página. Interessante notar que além de falar da história principal da revista, a sessão de cartas também tirava dúvidas de sistemas de RPG. Fora a matéria sobre a regra de ouro. Não era de se estranhar que o título completo da edição fosse Dragão Brasil Apresenta: Holy Avenger, era também uma revista sobre RPG.

    Na edição definitiva da Jambô, tanto a ilustração da capa quanto a parte 6 foram republicadas no volume 1. Interessante notar que nem todas as capas republicadas na edição definitiva da Jambô ganharam páginas inteiras, a da edição original 6 foi uma das que não tiveram a honra de uma página inteira, acho isso muito injusto, nem sempre os artistas estão inspirados e até a mais simples das capas originais é uma capa e merece o devido respeito, tenho dito.

A Número 21 da Trama


    Garimpei a edição número 21 da Trama por R$3,00 numa feira do livro. Mais uma vez, não há o ano e o mês da publicação no gibi no expediente da página 4, se você tiver muito interesse, o caminho é o Guia dos Quadrinhos, mas isso deveria estar na publicação. Vamos ao gibi: Imagem da capa repetida na página 3, página dupla com elenco, até agora, mapa de Arton e o número e o título da parte, Parte 21 Túneis e Trolls. Expediente e quadrinhos com as 4 primeiras páginas em cores.

    Depois foi antecipado o título da parte 22; sessão de cartas; A Linha do Tempo de Arton até então completa com todos os eventos anteriores ao número 1 de Holy Avenger. A revista termina com a matéria Cuidado com os Trolls, que inclui regras para os sistemas 3D&T e Daemon.

    A parte 21 da história foi republicada no volume 3 da edição definitiva da Jambô e a capa original da edição 21 está no volume 2 da edição definitiva em página inteira. Quem foi o editor troll responsável por tamanha incoerência? Quem foi esse seguidor de Ninb? É claro que isso será pretexto para futuras edições ainda mais definitivas seguindo as escolas Marvel e DC de picaretagens para com os leitores. De tempos em tempos surgem novas edições definitivas para todas as sagas que já tiveram uma ou mais edições definitivas. Sim, eles sabem o significado de “definitiva”, mas são picaretas mesmo.

Conclusões

    O que mais valoriza a publicação original da editora Trama é o fato de que todas as edições trazem materiais para se jogar RPG e o fato das primeiras páginas em cores remeterem ao modo como o Japão produz os seus mangás. Quanto as cores das primeiras páginas, os leitores mais puristas de mangá reclamam dessa perda. Enfim, eu sou adepto do ou é tudo em cores ou é tudo só em preto e branco. Até conheço a história do mangá, que os japoneses fizeram isso com as séries de maior sucesso, não coloriam tudo por economia, mas coloriam (e colorem até hoje) só as primeiras páginas para dar noção de como eram (são) as cores dos personagens, cenários etc. Mas prefiro que ou seja tudo em cores ou tudo em preto e branco; gosto pessoal nesse aspecto.

    Além disso a Trama foi além dos 40 capítulos com uma história extra em 2 edições a mais, havia o material de ambientação para RPG e cheguei a ver umas que não comprei com histórias extras menores. Sim, as edições originais de Holy Avenger pela trama trouxeram outras histórias curtas além de Holy Avenger.

    Tudo isso faz a edição da Trama ser a mais valiosa das 3 versões, mas nada de pagar acima de R$5,00 por revista velha, garimpe que você acha bons preços em gibiterias, sebos, feiras do livro e eventos de quadrinhos e literatura; fora que você sempre pode achar quadrinhos em bibliotecas públicas e ler de graça devolvendo depois.

    Voltando, me admira a Jambô não ter feito um omnibus desse material tal como a Trama o publicou, ao menos as páginas coloridas e as histórias extras. Nem tenham a esperança deles trazerem 42 edições encadernadas em fac-símile integrais, a parte de RPG está atualizada e pulverizada nas linhas Tormenta 20 e Tormenta Alpha para 3D&T e as sessões de cartas não fariam muito sentido hoje.

    Achei péssimo o corte dos elementos de RPG, mas, com relação a parte de ambientação e regras de sistemas, vejo vários motivos se mostrando presentes e pertinentes para esse corte: o primeiro, da parte da Jambô, ela quer vender o que há de mais atual na linha Tormenta para RPG, é assim hoje, foi assim quando eles passaram a publicar o material de Tormenta;

    O segundo é que é muito mais fácil vender uma edição de quadrinhos em estilo mangá definitiva de luxo de 4 volumes quando ela é só uma história em quadrinhos em estilo mangá. Afinal, ela não será restrita ao público de quadrinhos e que também gosta de RPG, ela vai para publico de quadrinhos em geral ou de mangá especificamente;

    O terceiro, sabemos que antes da licença aberta do sistema d20, as empresas estadunidenses detentoras dos direitos de GURPS e de AD&D implicaram com o avanço do cenário de Tormenta para esses sistemas no Brasil, mesmo com a chancela de uma revista impressa, a Dragão Brasil original.

    Quanto ao GURPS, a Devir realmente investiu em suplementos traduzidos para ele e, ainda assim, o cenário de Tormenta cresceu como suplemento não oficial para GURPS, que, por ter uma tradução oficial em português, foi o RPG mais popular no Brasil por anos. Mas, em se tratando de AD&D, mal sabiam os empresários gringos que, se não fosse o cenário criado na revista Dragão Brasil impressa, AD&D não teria o menor impacto por aqui enquanto RPG.

    Isso é uma longa história e sejamos francos, a maioria dos brasileiros nem associa o desenho animado exibido como Caverna do Dragão ao D&D original. Não houve até hoje um investimento real de editores brasileiros em trazer o material de AD&D/D&D para o Brasil com suporte para a comunidade que joga; nem mesmo na antiga editora Abril, que só queria se escorar numa marca que achava que venderia por si mesma, mal-acostumada que estava com Disney, Marvel, DC, depois de ter perdido a Turma da Mônica para a editora Globo na época. Fora que o corte da parte RPG se deu antes da Jambô, quando a Talismã assumiu o material de Tormenta, logo a parte quadrinhos foi separada da parte RPG.

    Mesmo ponderando esses motivos para o corte da parte de RPG, acho que descartar o que eles fizeram é triste. Afinal, até um mapa sem grid é um elemento de ambientação e imersão, fora os textos que acrescentavam histórias que não entraram na parte de quadrinhos. Mapas e plantas baixas são elementos de imersão que podem ser levados para qualquer formato, grids quadrados ou hexagonais. Mas, sabemos que esse material foi atualizado e espalhado na linha do Tormenta RPG desde a sua primeira versão com a licença aberta do sistema d20 na editora Talismã até hoje na Jambô.

    Entretanto, foi justamente esta mistura de quadrinho e RPG que fez de Tormenta uma obra transmídia de fato, antes desse termo sequer existir ou virar modinha. O termo modinha anterior, “multimídia”, estava associado a adaptações de uma obra em mídias diferentes, a transmídia vai mais além. Transmídia implica que uma obra é contada simultaneamente em diversas mídias, sendo que cada mídia traz obras originais dentro de um mesmo contexto maior.

    Ainda não entendeu a diferença de multimídia para transmídia? Vamos lá; o Homem de Ferro do cinema é alheio ao que acontece com o Homem de Ferro dos quadrinhos e vice-versa, isso é multimídia. Um personagem de Tormenta que aparece em uma aventura de RPG e depois em um quadrinho, lembrará do que aconteceu na aventura de RPG e no quadrinho se aparecer uma terceira vez num texto em prosa num romance de Tormenta. Depois, se ele aparecer em um videogame, lembrará do que aconteceu na aventura de RPG, no quadrinho e no romance. A cada vez que esse personagem aparecer em uma mídia diferente, ele lembrará de tudo o que ocorreu com ele nas aventuras das mídias anteriores.

    Como eu não ligo para o luxo das edições definitivas e nem para os extras de praxe (afinal, são extras de praxe), o que mais valoriza a edição definitiva em 4 volumes da Jambô é a série The Little Avengers, sendo que algumas das brigas entre o Cassaro e a Awano sobre os rumos da história já eram parte da história e não da paródia em tirinhas. Aliais, os textos extras deles na edição definitiva complementam essas informações de bastidores que eles mesmo parodiaram na época em que faziam o quadrinho. Amo metalinguagem, amo informações de bastidores, amei ver as informações de bastidores serem colocadas dentro da história como piadas.

    Bom, se for para pagar caro, pague pela edição mais recente, se for garimpar, garimpe aos poucos encontrando preços justos por edições antigas. Então fico por aqui, fiz o que pude, desculpe se foi pouco, querendo uma resenha da edição definitiva, clique aqui. Boas leituras e até mais!

Rodrigo Rosas Campos



    P.S.: notaram os preços esquisitos das edições números 6 e 21 da Trama? Acontece que numa mesma feira do livro havia a promoção 1 por R$5,00 e 3 por R$10,00 e o terceiro gibi que garimpei foi UFO Team #01, mini série em 4 edições de Marcelo Cassaro (texto) e Joe Prado (desenhos e arte-final), publicada pela editora Trama. Como dividir R$10,00 por 3 dá R$3,333…, resolvi simplificar e definir que uma saiu a R$ 4,00 e as outras duas saíram a  R$3,00. Ou seja, UFO Team #01 foi R$3,00 para não complicarmos a vida ainda mais.

    Mais uma vez, não há o ano e o mês da publicação no gibi, se você tiver muito interesse, o caminho é o Guia dos Quadrinhos, mas isso deveria estar na publicação. Vamos ao gibi: Gostei de UFO Team? Não.

    Marcelo Cassaro escreve a história misturando o estilo Bonelli com Image dos anos 1990. Com a inspiração do estilo Bonelli, ele escreveu uma história no Brasil como se norte-americana fosse, com personagens e cenários norte-americanos. Com a inspiração do estilo Image dos anos 1990, escreveu uma história rasa ilustrada com desenhos apelativos. Infelizmente, o estilo Image dos anos 1990 se sobressai.

    UFO Team é uma história rasa de super-heróis com mulheres hiper-sexualizadas em corpos impossíveis e em poses constrangedoras. Também é uma história com muita violência gratuita diante de uma invasão alienígena e uma organização secreta do governo americano para combater esses alienígenas.

    Já disse que foi uma história rasa? Bom, era o Cassaro querendo surfar o hype da Image e Joe Prado se esforçando para desenhar tão mal quanto Jim Lee e Rob Liefield. A parte boa é que Joe Prado não conseguiu ser tão ruim quanto Rob Liefield, mas chegou perto de Jim Lee e sua anatomia criativa, com direito a pernas desproporcionais e gigantes nas personagens femininas. Em todo caso, devia ter escolhido uma terceira Holy Avenger antiga. Holy Avenger é uma excelente história.

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