sábado, 25 de abril de 2015

Encontros Casuais

P.S.: A esta altura, todos sabem que é Juvenal, o Velho Hippie, Apresenta, não é? Divirtam-se e até breve!

segunda-feira, 20 de abril de 2015

O Tabu do Passado (ou A Confissão de Um Alterador da História)

O Tabu do Passado
(ou A Confissão de Um Alterador da História)

Conto de Rodrigo Rosas Campos

A polícia é chamada para entrar num apartamento em que o morador não dá sinal de vida há muito tempo. Entrando lá encontram um suicida e sua carta. A carta diz:

“Muitos negam a possibilidade de se viajar para o passado e mudá-lo. Mas tudo o que pode ser imaginado, pode ser feito, nem lembro quem falou isso originalmente, mas isso pouco importa agora. Tendo em vista o mundo que nos cerca, parece ser verdade. Nada garante que vivemos a história que deveríamos viver. Bem verdade que, para a maioria das pessoas isso não faz a menor diferença. Não pela insignificância delas, não me entendam mal, mas pela real indiferença mesmo. A maioria das pessoas está confortável e não questiona esse conforto. A maioria se acomoda até com as piores condições. A grande ironia é que o viajante que altera a história cria uma história que nunca precisou ser alterada. O tempo se auto regula e o ato do viajante vira um sonho do mesmo, como se o viajante nada tivesse feito de verdade para que o tempo corresse diferente. O que isso quer dizer? Que o sujeito que altera a história não tem como provar que foi o responsável por isso e que a história verdadeira seria outra, o sonho que ele teve e do qual acordou. Se ele tentar provar a verdade será tachado de louco delirante. O erro de acreditar que o sonho do viajante é o que ele gostaria realmente, está no fato de que ninguém alteraria uma situação agradável. Quem muda a história não gosta da história que estava vivendo. O problema é que mudar a história não garante o desenrolar desejado pelo viajante. Quer impedir a chegada de um ditador ao poder? Corre o risco de abrir as portas do poder a alguém bem pior. Quer impedir a infelicidade de alguém? Esteja disposto a sacrificar sua própria felicidade. Mas os viajantes do tempo não pensam nisso ao alterarem o passado. Toda essa realidade vira fantasia diante do poder regulador do tempo e da eternidade. Nos julgamos plenamente livres, mas a liberdade plena seria saber tudo com antecedência e escolher exatamente o que gostaríamos que acontecesse. Como o ator de teatro famoso que escolhe a peça e o papel exato que interpretará, mas nem ele pode prever se a montagem terá sucesso de crítica ou de público. Quem sou eu? Um sonhador sem nome. Quer dizer, eu tenho um nome, mas não direi nessa carta. Afinal, minha verdade é só um sonho para vocês. Já vou ser considerado louco por não poder provar a verdade que afirmo. Mas não se preocupem, para a maioria de vocês, nada disso fará diferença.
18/04/2015.”

O policial relê a carta do suicida várias vezes. Se perguntando como os loucos podem acreditar em suas loucuras e por que alguém se mataria sem assinar a carta e sem documentos, para dificultar a própria identificação: “Se não tivesse vendo as evidências por mim mesmo, acreditaria que ele foi assassinado e quiseram fazer parecer um suicídio.”. Um coquetel de calmante e veneno para que dormisse antes de morrer. Não é qualquer um que produz isso.

É claro que o suicida foi identificado, com o tempo e as investigações, sua identidade foi oficialmente confirmada. Mas o fato nem saiu nos jornais. Entrou nas estatísticas e não fez diferença para ninguém.

© Rodrigo Rosas Campos, 2015.

sexta-feira, 10 de abril de 2015

Juvenal, O Velho Hippie #18


[Resenha] Kamaleon: Um Mundo de Cores Kamaleônicas


Rodrigo Rosas Campos

No livro Kamaleon, Camila B. Monteiro pinta um mundo paralelo ao nosso, onde os personagens, lampys, trocam suas cores e as do mundo ao redor de acordo com o estado emocional e a maturidade: uma brilhante metáfora sobre as mudanças da vida e do humor das pessoas em relação a essas mudanças.
 
A história foca num ritual de passagem, onde todos os jovens lutam para serem o escolhido (ou a escolhida) que fixará as novas cores predominantes da nova era de Kamaleon. Esse torneio, na verdade, é decidido pelos conselheiros que acompanham de perto a vida dos participantes e elegem o eleito por votação.
 
Em meio a tudo isso, Lilly Prans é eleita a nova escolhida por sua capacidade além do normal de colorir o mundo ao redor. O que ela não sabe é que sua vida está ligada a segredos envolvendo o passado obscuro de Kamaleon e que a missão que a aguarda é bem maior do que simplesmente definir as novas cores predominantes de seu mundo.
Questões psicológicas, morais, éticas são abordadas num contexto leve de pura fantasia e magia em um novo universo dentro de um multiverso da melhor tradição da ficção científica inglesa com o tempero de nossa atual linguagem jovem. Tudo isso são só algumas das muitas referências que um leitor experiente consegue identificar em apenas 128 páginas.
 
Camila B. Monteiro traça um mosaico aquarelado harmônico e divertido. É como estar dentro de um caleidoscópio ou de um fractal. Sem dúvida um livro que será distinto para cada leitor, agradando a cada um de maneira diversa. Crianças se sentirão dentro de um jogo de Tetris. Leitores mais cinzas verão que a leveza do texto apresenta temas importantes e fundamentais para que as crianças possam entender e começar a refletir. É sem dúvida, uma bela história sobre perdão e redenção.

[Resenha] Diário Macabro RPG Versão Beta

    Sim, isso é uma resenha de um RPG em fase beta. Descobri esse sistema ao consultar o site da editora do quadrinho Ink Madness . Diário ...