terça-feira, 31 de janeiro de 2023

[Resenha] Hacking Wave: Cyberpunk em Quadrinhos Made in Brazil

Publicada pela Zapata Edições em 2017, Hacking Wave traz duas histórias cyberpunks ilustradas por Pedro Okuyama.

A primeira é Sol Negro no Horizonte, escrita por Larissa Palmieri. Nela, um grupo de quatro hackers desativa o domo de proteção de uma cidade exigindo um resgate de sete milhões. É claro que o prefeito da cidade de Andrômeda e os agentes da corporação que a controla comercialmente estão no encalço dos garotos em fuga em um carro. Uma fuga emocionante onde os próprios hackers podem ser hackeados e capturados a qualquer momento.

A segunda história é Faça a Revolução, escrita por Zaheer. Pensando nos cérebros como computadores, habilidades podem ser gravadas, copiadas ou apagadas das pessoas. Quando companhias privadas possuem até os cidadãos, o ouvido absoluto de uma musicista pode ser considerado crime para que esta habilidade possa ser incorporada num gadget.

Assim, pessoas desaparecem a medida em que novos produtos surgem no mercado para quem puder pagar. Se um neuro hacker não for rápido o suficiente, o ouvido absoluto de sua amiga será drenado para virar um produto, incapacitando de vez toda a mente da pessoa.

Se nossos heróis terão sucesso contra o sistema opressor, isso é o que o leitor descobrirá. Hacking Wave resgata a ação e a adrenalina de obras cyberpunks dos anos 1980 com um tempero típico dos livros do gênero.

Hacking Wave está a venda na loja da Zapata Edições, formato americano, miolo preto e branco, lombada canoa grampeada, 32 páginas, R$ 15,00 mais eventual frete.

Boas leituras,

Rodrigo Rosas Campos


P.S.: Esta é uma resenha atrasada de 2022. Ainda não coloquei tudo em dia. Para que este texto fosse publicado o mais breve possível, não conferi o preço até o dia da postagem.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2023

[Resenha] Escafandro: O Flautista de Hamelin, Conto dos Irmãos Grimm, Adaptado Para os Quadrinhos na Visão do Impagável Marcatti

    A série de revistas Escafandro, da Ultimato do Bacon Editora, nos traz O Flautista de Hamelin, conto dos Irmãos Grimm e no poema de Goethe, adaptado para os quadrinhos por Marcatti para todas as idades mesmo! É uma adaptação para lá de ácida, com várias camadas para todas as idades e você pode entregar para molecada sem medo.

    Somente nessa edição, fui surpreendido com a informação de que houve o desaparecimento real de 130 crianças da cidade de Hamelin e que isso deu início a lenda se seu flautista. Basicamente, todos conhecem a história. A cidade está infestada de ratos, um flautista mágico é contratado para se livrar dos roedores, ele faz o serviço, o prefeito lhe dá um calote e, em retaliação, o flautista leva todas as crianças para fora da cidade, nem ele nem as crianças são vistos novamente.

    Qual é o diferencial da versão do Marcatti? Acidez, muita acidez. Piadas com várias camadas de entendimento, segura para crianças, adolescentes e adultos curtirem o mesmo quadrinho de formas diferentes. Duplo sentido é regra, as vezes com 3 ou mais sentidos.

No desenho, Marcatti nunca teve tão inspirado. Sua arte em Escafandro: O Flautista de Hamelin não deve nada aos quadrinhos de Uderzo e lembra muito o refinamento do mestre belga no auge da série Asterix. De todas as adaptações da série Escafandro é a que mais usa licenças poéticas para mudar as fontes originais deixando nela uma brasilidade paulistana ímpar. É um Marcatti com certeza.

    Como todas as Escafandros que trouxeram adaptações, esta edição também não tem os nomes dos autores originais na capa, mas esse é o único defeito desta edição brilhante. A edição possui formato americano, lombada canoa grampeada, em cores, R$22,00 mais o eventual frete. Está a venda na loja virtual da editora Ultimato do Bacon e em gibiterias e livrarias reais e virtuais.

Boas leituras,

Rodrigo Rosas Campos

P.S.: Esta é uma resenha atrasada de 2022. Ainda não coloquei tudo em dia. Para que este texto fosse publicado o mais breve possível, não conferi o preço até o dia da postagem.

domingo, 29 de janeiro de 2023

[Resenha] Escafandro: O Pássaro Azul, A Peça de Maurice Maeterlinch Com Base no Conto de Marie-Catherine Le Jumel de Barneville é Adaptada para Quadrinhos Por Roberta Cirne

    A série de revistas Escafandro, da Ultimato do Bacon Editora, nos traz O Pássaro Azul em quadrinhos. O Pássaro Azul é uma peça de Maurice Maeterlinch com base no conto de Marie-Catherine Le Jumel de Barneville  e foi adaptada por Roberta Cirne, texto adaptado, desenhos, arte-final e cores. Além do conto e da peça, Roberta Cirne também usou adaptações cinematográficas para inspirar esta adaptação. Com cores de aquarela, ela nos brinda com poesias em imagens e diálogos.

    Na história, dois irmãos partem em uma jornada num mundo de sonhos para encontrar o pássaro azul. No caminho de ambos, fadas e elementais os conduzirão a vários países oníricos ora os ajudando, ora se contrapondo a eles. O Pássaro Azul é um conto de fadas tradicional para todas as idades.

    Como todas as Escafandros que trouxeram adaptações, esta edição também não tem os nomes dos autores originais na capa, mas esse é o único defeito desta edição brilhante. A edição possui formato americano, lombada canoa grampeada, em cores, R$22,00 mais o eventual frete. Está a venda na loja virtual da editora Ultimato do Bacon e em gibiterias e livrarias reais e virtuais.

Boas leituras,

Rodrigo Rosas Campos

P.S.: Esta é uma resenha atrasada de 2022. Ainda não coloquei tudo em dia. Para que este texto fosse publicado o mais breve possível, não conferi o preço até o dia da postagem.



sábado, 28 de janeiro de 2023

[Resenha] Ménage #5, Um Jornal Para Lá de Polêmico com Reportagens Quentes de Marcatti, Germana Viana e Laudo Ferreira

Desaconselhável para menores de 18 anos!

    Ménage #5 traz 40 páginas e 3 autores. Os três são encarregados tanto dos respectivos textos quanto dos desenhos e das arte-finais. A palavra da vez é jornal. Para os que ainda não conhecem a série Ménage, que absurdo, cada revista tem um tema e o tema é um objeto, um substantivo concreto e não vivo. Vamos as histórias da edição:

    Toni Musanti, o médium detetive, está de volta na história De Pai Para Filho. Aqui vemos o espírito de um pai, Zelão, pedindo ajuda a Toni. Zelão quer ser lembrado por seu filho, que aos poucos está esquecendo a figura paterna. Toni pede ajuda a Delon e ambos vão para o cemitério de indigentes onde o corpo de Zelão fora enterrado. Ir além daqui é dar spoilers. Esta é a segunda aventura completa de Toni Musanti por Laudo Ferreira.

    A segunda e a quarta história se complementam. Palavras Cruzadas e Coluna Social são os mais novos capítulos da saga de Nós Quatro, onde dois casais lutam pelo direito de serem quem são diante de uma sociedade homofóbica. Essas já precisam das anteriores para dar o contexto. Nós Quatro é a série de Germana Viana.

    A história do Marcatti é a primeira parte da série No Encalço de Josielder Coelho, um velho muito safado que mistura sonhos e realidade num mesmo conjunto de memórias o que resulta uma história para lá de bizarra e escatológica. Bom, é uma história do Marcatti.

    Duas histórias que continuam na 6, personagens recorrentes feitos pelo Laudo e pelo Marcatti; Germana, uma marvete confessa, vide várias lives de Youtube, é má influência para os amiguinhos; ela os está marvelizando. Nenhuma sacanagem é maior do que histórias que continuam na próxima edição. Daqui a pouco veremos o omininbus…, onimi…, a edição ônibus da Ménage, grande, grossa e com capa dura. Se bem que faz todo o sentido uma edição grande, grossa e dura numa revista chamada Ménage, mas isso provavelmente só acontecerá depois da edição 500.

    O preço da edição é de R$ 20,00 (mais eventual frete), miolo preto e branco, grampeada, formato paraguaio (americano reduzido). Nesta edição, Laudo faz a capa. Os gibis também se encontram em algumas gibiterias virtuais, caso se esgotem nas lojinhas dos autores. O gibi já está disponível a todos. Esta é uma resenha atrasada de 2022. Ainda não coloquei tudo em dia. Para que este texto fosse publicado o mais breve possível, não conferi o preço até o dia da postagem.

Boas leituras!

Rodrigo Rosas Campos

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Garimpando No Evento FLIRENA – Festa Literária do Renascença Clube 2022: O Livro Negro dos Sentidos



Para maiores de 18 anos!


Os eventos literários no Brasil, por menores que sejam, precisam ser estimulados e divulgados. São momentos em que leitores e escritores podem interagir sem intermediários. A série “Garimpando No Evento...” fala de livros que foram comprados diretamente com os criativos nos eventos, como a FLIRENA – Festa Literária do Renascença Clube 2022.

A pedra garimpada de hoje é o Livro Negro dos Sentidos das organizadoras Ángélica Ferrarez, Jurema Araújo e Fabiana Pereira, prefácio de Elisa Lucinda, publicado pela Mórula Editorial e foi garimpada no evento FLIRENA – Festa Literária do Renascença Clube 2022. Disponível, R$ 38,00 mais eventual frete no site da Mórula Editorial. O livro é uma combinação de contos, poemas e memórias de autoras pretas sobre sexo.

Os textos são divididos em categorias: preliminares; toque; som; sabor; cheiro; olhar e todos os sentidos. Como os poemas e contos são muito curtos, as vezes até os títulos dão pistas sobre os desfechos, não os comentarei um a um nesta resenha.

Você (leitora ou leitor) não quer spoilers, quer? Não. Foi o que pensei. As autoras são: Aira Luana Nascimento, Angélica Ferrarez, Carmen Faustino, Cassia Valle Atriz, Conceição Evaristo, Cristiane Sobral, Dandara Suburbana, Debora do Nascimento, Fabiana Pereira, Helena Theodoro, Janete Santos Ribeiro, Jaque Alves, Juh de Paula, Jurema Araújo, Lourence Alves, Luciana Luz, Luciana Palmeira, Maitê Freitas, Mirian Alvez, Rosane Jovelino, Selma Maria da Silva, Sheila Martins e Taís Espirito Santo.

Todos os textos contos, poemas e memórias trazem as perspectivas de mulheres pretas, independentes e empoderadas sobre o modo como elas vivenciam o sexo e o desejo. É um livro sobre lugar de fala e traz todas as nuances de vidas plenas de prazer, autonomia e desejo.

Lembrando que é para maiores, é erótico mesmo, aconselho a leitura a noite, se for a dois fica melhor ainda. Boas leituras,


Rodrigo Rosas Campos


P.S.: Esta é uma resenha atrasada de 2022. Ainda não coloquei tudo em dia. Para que este texto fosse publicado o mais breve possível, não conferi o preço até o dia da postagem.

terça-feira, 3 de janeiro de 2023

Garimpando em Gibiterias Especial Compacto - Zumbis e Outras Criaturas das Trevas

Desaconselhável para menores de 18 anos.

    Zumbis e Outras Criaturas das Trevas foi uma antologia de quadrinhos em uma edição única e especial com publicações (até então inéditas) e republicações de vários criadores nacionais de quadrinhos de terror. Foi publicada em 2012 pela Editorial Kalaco. São 25 histórias em quadrinhos em 240 páginas, um conto em prosa, um poema ilustrado e muitas matérias sobre terror em quadrinhos no Brasil, quadrinhos de terror em geral e terror no cinema. Estas linhas falarão da edição como um todo, querendo uma resenha completa, mais detalhada, história a história, clique aqui. Este foi um dos primeiros garimpos de gibi e a versão completa não tinha a introdução padrão. Não tinha nem o nome "Garimpando em Gibiterias".

    O formato é o magazine, capa cartão e miolo em papel-jornal, o que rendeu duras críticas na época do lançamento, principalmente tendo em vista o preço final, caro para 2012. Também teve duas capas alternativas e a Comix não mandou a capa que eu escolhi. Se bem que, mesmo com o frete, paguei menos que o preço de capa de 2012: Comix perdoada. As capas alternativas também foram alvo de duras críticas do público e da crítica na época do lançamento. Caça-níquel manjado nos EUA (e até aqui no Brasil) para vender mais edições com o mesmo conteúdo.

    Não há um índice (ou sumário), e isso é a mais imperdoável das falhas. As histórias também não estão separadas por republicadas e inéditas e as republicadas não estão na ordem cronológica. Enfim, as histórias foram colocadas de forma aleatória mesmo. Queria que tivessem na ordem de publicação original, da mais antiga para as inéditas, mas quem sou eu?

    De fato, a qualidade da edição (da revista em si) é muito ruim. Em todo caso, não serei eu mais um a atirar pedras no aspecto técnico. Tenho certeza que a Editorial Kalaco fez o que pôde para tornar a edição o mais atraente, abrangente e acessível possível a um novo público. Publico esse que, vamos e venhamos, gosta de colecionar capas alternativas e depois reclama.

    Só o fato da Kalaco ter republicado nomes que fizeram a história das histórias em quadrinhos no Brasil, nos anos mais duros de nossa história, merece todo o nosso reconhecimento e aplauso. Uma época em que o terror sobrenatural era metáfora e válvula de escape ao terror real que foi a ditadura militar. Da minha parte, a Kalaco está perdoada.

    As histórias que foram republicadas eram antigas, mas não imaginava o quão antigas eram. Nem todas estão com a data da publicação original, mas há republicações de 1957, 1969, 1970, auge das HQs de terror no Brasil, e até da década de 1980, quando o terror cedeu espaço para os super-heróis nas bancas de jornais. Daí para frente as publicações de terror em quadrinhos nacionais no Brasil passaram a ser bem esporádicas mesmo. Essa despreocupação de contextualizar o leitor em cada história é outro ponto ruim da edição. Nem todas as matérias se referem às histórias e aos artistas que aparecem na edição.

    Aí um leitor pode perguntar: “Mas o que há no terror brasileiro que não há no estrangeiro?”. Pegada, ou melhor, pegação explícita! Até os zumbis são trabalhados no erotismo, imagine os vampiros e lobisomens.

    Como o próprio título fala, os zumbis são os astros, mas outras criaturas das trevas dão as caras. Também foram convidados para esta festa... digo, edição: vampiros, sobretudo o Drácula, convidado de honra pela pena de Shimamoto; lobisomens; alienígenas, sim, eles também estão aqui; bestas e demônios.

    Alguns artistas que trabalhariam para editoras norte-americanas também aparecem, mas nenhum usando os nomes americanizados, usados para ganhar mercado nos EUA. A contracapa e o expediente até publicam os nomes mais conhecidos pelos leitores das editoras gringas, mas os créditos internos põem seus nomes reais, usados antes deles publicarem lá para fora.

    A liberdade criativa dos quadrinhos independentes nacionais de terror é gritante. Várias histórias diferentes mostram causas diferentes para os zumbis, afinal, estamos no multiverso do folclore e dos mitos. Bem verdade que muitos decidem não explicar os zumbis, mas, em algumas tramas, a explicação faz diferença criando um contexto para aquele mundo e cada autor ou equipe cria seu próprio mundo. Todas as 25 histórias são auto contidas e completas. Prato cheio para leitores casuais e novos.

    É uma edição de colecionador? Sim. Pela qualidade inestimável de histórias que deveriam estar em edições em catálogo permanente em livrarias e gibiterias, mas estamos no Brasil. A garantia desse valor fica por conta de Rodolfo Zalla, Jayme Cortez, Antônio Rodrigues, Shimamoto entre outros. Há também a primeira publicação de uma história da série São Paulo dos Mortos, idealizada e escrita por Daniel Esteves, e um Mike Deodato Filho antes da fama. Fora um Roko Loko, porque the zoeira never end! É uma edição de colecionador com certeza. Merecia uma republicação revisada e melhorada, com um índice, galeria de capas originais e com as duas capas alternativas, textos contextualizando cada história, histórias na ordem em que foram originalmente publicadas, contos, poemas e matérias gerais no final como extras e, no mínimo, um papel offsete no miolo? Sim, merecia. Kalaco, fica a dica!

    Se puderem, bons sonhos e boas leituras!

    Rodrigo Rosas Campos



domingo, 1 de janeiro de 2023

Atrasos (continuação)


 Saindo do estaleiro, mas ainda pegando leve. Coisas que já estavam prontas saíram há pouco tempo. Algumas republicações de tiras, garimpos de gibis e resenhas de livros que não são mais lançamentos já foram programadas para os próximos meses em meses anteriores, mas ainda estou em atraso com publicações novas e eventos recentes, eu sei, compensarei na medida do meu possível.

Um próspero 2023 para todos!

Obrigado pela compreensão,

Rodrigo Rosas Campos

[Resenha] Diário Macabro RPG Versão Beta

    Sim, isso é uma resenha de um RPG em fase beta. Descobri esse sistema ao consultar o site da editora do quadrinho Ink Madness . Diário ...