sábado, 14 de maio de 2016

A Quinta Cartada Selvagem - Wild Cards livro 5 Jogo Sujo

Wild Cards está em seu quinto volume pela editora Leya aqui no Brasil. Série de sucesso nos EUA desde os anos 1980, narra a história de uma Terra alternativa assolada pelo vírus alienígena conhecido popularmente como Carta Selvagem.

Esse vírus pode: matar o infectado instantaneamente, dama de espadas; deformar o infectado, coringa; ou dar superpoderes para o infectado sem nenhum ônus, os raríssimos e sortudos ases. Nesse mundo, os desafortunados e segregados coringas vivem em guetos, como o Bairro dos Coringas em Nova York.

Essa série de livros de super-heróis para adultos – desaconselhável para menores de 18 anos - surgiu de uma mesa do RPG Super World, quando o grupo resolveu romancear a campanha que jogava. O mestre do jogo era George R. R. Martin que organiza e coescreve a série, junto com os jogadores de sua mesa; com destaques para Melinda M. Snodgrass, criadora do Doutor Tachyon e de toda a trama do planeta Takis que deu origem ao vírus; e Roger Zelazny, criador do Dorminhoco, maior ícone da série. Este quinto volume da série de livros começa mostrando Nova York durante a volta ao mundo dos escolhidos pela OMS mostrado no volume quatro e vai além.

Como todo livro escrito por vários autores, o estilo varia de capítulo a capítulo, a amarração feita por Martin é impecável e a história flui. Como tudo no mundo de Cartas Selvagens, muitas coisas ruins acontecem simultaneamente e tudo piora com o tempo. A guerra de gangues criminosas em Nova York revela o segredo da promotora, faz vítimas em tiroteios épicos e dá espaço para um político intolerante brilhar na mídia; ao mesmo tempo um show beneficente para as vítimas do Carta Selvagem e da AIDS é organizado por Cordelia, que nem imagina que o tio, um Ás, está com o HIV. E, coroando este hol de desgraças, o Dorminhoco acordará numa versão contagiosa e desencadeará uma nova epidemia de Carta Selvagem.

Como todo livro da série, há uma história autocontida em cada capítulo e uma história maior autocontida em cada volume, entretanto, neste volume específico, não há a preocupação dos autores em contextualizar a trama para os que não leram os volumes anteriores. O leitor não é obrigado a ler todos os livros anteriores, mas precisará do primeiro livro para entender o vírus carta selvagem e suas implicações, as mudanças sociais, políticas, econômicas e históricas que ocorreram naquela Terra. De fato, só o livro um é necessário.

Apesar disso, traz histórias intrigantes de Ases e Coringas lutando para levar vidas normais. Será que o grande e poderoso Tartaruga conseguirá deixar de ser herói? O show beneficente será um sucesso? Como os coringas reagirão e se defenderão do fogo cruzado da guerra de quadrilhas? Que outros segredos obscuros virão a tona? Conseguirá o Dorminhoco e o grato e renascido Homeleca escaparem do reconstruído e implacável Modular Man? Como o novo carta selvagem afetará antigos personagens?

Dando nota de 1 à 10, o livro perde um ponto por ser hostil ao leitor casual e outros dois por uns capítulos arrastados, totalizando 7,0. De fato, até aqui, é o único da série que não contextualiza novos leitores, ou leitores casuais.

As adaptações da série Cartas Selvagens (ou Wild Cards) para os quadrinhos e RPGs já foram publicadas no Brasil nos anos 1990; com o suplemento do RPG GURPS Supers pela Devir e como minissérie de quadrinhos pela editora Globo.

Rodrigo Rosas Campos




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