domingo, 28 de fevereiro de 2021

[Matéria] Tormenta 20 - Dado dos 20 Com Um d20 Simples e Regra Alternativa Para o Dado dos 20


Rodrigo Rosas Campos


Contém spoilers para quem não leu Tormenta 20!


    Quando participei da campanha de Tormenta 20 no Catarse, tudo o que eu queria originalmente era a edição definitiva de Holy Avenger e, pesquisando os preços, percebi que com a recompensa Plebeu mais o add-on Holy Avenger mais o frete ficaria mais barato do que comprar os volumes separados. Aí veio a pandemia e tudo ainda ficou mais atrasado.


    Só que a Jambô lançou a campanha Tormenta 20 pré-venda e foi aí que encomendei o livro Tormenta 20 simples impresso, não lembro o nome desse pacote. É claro que não ganhei o dado dos 20, mas ganhei três marcadores e um deles (imagem ao lado) veio com a regra do dado dos 20. Ora, eu tenho a regra, tenho um d20 simples, por que não atribuir um deus a cada número? Foi o que eu fiz.


    Na enquete da campanha original, o dado de 20 faces exclusivo teve o olho da Tormenta no 20, logo Aharadak será associado ao 20, eu basicamente inverti a ordem dos deuses da tabela na página 97 do livro para determinar os outros números de 1 até 19. Desse modo, a Tabela Dados dos 20 com um d20 Simples ficou assim.

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    Mas antes de prosseguir, quem não tiver o marcador com as regras do dado dos 20 ficará boiando. Logo, ponho a imagem do texto do marcador aqui em baixo e depois farei minhas considerações.

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    A regra acima é boa e pode ser usada exatamente como está. O dado é tão poderoso que é capaz de fazer Thwor ajudar até a um elfo contra um bugbear. Mas se você, mestre quiser ir além, algumas coisas podem ser acrescentadas. Vejamos:


    Como é um item mágico muito roubado, o mestre deve guardá-lo para o meio de uma campanha ou aventura. O grupo terá que penar para encontrar o lendário dado dos 20. Neste sentido, seria irônico se, na busca pelo artefato, o grupo quase morresse numa masmorra sem tesouros, para depois receber o mesmo de um camponês grato por ser salvo de um bando de assaltantes comuns.


    Ele deve ser único no universo da mesa. “Mas já foram encontrados em diferentes materiais.”. Calma. Ele, o único dado dos 20, assume a forma do material mais querido pelo personagem jogador que o achou e o olhou primeiro. Para evitar a perda do dado por glutões, o dado nunca se parecerá com nada comestível.


    Outro detalhe a ser lembrado, é que ele se mantém atualizado em relação ao Panteão. Logo, o mestre deve estar preparado com uma tabela em branco para preenchê-la futuramente. O Panteão mudará no futuro, pode ter certeza.


Para quando o panteão mudar de novo é só preencher novamente.

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Mestre, procure manter os não caídos nos mesmos lugares (números) da tabela anterior para a sua própria organização futura.


    Mas a mudança mais significativa que faço nessa regra é por lembrar que alguns deuses não gostam de algumas raças e algumas raças não gostam de alguns deuses, isso para ser bem bonzinho.


    Quase nenhum personagem jogador, mesmo entre os lefou, curte muito Aharadak. Logo, quem tirar 20 poderá: usar um poder de Aharadak, ou escolher entre 19 e 1, ou seja, Allihanna ou Winna. Se o(a) jogador(a) permanecer com Aharadak, ele(a) passará a ser tentado(a) pela Tormenta, principalmente se for um(a) lefou, hahahahahaha!


    Outro detalhe importante é a relação dos elfos com os goblinoides. Ou seja, se um(a) elfo(a) tirar 4, Thwor, ou ele(a) escolhe 3 ou 5, Thyatis ou Tenebra.


    Valkaria tem preferência por humanos, personagens não humanos podem ser levemente penalizados por tirarem Valkaria com gasto de 1 ou mais PMs ou escolher entre 1 e 3, Winna ou Thyatis.


    Thwor pode se recusar a ajudar não goblinoides, logo, o personagem jogador que não for um goblinoide deverá escolher entre Thyatis e Tenebra, 3 ou 5. Certamente Thwor não ajudaria elfos e humanos puristas, fora estes casos, o mestre pode decidir se Thwor ajudará ou não um não goblinoide de acordo com o contexto da aventura ou campanha específica. Agora, se qualquer personagem estiver disposto a ajudar um goblinoide por qualquer motivo, Thwor não negará ajuda nem mesmo a um elfo ou a um humano.


    Tanna-Toh não recusaria conhecimento a ninguém.

    Sszzaas é o deus da traição e pode trair até os próprios cultistas, logo, ele está liberado a todos.

    Oceano pode julgar o(a) personagem jogador(a) do povo seco de acordo com a atuação dele(a) nos rios e mares. Assim, um pescador predatório, um poluidor dos mares, etc., não só não terá a bênção de Oceano como ainda será punido pelo mesmo e não poderá escolher outro deus.


    Megalokk e Kallyandranoch também podem julgar os personagens que não forem monstros ou dragões. Mas eles tenderiam a cobrar 1 ou mais PMs por esta ajuda, mesmo ajudando na maioria das vezes.


    Os demais não mencionados estariam sempre dispostos a receber novos adeptos ou ao menos simpatizantes.


    O(a) mestre(a) pode decidir que o jogador fica em dívida para com o deus rolado no dado. Isso evitaria que o grupo usasse o dado de forma leviana para resolver tudo.


    Note que estas últimas mudanças, que lembram a incompatibilidade de algumas raças com alguns deuses, podem ser aplicadas ao dado dos 20 original. Mas aí ficam preponderantes os nomes dos deuses e não os lados em que suas representações gráficas (seus ícones, seus símbolos) estão no dado físico.


    Nem preciso dizer que outros usos para o dado dos 20 podem ser criados em cada mesa usando a regra de ouro. Bom, estas são minhas regras opcionais para uma regra opcional.

Boas leituras, bons jogos, boas rolagens e até breve!

sábado, 27 de fevereiro de 2021

[Matéria] Adaptação de Personagens do Canal Nerd & Nerd Para Tormenta 20

Personagens criados e interpretados por Thaís Colacino e Bueno Neto do canal Nerd & Nerd

Adaptação livre por Rodrigo Rosas Campos

As adaptações aqui são versões PCs iniciantes!

 Illariel

Começando por Illariel, para que devoto tivesse eficiência, tive que escolher uma deusa, escolhi Allihana. Entretanto, Illariel é do mundo caótico do canal Nerd & Nerd, ou seja, mesmo mantendo as regras mecânicas de Allihanna para Tormenta 20, deveremos interpretar como deus elemental da Terra na hora de jogar no mundo caótico do canal N&N. Também deixei o amigo especial em aberto que pode ser o próprio cavalo ou outro bicho que o(a) jogador(a) quiser.

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Torun
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Os itens iniciais de Torun não couberam no campo equipamento da ficha simples de 1 página.

Veja os outros vídeos do canal Nerd & Nerd e junte-se ao Mundo Caótico deles! Boas Leituras, boas rolagens, que os dados rolem sempre ao seu favor e até breve!

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2021

[Resenha] Tormenta 20 – Em Sua Mais Nova Edição, Tormenta Mostra, Mais Uma Vez, o Porquê do Sucesso Duradouro


Alerta de spoilers!


    Eu sei, esta resenha está saindo muito tarde. Eu quis ler o livro impresso e muita gente pela Internet já destrinchou o livro assim que o digital saiu para os apoiadores da primeira campanha no Catarse. Assim sendo, terá spoilers. Vou procurar não falar muito do cenário, mas alguns spoilers serão inevitáveis, afinal, no texto do livro, as regras são permeadas pelo que está acontecendo no presente de Arton, o mundo de Tormenta; logo, se você é daqueles que curte ler os quadrinhos e livros do cenário, deixe para ler Tormenta 20 (ou esta resenha) depois de atualizar todas as suas leituras.


    Arton é um mundo de fantasia medieval ameaçado pela Tormenta, uma chuva de sangue e demônios insetos que devoram a própria realidade. Entretanto, essa ameça em comum parece não ser capaz de unir os povos de Arton que continuam com suas lutas internas. Isso me lembra algo, mas deixa para lá, vamos continuar.


    Se você só quer jogar um RPG, ou nunca jogou RPG, ou nunca jogou um sistema derivado do d20 System especificamente, leia Tormenta 20 sem medo, tem 400 páginas, mas muita ilustração grande, nem se assuste. Só com o livro básico, você conseguirá jogar ou mestrar/narrar sem dificuldades. Sem dificuldades MESMO!


    Os autores, Marcelo Cassaro (Paladino), Rogerio Saladino (Katabrok), J. M. Trevisan (Ledd), Leonel Caldela (Maryx Corta-Sangue) e Guilherme Dei Svaldi (Goblin do Cantinho), se preocupam em explicar tudo passo a passo; destaque para a página 9 que ensina detalhadamente como utilizar o kit de 7 dados poliédricos típicos do sistema d20; vejamos:


    “Dados

    Este livro usa abreviações para se referir aos dados e suas rolagens. As abreviações d4, d6, d8, d10, d12 e d20 representam os dados do conjunto, de quatro, seis, oito, dez, doze e vinte faces, respectivamente.


    As abreviações d2 e d3 representam dados que não existem em um conjunto básico. Para rolar 1d2, role 1d6 — um resultado ímpar equivale 1 e um resultado par, 2. Para rolar 1d3, role 1d6, divida o resultado por dois e arredonde para cima. Assim, 1 e 2 são 1, 3 e 4 são 2, 5 e 6 são 3.

    A abreviação d% representa um resultado baseado em porcentagem (entre 1 e 100). Role dois dados de dez faces; um determina a dezena e o outro, a unidade. Caso você tenha só um d10, role duas vezes: o primeiro resultado é a dezena e o segundo, a unidade. Assim, ao rolar 3 e 5, o resultado é 35. Em uma rolagem 0 e 0, o resultado é 100.

    Você também encontrará abreviações para as rolagens, como 3d6+2, por exemplo. Isso quer dizer ‘três dados de seis faces, mais dois’. O primeiro número diz quantos dados você deve rolar e somar os resultados, o segundo (depois do “d”) diz o tipo de dado a ser rolado. Qualquer número depois disso deve ser adicionado ou subtraído do resultado.”


    Para os jogadores e mestres de longa data, isso pode parecer uma besteira, mas é o que garante a renovação real de público para Tormenta, o cenário de RPG mais jogado no Brasil, ao longo de mais de 20 anos de publicação ininterrupta desde a revista Dragão Brasil impressa original da década de 1990. Essa preocupação com a renovação do público é um dos muitos motivos do sucesso duradouro e consistente de Tormenta.


    Como todo sistema derivado da OGL do sistema d20, Tormenta 20 (ou T20) tem a criação de personagens baseada na escolha de raças e classes. Isso é o básico e não mudou. O(a) jogador(a) escolhe uma raça e uma classe e preenche a ficha baseado nessas escolhas. Para quem nunca jogou RPG, ou nunca jogou um sistema derivado do d20, é aconselhável ler o livro antes de criar o personagem.


    Mesmo que você só queira jogar, ler o livro fará você compreender como é a criação do personagem que você quer interpretar e lhe dará uma noção do seu papel em relação ao grupo e ao mestre e do mestre em relação a você e ao grupo. Ou seja, compreendendo bem o seu papel, você criará melhor o seu personagem para que ele melhor se encaixe ao contexto do cenário e complemente os personagens dos demais jogadores na resolução dos problemas que o grupo enfrentará.


    Mas vamos por partes: para exemplificar o sistema vou criar um personagem jogador halfling ladino de nível 1, seu nome será Pé de Vento. Com essa ideia e o nome do personagem já preenchemos alguns campos da ficha:


    Nome: Pé de Vento
    Jogador: Rodrigo
    Raça: Hynne
    Classe: Ladino
    Nível: 1
    XP:

    Ele é de nível 1, ainda ganhará XP. Aqui vale destacar que algumas raças ganharam nomes alternativos, o antigo halfling, agora é hynne em T20, mas você pode continuar chamando de halfling se quiser. Acho que não preciso dizer que a ficha deve ser preenchida a lápis se você estiver numa mesa presencial. Se ainda estivermos na pandemia do vírus Corona, jogue online.


    E falando sobre a ficha, toda ficha de quase todo sistema derivado do d20 é assustadora, pois ela já traz impressa um monte de perícias, dando ao jogador iniciante a sensação de que ele deve preencher tudo, e isso não é verdade. Apesar de ter muita coisa já impressa na ficha, você só preencherá os campos das perícias nativas de sua raça, classe e das complementares para a criação do personagem. Vamos voltar ao Pé de Vento.


    O livro fala que, antes de ver o que significa ser hynne e ladino, precisamos definir os atributos do personagem. Os atributos são 6: força, destreza, constituição, inteligência, sabedoria e carisma. Resumindo muito, atributos são características que independem de treinamento ou aprendizado.


    O livro nos dá duas opções para a definição dos atributos: ou rolar quatro (4) dados de 6 faces por atributo, ignorando o menor número e somando os demais, ou distribuir 20 pontos previamente definidos. Eu vou rolar 6 números. Eu tiro 9, 11, 11, 13, 13 e 14.


    Já sei que ele terá penalidade em força, jogo o 9 em constituição. Ladino precisa de destreza e carisma, vão os 13 nesses atributos. Coloco os 14 na inteligência e os 11 em força e sabedoria.


Força = 11
Destreza = 13
Constituição = 9
Inteligência = 14
Sabedoria = 11
Carisma = 13

    Acredite, eu não menti, se eu quisesse mentir nenhum atributo seria menor que 10 (a média dos personagens). Continuando, ele é um hynne (ou halfling), como tal possui destreza +4, carisma +2 e força –2. ou seja, ele somará +4 pontos em destreza, mais 2 em carisma e terá uma penalidade em -2 em força. Ele tem a habilidade arremessador, é pequeno e rechonchudo e tem sorte salvadora. Isso vai na lista de poderes e habilidades.


Força = 11 -2= 9
Destreza = 13 +4= 17
Constituição = 9
Inteligência = 14
Sabedoria = 11
Carisma = 13 +2= 15

    Conferindo os atributos:

Força = 9
Destreza = 17
Constituição = 9
Inteligência = 14
Sabedoria = 11
Carisma = 15

    Agora vamos na tabela na página 17 ver os modificadores de atributos gerados pelos resultados dos dados.




    Teremos:

Força = 9 – modificador: -2
Destreza = 17 – modificador: +3
Constituição = 9 – modificador: -1
Inteligência = 14 – modificador: +2
Sabedoria = 11 – modificador: 0
Carisma = 15 – modificador: +2

    Isso, na ficha, será preenchido da seguinte forma:


Quando for a hora de modificar, se acrescentará pontos aos resultados dos dados que podem ou não modificar os modificadores.

    Por hora, preenchendo a lista de habilidades e magias teremos:
    “Habilidades e Magias:
    Arremessador
    Pequeno e rechonchudo
    Sorte salvadora”

    Essas habilidades alteram alguns números: arremessador aumenta em 1 passo o dano do ataque com arma de arremesso, uma funda por exemplo. Pequeno e rechonchudo dá um deslocamento de 6 metros (já pode preencher o deslocamento na ficha), +2 em testes de enganação e usa o modificador de destreza para atletismo; sorte salvadora, você gasta 1 ponto de magia para rolar de novo um teste de resistência.


    É importante que o jogador leia tudo sobre o que o personagem pode fazer e como isso se traduzirá em rolagens de dados ao longo do jogo. Ou seja, está sem tempo de ler o livro inteiro? Ao menos leia todos os elementos que estão na sua ficha de personagem para saber jogar com ele.


    Vamos ver agora o que ele ganha por ser ladino: um ladino começa com 12 pontos de vida. 4 pontos de mana por nível, nível 1=4. Acrescente ataque furtivo e especialista nas habilidades e magias. Automaticamente, seu personagem ganha as perícias ladinagem e reflexos. Como personagem de primeiro nível, ainda pode escolher mais 8 perícias disponíveis para ladino: escolhi luta (já que ele é fraquinho, ao menos um bônus em luta), atletismo, acrobacia, furtividade, investigação, atuação, enganação e jogatina.


    Observação: alguém esqueceu que ladinos precisam de um kit de ladrão antes do  início da aventura ou campanha, logo, com a autorização do mestre, uso a regra de ouro e entrego isso ao meu ladino de graça. Rolo 4d6 e ainda me sobram T$12,00 (doze Tibares). O kit de ladrão custa T$30,00 e o resultado máximo de 4d6 para ver os Tibares iniciais do personagem é 24, ou seja, ainda que eu rolasse 24 em 4d6, com T$24,00 meu ladino ficaria sem um kit de ladrão (a menos que combasse com a origem criminoso).


    Escolhidas a raça e a classe, o próximo passo é a origem, uma novidade da edição. Este tópico diz o que o personagem foi antes de ser aventureiro. Digamos que, na sessão zero, o mestre tenha dito que usará o cenário nativo do livro, o de Tormenta, e que a aventura será uma viagem em que os personagens passarão tanto tempo na estrada quanto nas vilas e cidades. Dentre as possibilidades de origens disponíveis, escolho “taverneiro”, quero comer bem, não importa onde. Os benefícios são Diplomacia, Jogatina, Ofício (culinária); (perícias), Gororoba, Proficiência e Vitalidade.


    Proficiência, gororoba e vitalidade vão para a lista de habilidades e magias. Jogatina eu já tinha selecionado, agora tenho diplomacia, escolho cavalgar. Preencho um ofício com culinária. Outra vantagem de se ter uma origem é o fato de que você não precisa gastar Tibares (moedas de jogo, nome do dinheiro de Arton) para ter o que tinha antes, no caso de um ex-taverneiro, eu pude escolher entre pau de macarrão e martelo de carne, escolhi martelo de carne, posso ter que cozinhar carne de caça, e ainda ganho uma panela, um avental, uma caneca e um pano sujo, claro que sempre que houver um rio por perto, Pé de Vento tentará limpá-lo, e isso é só um elemento de interpretação.


    Pelo que entendi, a origem é uma passagem obrigatória na criação do personagem no livro final Tormenta 20. Nos playtests, ela era opcional. Em todo caso, você pode criar sua própria origem e negociar com o mestre os benefícios que ela dará. A perda de memória, origem do jogador preguiçoso, também está presente, mas aí é o mestre quem definirá as lacunas do personagem, ou seja, eu não aconselho.


    Mesmo em sistemas genéricos (que não trazem cenários) todas as regras trazem elementos de contexto. Em Tormenta 20, a origem não deixa de ser uma multiclasse inicial, além de serem elementos de contexto para mundos medievais, os combeiros vão amar isso e os mestres vão odiar. Se bem que alguém deve avisar aos mestres que eles também podem combar os NPCs.


    Dica: como algumas origens potencializam algumas classes, escolha a origem antes da classe. Basicamente, algumas origens te colocam no apogeu de algumas classes desde o nível 1 de personagem jogador. Tormenta 20 foi feito por combeiros para combeiros. Mestres, não reclamem, criem NPCs combados também! Tormenta 20 é para grupos (mestres e jogadores) que gostam de combar!


    Voltemos ao Pé de Vento. A escolha da divindade é opcional. Bom, se você jogar em Arton, os deuses são personagens do mestre (NPCs) e podem influenciar no jogo de acordo com o mestre. Não escolher uma divindade, não significa que seu personagem é ateu, significa que ele não é devoto de nenhum dos 20 deuses por algum motivo.


    Se você usar Tormenta 20 para criar um cenário medieval realista, retirando a magia e usando a história real da Terra, você pode interpretar um ateu que teme ser descoberto e morto pela inquisição, olha só uma possibilidade de origem surgindo.


    Mas voltando para Arton e ao Pé de Vento, ele é de uma família que cultua e acredita em Hyninn, pois é um halfling, mas não é um devoto de deus nenhum. Logo, dispenso os benefícios e as obrigações de Hyninn. Ou seja, Pé de Vendo é um religioso não praticante, por assim dizer. Aqui, não devoto significa não praticante e não praticante não recebe nem os poderes, nem as obrigações de um deus. Na ficha do Pé de Vento, o campo “Divindade” ficará em branco.


    Lembra que eu disse que os deuses são NPCs em Arton? Pois é, ser devoto é, aparentemente, uma boa combinação. Mas o personagem jogador passa a ter obrigações para com o deus que lhe dá poderes, logo, o mestre terá uma baita ferramenta para controlar o jogador o tempo todo com direito a retirar os poderes, seja porque o jogador não interpretou direito, esqueceu alguma obrigação para com o deus, ou, no caso do Arsenal, o jogador tirou 1 num combate crucial, perdeu o combate e todas as bençãos do Arsenal. Falei que teríamos spoilers aqui, não reclame. Algumas classes exigem a devoção a alguma divindade, mas vamos focar no nosso pequeno ladino agora.


    Voltando a ficha do Pé de Vento está na hora de colocar os modificadores dos atributos nas perícias em que ele é treinado. Como ele é de nível 1, a coluna ½ por nível fica em 0 para todas as perícias, depois vem os modificadores de atributos (alguns são negativos, lembre-se disso), em seguida o treino (+2 no primeiro nível) e depois outros modificadores que virão ao longo do jogo.


    Pontos de vida e pontos de mana são calculados de acordo com a classe e alguns modificadores. Deslocamento, de acordo com a raça. Idade do personagem é uma regra que pode ou não ser usada, se não tem espaço na ficha, não é obrigatória. E a ficha completa do personagem ficará assim. Lembre-se, preenchi a caneta para poder digitalizar, reencha a ficha a lápis pois ela será modificada ao longo do jogo.


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    Ainda com dúvida de como fazer a primeira ficha em T20? Recomendo muito esse vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=psz9hUEIlHc). Camila Gamino explica muito bem! Ela inclusive tira dúvidas que eu não tirei aqui e fez outros tutoriais de fichas mais detalhados e específicos em seu canal.


    Alinhamentos, uma polêmica que não quer calar. Os autores mantiveram a regra dos alinhamentos em Tormenta 20, entretanto, eles nem sequer estão na ficha dos personagens e o sistema diz que não interferem na mecânica de jogo. Com efeito, em meio a um combate, o personagem só terá duas escolhas, matar ou morrer. Mas por que os alinhamentos foram mantidos? Segundo os autores nas lives da pré-venda (segundo financiamento coletivo), para manter uma antiga tradição do RPG que é discutir alinhamentos. Assim, o jogador advogado de regras poderá colocar um alinhamento leal e bom em seu personagem e fazer tudo diferente só para atazanar o mestre lembrando que o alinhamento em T20 não pode interferir na mecânica. Ou seja, está lá pela zoeira, trolagem e D.R.s mesmo!


    Como muitos livros básicos de RPG, Tormenta 20 traz um cenário nativo, o de Arton, entretanto, se o mestre e o grupo desejarem, poderão criar seu próprio mundo (reino, cenário) de fantasia medieval usando as regras mecânicas trazidas pelo livro.


    Tormenta é o título do cenário e o capítulo 9 detalha e resume toda a história até o presente deste, podendo ser convertido para qualquer outro sistema de RPG que o grupo queira jogar. Com efeito, devemos lembrar que o sistema de Tormenta 20 é uma variação do sistema d20 da OPEN GAME LICENSE Version 1.0a da Wizards of the Coast, Inc. de 2000, assim como seu antecessor, o Tormenta RPG.


    O grupo que tiver o livro anterior pode simplesmente continuar jogando a história atualizada com a versão antiga do sistema, passar a história antiga deles para a versão nova do sistema, atualizar a história no Tormenta Alpha para 3D&T ou para qualquer outro sistema que já recebeu Tormenta ao longo de sua história desde a Dragão Brasil impressa nos anos 1990.


    Com efeito, e tendo em vista a regra de ouro de todo RPG, o grupo pode jogar o cenário de Tormenta em qualquer outro sistema que desejar e que dê suporte a temática medieval fantástica e vice-versa. O que os autores fizeram em Tormenta 20 foi atualizar o ajuste do cenário a um sistema modificado que favorece o desenvolvimento de histórias específicas naquele cenário, Arton, o mundo da Tormenta.


    E olhe só, o simpático Pé de Vento não existe em um universo só, ele já tinha sido criado antes, foi adaptado para Tormenta 20 e quis ter uma versão em Tormenta Alpha para 3D&T também. Afinal, ele sabe que o multiverso existe e quer ter o máximo de versões possíveis no máximo de mundos possíveis!


    3D&T – Defensores de Tóquio 3ª Edição Alpha - Ficha de Personagem
    Nome: Pé de Vento
    Pontos: 5
    Escala: N
    Características:
    Força: 0
    Habilidade: 4+1(halfling)=5
    Resistência: 1
    Armadura: 0
    Poder De Fogo: 0+1(halfling)= 1
    Pontos de Vida: 5
    Pontos de Magia: 5
    Pontos de Experiência:
    Vantagem única: halfling (1 ponto).
    Vantagens: crime (1 ponto); natação, pesca e culinária (1 ponto);
    Desvantagens: modelo especial (0 ponto); munição limitada (-1 ponto); má fama (-1 ponto) ladrão; código da derrota (-1 ponto).
    Kits:
    Tipos de Dano:
    Força: corte e perfuração (adaga).
    Poder de Fogo: perfuração (pistola).
    Magias Conhecidas: nenhuma.
    Dinheiro e Itens: equipamentos de arrombamento, adaga, (que para ele é uma espada curta), uma pistola pequenina, munição, mochila, dinheiro, amuleto de comunicação etc.
    História: Tormenta Alpha para 3D&T.

    Boas leituras… e, epa!? Achei um goblin aqui no cantinho!

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    Nessa minha interpretação bem livre do Goblin do Cantinho para T20, parti do princípio que, antes de ter sido forçado a lutar na arena clandestina, o Goblin foi criminoso e, posteriormente, tornou-se ladino. Depois eu vi que tinha opções melhores de origens, que combariam até melhor com ladino ou com a história narrada na Guilda do Macaco e no podcast Dragão Brasil. Bem feito para mim! Antes de começar a criar qualquer coisa em um RPG é bom ler o livro inteiro antes.


    3D&T – Defensores de Tóquio 3ª Edição Alpha - Ficha de Personagem
    Nome: Goblin Do Cantinho
    Pontos: 5
    Escala: N
    Características:
    Força: 0
    Habilidade: 3
    Resistência: 1 +1(goblin)=2
    Armadura: 1
    Poder De Fogo: 0
    Pontos de Vida: 10
    Pontos de Magia: 10
    Pontos de Experiência:
    Vantagem única: goblin (-1 ponto)
    Vantagens: infravisão (0 ponto); crime (1 ponto); genialidade (1 ponto).
    Kits:
    Desvantagens: má fama (0 ponto); munição limitada (-1 ponto).
    Tipos de Dano:
    Força: corte e perfuração (espada ou adaga).
    Poder de Fogo: perfuração (flechas).
    Magias Conhecidas: nenhuma.
    Dinheiro e Itens: espada longa (para ele) e adaga.
    História: livremente adaptado a partir da Guilda do Macaco para T20 e 3D&T. Criado por Guilherme Dei Svaldi.

    Concluindo: a dica “Leia o livro todo.” ou simplesmente “Leia o livro.” não é uma dica esnobe. É que RPG é uma diversão que reúne: leitura, escrita, interpretação, aleatoriedade (rolar dados e tirar a sorte), improvisação e querer contar uma história em conjunto. Ou seja, em RPG, ler é parte da diversão.


    Tormenta 20 é publicado pela editora Jambô e, a essa altura, já deve estar disponível em várias livrarias reais e virtuais e no site da editora. Já estava disponível com os apoiadores do nível Mercadores da Guilda, encontrei no site de um deles por R$189,90, já esgotado, no site da Jambô, já deve estar a venda, mas ficará (ou ficou) em pré-venda até todos os apoiadores receberem. Devo ter errado alguma coisa, em algum cálculo em alguma ficha? Talvez! Encontrando algum (ou mais erros), favor deixar em comentários educados. Agora sim, boas leituras, que Nimb lhe conceda boas rolagens e bons jogos!


Rodrigo Rosas Campos


    Para Saber Mais: mas afinal, o que é esse tal de sistema d20 do qual o sistema de Tormenta 20 deriva?


    O d20 System, hoje, é editado pela Wizards of the Coast. O sistema d20 de RPG foi originalmente desenvolvido por Gary Gygax e Dave Arneson, criadores do D&D original, que evoluiu para o AD&D, que evoluiu e voltou a se chamar apenas D&D e cujo sistema de regras se tornou aberto, o d20 System, em 2000 e, hoje, pode ser usado para desenvolver qualquer cenário.


    O sistema é aberto. Mas o que significa isso? Significa que o leitor pode desenvolver e comercializar seu cenário utilizando o sistema de regras do d20 sem pagar nada a ninguém, desde que respeite as regras da licença estabelecidas pela Wizards of the Coast. O mesmo valendo para as regras mecânicas de seu derivado Tormenta 20. Note que regras é diferente de cenário e personagens, as regras são abertas, personagens e cenários específicos (histórias específicas) não.


    Para se ter uma ideia da liberdade que esse sistema oferece, Mutantes & Malfeitores utiliza o sistema d20 com modificações e é de uma editora concorrente da Wizards of the Coast nos EUA. Aqui, no Brasil, Tormenta RPG e Tormenta 20 utilizam modificações do sistema d20. Tormenta também possui versões oficiais e mais antigas para o sistema 3D&T e outros sistemas nacionais, muito deste material pode ser garimpado em sebos na antiga Dragão Brasil impressa.


    Para mais informações em português sobre o sistema d20 e seus derivados, aconselho os canais RPG Planet e Nerd & Nerd. Muitos outros canais também são bons, mas estes são os melhores e mais complementares canais sobre RPG do Brasil hoje.






segunda-feira, 22 de fevereiro de 2021

Literakaos Entra Em Recesso Indefinido

 




Rodrigo Rosas Campos


    Isso pode significar o fim das atualizações no blog Literakaos? Pode. Mas não vou remover meus posts de lá. Ana e Gaby tiraram seus posts de lá por razões que pertencem a elas. Agradeço muito as duas pelo tempo em que compartilhamos aquele agradável espaço virtual. Eu, por outro lado, não tenho por que dar exclusividade de meus textos, sendo que o Literakaos não exige exclusividade.

    Acontece que não existe caos com uma pessoa só, a inteface do WP mudou e eu não estou com paciência nem dinheiro para reaprender tudo de novo. Logo, como já disse, o que eu postei lá continuará lá, mas agora, minhas resenhas, ensaios, matérias, garimpos de gibis etc. vêm para o blog do Juvenal. Talvez, um dia eu retome o LK? Talvez, mas não prometerei nada.

    A decisão de parar de postar no LK se deu muito por conta das tiras do Juvenal e companhia, ou eu bem foco o meu tempo livre na produção de novas tiras, ou eu bem me preocupo em selecionar as tiras que serão republicadas no LK. No ano de 2020, cheguei a programar tiras no LK para as segundas de janeiro e fevereiro de 2021.

    Se, um dia, eu vier a retomar o LK, vou usar os fins de semana para postagens da série “Literakaos Apresenta” lá, afinal, eu realmente estive disposto a aprender a nova interface e recolocar no LK o que fora planejado para o LK. Entretanto, não existe caos com uma pessoa só. Só retomarei o LK se mais pessoas quiserem postar alí com regularidade, minimamente mensal.

    Somente me comprometo em atualizar a página do LK no Facebook com minhas resenhas, ensaios e matérias sobre livros. As tiras que eventualmente postarei na página do LK no Face, seguirão os critérios da Ana na seleção de tiras. Quanto as demais redes sociais, ficarão abandonadas mesmo, desculpe. As redes sociais estão muito desanimadoras nestes tempos.

    Obrigado mais uma vez a Ana e a Gaby pela parceria duradoura, obrigado por todas as leitoras e leitores do LK, meus posts continuarão lá, boa sorte, vida-longa e próspera para todos vocês.

    Boas leituras, até breve!

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

LK apresenta [Resenha] Declaração Universal dos Direitos Humanos Ilustrada pelos Artistas do Chiaroscuro Studios – Para os Que Ainda não Entenderam, Eles Desenharam


Para os que ainda não entenderam, os artistas do Chiaroscuro Studios desenharam, arte-finalizaram e coloriram a Declaração Universal dos Direitos Humanos para ressaltar a importância desses direitos fundamentais e inerentes a todos nós, os seres humanos. Agora, só não vai entender quem não quiser entender, afinal, eles desenharam.

    O contexto dessa Declaração começa como o fim da Segunda Grande Guerra Mundial em decorrência das atrocidades perpetradas pelos nazistas. Não que não houvesse atrocidades anteriores, mas o fim da segunda guerra mostrou ao mundo que algo deveria ser feito. Havia a necessidade de resguardar e universalizar o direito de todas as pessoas do planeta, independentemente de cor da pele, etnia, religião, pensamento etc. contra abusos de grupos opressores. Assim, a Organização das Nações Unidas surge em 1945 e em 10 de dezembro de 1948 a Declaração Universal dos Direitos Humanos é adotada.

    Lamentavelmente, as atrocidades contra seres humanos continuaram a acontecer e acontecem até os dias de hoje; o que só ressalta ainda mais a importância e a atualidade deste texto que nos lembra que lutas como liberdade de expressão, de religião, combate ao racismo, à misoginia, direitos civis de toda ordem, liberdades sexuais, defesa do meio ambiente entre tantas outras causas que deveriam ser consenso, são lutas eternas travadas no dia a dia contra abusadores e antidemocratas de toda ordem.

    O livro ora resenhado foi o anuário do Chiaroscuro Studios de 2020, financiado via financiamento coletivo. R$90,00 (versão simples sem autógrafos ou esquetes) mais frete diferenciado por estado. Provavelmente estará a venda no site do Chiaroscuro Studios assim que todos os apoiadores receberem suas recompensas. A equipe é formada por artistas gráficos que trabalham para editoras norte-americanas de quadrinhos e que são agenciados pelo Chiaroscuro Studios daqui mesmo do Brasil. Com efeito, a maioria é de brasileiros. Atualizando: não estará a venda, mas os donos do estúdio fizeram declarações sobre os bastidores e o futuro da publicação em um vídeo, neste vídeo, confira aí!

    O livro tem artes (desenhos, arte final e cores) de: Adriana Melo (páginas 108 e 109); Adriano Di Benedetto; Alex Lins; Alex Shibao; Alisson Borges; Allan Jeff; Andrei Bressan; Anthony Marques; Breno Tamura; Bruno Oliveira; Cris Bolson; Cris Peter; Daniel HDR (páginas 120 e 121); Daniel Maia; Danilo Beyruth; Dijjo Lima; Diógenes Neves; Douglas Franchin; Eber Ferreira; Eddy Barrows; Eduardo Pansica (páginas 110 e 111); Elton Thomasi; Felipe Watanabe; Ig Guara; Ivan Reis; Joe Prado; Jonas Trindade; José Luis; Julio Brilha; Julio Ferreira; Leonardo Romero; Lucas Meyer; Lucas Werneck; Marcelo Di Chiara; Marcelo Maiolo; Marcio Fiorito; Marcio Hum; Marcio Menyz; Marcio Takara; Mauro Fodra; Mike Deodato; Natália Marques (cores da sobrecapa); Nuno Plati; Oclair Albert; Oren Junior; Paulo Siqueira; Péricles Júnior (arte da capa, contracapa e sobrecapa); Rafael Pimentel; RB Silva; Ricardo Jaime; Robson Rocha; Rod San; Rodney Buchemi; Rodrigo Spiga (páginas 78 e 79); Rogê Antônio; Ronan Cliquet; Ronilson Freire; Ruy José; Thony Silas; Wilton Santos; Yildiray Çinar; Zé Carlos. O produtor do projeto é Ivan Costa. Os editores desta publicação foram Ivan Freitas da Costa e Joe Prado.

    Esta edição também conta com um prefácio do Emicida e um posfácio da Andreza Delgado. Cada artigo da declaração é acompanhado por um painel que foi feito por um ou mais de um artista do estúdio. E cada painel mostra, visualmente, a importância de preservar o direito ao qual ele se refere.

    Nos painéis vemos imagens da história dos direitos humanos. Fatos, ativistas, vítimas, manifestações. Passam pelas páginas do livro Marielle Franco, Rosa Parks, Martin Luther King Jr., Nelson Mandela, Greta Thunberg, sim, ela mesma, pois o direito de viver num planeta limpo e sustentável é um direito humano de todos nós; Kim Phuc, a menina de 9 anos vítima do napalm na guerra do Vietnã, cuja foto rodou o mundo como uma denúncia dos horrores da guerra.

    O livro também mostra a situação de anônimos que passam por violações em seus direitos até hoje pelo mundo. Famintos, parentes em busca de filhos desaparecidos, vítimas de abusos de autoridades, a necessidade do direito ao asilo político e a importância de distinguir crimes comuns de perseguições oficiais e antidemocráticas por conta de opiniões, orientações sexuais, religião, etnias ou cor de pele.

    A importância do voto universal, o direito ao trabalho e ao lazer, as escolhas plenas na constituição de famílias, liberdade de pensamento, a propriedade pelo fruto de seu trabalho, seja intelectual ou não, e a dignidade mínima que todos precisam para viver. Direitos como privacidade e autonomia e o limite que o direito de todos possuem na hora de lidar com os outros.

    Dentre as ilustrações, destaco as páginas: 8 de Leo Rodrigues (lápis), Jonas Trindade (arte-final) e Dijjo Lima (cores); 10 com arte de Zé Carlos; e 128 com arte de Alisson Borges. Todos os painéis que retratam a importância de seus respectivos artigos estão excelentes, mas vou destacar aqui somente os painéis das páginas duplas: 42 e 43 com arte de Rafael Pimentel; 54 e 55 com arte de Rod San; e o das páginas 56 e 57 com arte de Felipe Watanabe por não poder falar de todos, isso deixaria de ser uma resenha para ser um conjunto de descrições. O livro também não trouxe um índice detalhado por artista, que página fez e o que fez (lápis, nanquim ou cores), mas tendo em vista a mensagem, isso é só um detalhe. Eu poderia fazer isso? Poderia, mas aí esta resenha demoraria bem mais para sair.

    Agora que os direitos humanos estão desenhados, espero que as pessoas entendam a importância da luta por esses direitos que são de todos nós, diretos estes que já deveriam ser mais do que causas, deveriam ser consensos.

Boas leituras, boas reflexões, boas pesquisas históricas em livros, jornais e revistas e até breve!

Rodrigo Rosas Campos

    P.S.: o texto da Declaração Universal dos Direitos Humanos pode ser baixado gratuitamente no site da ONU em vários idiomas, incluindo o português.

    P.S.: O lucro deste livro foi doado para algumas ONGs. Fique a vontade para clicar na imagem e ampliar.



    Comentários não educados serão apagados.

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