terça-feira, 30 de agosto de 2022

[Matéria] Heróis do Nerdcast RPG Cthulhu Para C4

Criação de regra e adaptações livres sem fins comerciais: Rodrigo Rosas Campos

Introdução

    Este texto foca na adaptação dos personagens jogadores que aparecem no primeiro episódio do Nerdcast RPG Cthulhu. Como não há exorcismo entre os poderes de C4, criei uma regra mecânica para aplicar ao D. Azaghal. É claro que o Búfalo precisou estar aqui para proteger, e aguentar, o velhinho implicante, digo, difícil de lidar. E para os preguiçosos, fiz os demais personagens do Nerd Cast RPG Cthulhu também.

A Mecânica do Exorcismo

    Exorcismo em C4 entra nas regras opcionais de poderes. Exorcismo permite expulsar entidades, normalmente demônios e espíritos malignos, dos corpos de outros personagens; não é autoaplicável. Pré requisitos: conhecimento (teologia)+4; ter em seu conceito clérigo, sacerdote, frei, padre etc., ou seja, o(a) personagem deve ser um(a) sacerdote de alguma crença. Para melhorar seu desempenho, de acordo com o nível de dificuldade estabelecido pelo mestre, o jogador deve gastar pontos de energia.

    Ficha de Personagem de C4
    Nome: D. Azaghal
    Conceito: padre exorcista, difícil de lidar.
    Pontos de Vida: 5
    Pontos de Energia: 35
    Perícias etc.:
    * conhecimento (teologia)+4
    * exorcismo +4
    * coragem +2
    * lábia +2

    Ficha de Personagem de C4
    Nome: Búfalo
    Conceito: lutador de boxe e veterano da primeira guerra.
    Pontos de Vida: 30
    Pontos de Energia: 10
    Perícias etc.:
    * combate (boxe)+4
    * combate (armas de fogo)+2
    * potência +4
    * veículos +2

    Ficha de Personagem de C4
    Nome: Thomas Faraday
    Conceito: físico teórico e inventor. Ele é da mesma família do famoso Michael Faraday.
    Pontos de Vida: 20
    Pontos de Energia: 20
    Perícias etc.:
    * conhecimento (física) +4
    * tecnologia +4
    * armas de fogo +2
    * veículos +2

    Ficha de Personagem de C4
    Nome: Billy
    Conceito: um simpático beagle.
    Pontos de Vida: 20
    Pontos de Energia: 20
    Perícias etc.:
    * percepção +4
    * acrobacia +4
    * coragem +2
    * potência +2

    Ficha de Personagem de C4
    Nome: Venkman
    Conceito: parapsicólogo.
    Pontos de Vida: 20
    Pontos de Energia: 20
    Perícias etc.:
    * conhecimento (psicologia) +4
    * conhecimento (ocultismo) +3
    * conhecimento (psiquiatria) +3
    * combate (armas de fogo)+1
    * veículos (carros) +1

    Ficha de Personagem de C4
    Nome: O´Flanagan
    Conceito: ex-padre que perdeu sua fé, ateu, ex-combatente e cozinheiro.
    Pontos de Vida: 20
    Pontos de Energia: 20
    Perícias etc.:
    * combate (lança-chamas) +2
    * conhecimento (culinária) +4
    * conhecimento (teologia) +4
    * veículos +2

Licença Aberta de C4

    A licença mecânica do sistema C4 é aberta, ou seja, qualquer material pode ser publicado usando as regras (mas não personagens e ilustrações) de C4.
    C4 é um sistema de RPG criado por Tiago Junges. A editora Coisinha Verde é a detentora dos direitos de publicação desse material, que pode ser baixado gratuitamente em (http://coisinhaverde.com.br).


sábado, 27 de agosto de 2022

[Resenha] A Morta Apaixonada e Outros Contos de Théophile Gautier

   A Morta Apaixonada e Outros Contos de Théophile Gautier é uma publicação conjunta da editora Wish e da Clepsidra que traz quatro contos de terror de Gautier: A Morta Apaixonada, O Cachimbo de Ópio, O Pé da Múmia e O Cavaleiro Duplo. A Morta Apaixonada dá o título do volume e narra o romance proibido entre a vampira Clarimond e o padre Romuald, que passa a levar uma vida dupla por conta disso. Publicada originalmente em 1836 na França, A Morta Apaixonada é mais antiga do que Carmilla.

    O Cachimbo de Ópio é um título meio autoexplicativo e é considerado autobiográfico. Sob efeito de ópio, Théophile Gautier acreditou ter visto o fantasma de uma mulher desconhecida. Ela diz que se seu cadáver for beijado, poderá reviver por seis meses e viver um caso de amor com ele nesse meio tempo.

    Em O Pé da Múmia, um homem vai a um antiquário, acha que um pé mumificado é um pedaço quebrado de uma estátua e, mesmo depois do vendedor ter esclarecido o engano, ele compra esse pé mumificado de uma princesa egípcia para usar como peso de papel. A noite, a múmia, dona do pé, vai até a casa dele para ver se recupera o pé que falta. Eu sei, falando assim soa muito esquisito, mas você se surpreenderá com o meio e com o desfecho. A melhor história do livro!

    O Cavaleiro Duplo é a história de um nobre de nascimento suspeito que terá que enfrentar seu duplo místico de estrela vermelha para, enfim, saber de quem herdou tudo o que tem. Soa mais como uma história moralista que sobrenatural.

    Não esperem, caros(as) leitores(as), histórias de terror e horror macabras e sinistras, o tom dos textos, apesar de sobrenatural, é bem ameno. Como se fantasmas, múmias, duplos e vampiros fossem verdadeiramente corriqueiros e cotidianos. É uma excelente leitura se você não olhá-la com os olhos do presente e sim como uma etapa do que conhecemos como terror e horror hoje.

    Falando um pouco mais sobre as quatro histórias: o final d´A Morta Apaixonada é um tanto quanto abrupto, e até sem graça para falar a verdade, mas o conto é bom, apesar disso. Não chega a ser tão erótico ou empolgante quanto parece, mas é realmente bom. A originalidade de Clarimond se revela na capacidade dela entrar nos sonhos de seus amados e, ao contrário da maioria dos vampiros que só se aproveitam de suas vítimas e fingem sentimentos, ela tem uma capacidade legítima de amar seu objeto de desejo, sua vítima da vez. O Cachimbo de Ópio é divertido, mas é algo que você, com certeza, já leu de forma melhor ou pior com outro autor.

    O Pé da Múmia é a melhor história do livro, quebra todas as expectativas dos leitores e é a que tem os melhores diálogos. Sem dúvida, o mais inusitado de todos, mostrando a múmia não como um monstro, mas como uma boa negociadora, afável e adorável. Esse é um daqueles contos que comentar como se deve é só para quem leu tudo. Acredite, não há spoilers neste comentário, isso é só o começo. O Cavaleiro Duplo é a menos interessante, mas traz uma metáfora razoável da dicotomia humana, ainda que de forma maniqueísta e pueril.

    As ilustrações da capa e as novas ilustrações internas para A Morta Apaixonada são de Caroline Murta, há também fotos do autor e ilustrações variadas de vampiras na literatura, não apenas de Clarimond, mas de outras também. Os demais extras do livro acrescentam informações históricas sobre os textos. Há muitas notas de rodapé do tradutor, se bem que acho que um glossário no final seria melhor. Mas o principal extra do livro é o poema As Marcas Amarelas, também de Théophile Gautier, que versa sobre uma vampira em três versões; a versão original em francês; uma tradução mais livre, um tanto quanto literal e uma tradução mais técnica, procurando manter métrica e rimas do original em francês para o português.

    Há ainda um prefácio do tradutor sobre vampiros na literatura que é melhor deixar para o final por conter spoilers das histórias de Gautier no volume; uma biografia de Théophile Gautier escrita por um dos editores; agradecimentos e a lista dos apoiadores do financiamento coletivo. Sim, o livro foi publicado por financiamento coletivo em publicação conjunta entre as editoras Wish e Clepsidra. Já está a venda nos sites da Wish e da Clepsidra, na Wish está por R$ 54,00 (mais eventual frete).

    Para quem não conhece, a Wish e a Clepsidra são duas das editoras que costumam publicar no Brasil textos e livros que, apesar de estarem no domínio público há décadas, nunca foram publicados no Brasil ou que raramente foram republicados no Brasil, uma tendência desde os anos 2000 para preencher lacunas históricas de nosso mercado editorial. Bem verdade que o catálogo da Wish também é formado por livros contemporâneos, com coletâneas de novos autores e destaque para a pesquisa documental The Five.

Boas leituras,

Rodrigo Rosas Campos

P.S.: Adaptação livre de Clrarimond para o sistema de RPG 3D&T por Rodrigo Rosas Campos.

    3D&T – Defensores de Tóquio 3ª Edição Alpha -Ficha de Personagem
    Nome: Clarimond
    Pontos: 20
    Características:
    Força: 1
    Habilidade: 1
    Resistência: 5
    Armadura: 0
    Poder De Fogo: 0
    Pontos de Vida: 25
    Pontos de Magia: 25
    Pontos de Experiência:
    Vantagens: forma de névoa (1 ponto); imortal (1 ponto); invulnerabilidade (3 pontos) só fogo, água e magia ferem um vampiro; magia negra (1 ponto); riqueza (2 pontos); artes (2 pontos); audição aguçada, faro aguçado e radar (1 ponto); Aceleração (1 ponto); Manipulação (2 pontos); Magia elemental espírito (2 pontos).
    Desvantagens: vampiro (-1 ponto); dependência (0 ponto) sangue; maldição (0 ponto); fobia (-1 ponto) água benta; vulnerabilidade a químico (-1 ponto) água.
    Tipos de Dano:
    Força: esmagamento.
    Poder de Fogo:
    Magias Conhecidas: ela é uma NPC obrigatória, todas as magias disponíveis para magia negra e para magia elemental espírito com destaque para mundo dos sonhos.
    Dinheiro e Itens: não cabem aqui. Destaque para o palácio e para a tumba.
    História: A Morta Apaixonada de Théophile Gautier.

terça-feira, 23 de agosto de 2022

[Resenha Compacta] Os Estranhos Hóspedes do Hotel Nicanor de Ota e Flávio Colin


+18


    Já fiz uma resenha mais completa deste livro falando inclusive de seus bastidores e dos extras da edição. Querendo mais detalhes, clique aqui. Para quem não quer tantos detalhes, esta resenha foca na história em quadrinhos propriamente dita. Sob os pseudônimos de Juka Galvão e J. Batalha, Otacílio d´Assunção Barros, o Ota, lendário editor, escritor e desenhista da Mad In Brazil, escreveu e Flávio Colin desenhou Os Estranhos Hóspedes do Hotel Nicanor.

    A história é um terrir da melhor qualidade, onde o riso culpado é a regra. Originalmente publicada na década de 1980 e reiniciada na década de 1990, o politicamente correto ainda não vigorava, fique avisado(a) MESMO! A trama começa quando dois criminosos veem seu carro atolado em meio a uma tempestade. Mas há uma placa, indicando o Hotel Nicanor e é para lá que eles vão. Nicanor é um senhor simpático, mas fica desesperado quando os hóspedes inesperados chegam, afinal, o hotel está lotado por uma convenção que ainda está para chegar.

    Sem saber inicialmente que está lidando com criminosos em fuga, Nicanor tenta fazê-los ir embora da forma mais educada possível, mas eles insistem em ficar, a força se preciso, só para descobrirem, tarde demais, que a convenção é de estranhos monstros casados com estranhas bruxas e que esses estranhos hóspedes se alimentam de carne humana.

    Ir além daqui é dar spoilers. Como já foi dito, o tom é satírico, politicamente incorreto, mas sempre crítico e ácido, tanto em relação a sociedade brasileira da década de 1980, quanto a sociedade brasileira da década de 1990. A história tem duas versões, uma iniciada em 1981 e outra iniciada em 1994, e ambas estão neste livro. A versão de 1994 explica melhor a natureza daqueles monstros e bruxas, mas a da década de 1980 é a que conseguiu mostrar mais personagens e histórias, indo mais longe. Infelizmente, Flávio Colin viria a falecer em 2002. Ota não quis continuar o Hotel Nicanor sem Colin.

    Ota e Colin poderiam ter continuado de onde a história original, iniciada em 1981, parou, mas optaram por recomeçar tudo do zero porque os tempos eram outros e o traço de Colin já estava muito mais refinado. Fora que em 1981 e 1982, o Brasil ainda vivia a ditadura militar, ao passo que em 1994 já estávamos na democracia, rumando para o plano Real. Retomar a história antiga talvez não conversasse com a nova geração da época. Esta edição traz um resgate de um clássico do terrir nacional que ficou inacabado, mas que, ainda hoje, se mostra atual, divertido e que influencia novas gerações de leitores, escritores e desenhistas de quadrinhos.

    O livro tem 216 páginas em preto e branco, formato 21 x 29,7 cm, lombada quadrada, capa cartão com orelhas, R$ 84,90 (mais eventual frete), extras excelentes e surpreendentes, é da editora MMarte Produções. Pode ser comprado na loja da editora que costuma disponibilizar para outras lojas, reais e virtuais. Se demorar um pouco, é porquê os compradores da pré-venda ainda estão recebendo. Concluindo: é uma história em quadrinhos cômica, alegre e que nos faz pensar através do riso, ainda que culpado.

Boas leituras,

Rodrigo Rosas Campos


segunda-feira, 22 de agosto de 2022

[Resenha] Os Estranhos Hóspedes do Hotel Nicanor de Ota e Flávio Colin

+18

    Esta era para ser mais uma edição especial em homenagem ao desenhista de histórias em quadrinhos Flávio Colin, que fez os desenhos dessas histórias, falecido em 2002, mas, infelizmente, acabou sendo uma homenagem dupla. Juka Galvão e J. Batalha, os nomes que aparecem nos créditos de textos das publicações originais do Hotel Nicanor eram pseudônimos de Otacílio d´Assunção Barros, o Ota, lendário editor, escritor e desenhista da Mad In Brazil, que morreu recentemente em 2021.

    Ota ainda estava vivo quando esta edição especial começou a ser gestada, mas não a viu publicada. Certa vez, ele declarou que só terminaria novas tramas do desafortunado Nicanor, se fosse se encontrar com Colin. A Essa altura, os dois já devem estar trabalhando nisso. Mas vamos a resenha da edição e por partes, como os hóspedes de Nicanor fariam. Antes de falar da história em si, falarei do que está no livro na ordem em que aparece:

    A série Os Estranhos Hóspedes do Hotel Nicanor foi publicada originalmente nas revistas Spektro #20, Spektro #21, Spektro #22, Spektro #24 e Almanaque do Terror #04, de fevereiro de 1981 até setembro de 1982. Essa foi a primeira fase. Há ainda um roteiro inédito do Ota que nunca foi desenhado por Colin.

    Passados os anos, pulamos para 1994, quando Ota funda sua própria editora, a Ota Comix, e é lançada a revista Hotel do Terror, retomando a série. Entretanto, nessa nova publicação, como os tempos haviam mudado, Ota e Colin decidiram recomeçar a história em uma minissérie em 3 partes, com textos e desenhos refeitos. Infelizmente, as crises econômicas da época levaram a editora Ota Comix a falência e só o número 1 de 3 foi lançado. A história do 2 chegou a ser desenhada e consta deste encadernado como último trabalho do Colin. O terceiro número do reboot do Hotel Nicanor nunca foi desenhado.

    A Ilha dos Monstros, o RPG: sim, Ota começou a escrever um RPG expandindo o universo do Hotel Nicanor. Na verdade, é uma ambientação com 8 páginas, ainda sem regras mecânicas, mas com uma boa descrição do cenário e dos personagens. Mostra inclusive alguns vestígios de planos para roteiros futuros, que não foram levados a cabo depois da morte de Colin. Se você é mestre de RPG, aí está sua chance de criar e testar um sistema caseiro ou fazer um hack para o sistema genérico de sua preferência: GURPS, 3D&T, BRP, Fate, C4 etc, para abarcar o mundo do desafortunado Nicanor.

    Os extras que se seguem são páginas ainda a lápis de Colin bem como ilustrações diversas que chegaram a ser publicadas, mas com uma história de promoção da Ota Comix que ficou inacabada. Depoimentos de artistas que conheceram Ota e Colin estão no início do volume até para fazer uma apresentação mais caprichada, com destaque para o prefácio de Júlio Shimamoto.

    “Mas e a história, Rodrigo?” - Bom, a história é um terrir da melhor qualidade, onde o riso culpado é a regra. Originalmente publicada na década de 1980 e reiniciada na década de 1990, o politicamente correto não vigorava, fique avisado!

    A história começa quando dois criminosos, assaltantes de joias na versão de 1981 e sequestradores na de 1994, veem seu carro atolado em meio a uma tempestade. Mas há uma placa, indicando o hotel do Nicanor e é para lá que eles vão. Nicanor é um senhor simpático, mas fica desesperado quando os hóspedes inesperados chegam, afinal, o hotel está lotado por uma convenção que ainda está para chegar.

    Sem saber inicialmente que está lidando com criminosos em fuga, Nicanor tenta fazê-los ir embora da forma mais educada possível, mas eles insistem em ficar, a força se preciso, só para descobrirem, tarde demais, que a convenção é de estranhos monstros casados com estranhas bruxas e que esses estranhos hóspedes se alimentam de carne humana.

    Ir além daqui é dar spoilers. Como já foi dito, o tom é satírico, politicamente incorreto, mas sempre crítico e ácido, tanto em relação a sociedade brasileira da década de 1980, quanto a sociedade brasileira da década de 1990.

    A versão de 1994 e a ambientação de RPG acabam explicando melhor a natureza daqueles monstros e bruxas, mas a da década de 1980 é a que conseguiu mostrar mais personagens e histórias e se vê que ela iria muito além do que foi, até além do texto não desenhado, se a editora Vecchi não tivesse acabado.

    Com efeito, a ambientação de RPG escrita pelo Ota dá dicas de como seriam as próximas histórias em quadrinhos, mas, infelizmente, a editora Ota Comix também não se manteve e Colin viria a falecer em 2002. Ota não quis continuar o Hotel Nicanor sem Colin.

    Ota e Colin poderiam ter continuado de onde a história original parou, mas optaram por recomeçar tudo do zero porque os tempos eram outros e o traço de Colin já estava muito mais refinado. Fora que em 1981 e 1982, o Brasil ainda vivia a ditadura militar, ao passo que em 1994 já estávamos na democracia, rumando para o plano Real. Retomar a história antiga talvez não conversasse com a nova geração da época. Infelizmente, ainda convivíamos com a hiperinflação, herança da ditadura militar e a Ota Comix não resistiu a aquela economia caótica.

    O livro tem 216 páginas em preto e branco, formato 21 x 29,7 cm, lombada quadrada, capa cartão com orelhas, R$ 84,90 (mais eventual frete), editora MMarte Produções. Pode ser comprado na loja da editora que costuma disponibilizar para outras lojas, reais e virtuais. Se demorar um pouco, é porquê os compradores da pré-venda ainda estão recebendo.

    Concluindo: fica o legado de Colin e Ota que, apesar de todas as adversidades, pensaram na renovação de publico até seus respectivos derradeiros dias. Enfim, esta foi uma resenha triste para uma história em quadrinhos cômica, alegre e que nos faz pensar através do riso, ainda que culpado.

Boas leituras,

Rodrigo Rosas Campos

sábado, 20 de agosto de 2022

[Resenha] Almanaque da Tina #01

    Há algum tempo, a série Almanaque Turma da Tina foi cancelada. Justamente quando a Graphic MSP Tina: Respeito foi lançada com sucesso, nunca entenderei isso. O mesmo aconteceu com as séries Almanaque Turma do Penadinho e Almanaque Turma do Astronauta. Estas séries foram iniciadas na editora Globo, chegaram na Panini com numeração renovada e foram descontinuadas justamente quando seus personagens títulos ganhavam maior destaque. Eis que, em agosto de 2022, tenho uma boa surpresa, vejo em bancas o Almanaque da Tina número 1.

    Assim como o antigo Almanaque Turma da Tina, o novo Almanaque da Tina é destinado a republicar histórias antigas da Tina e de seus amigos, Rolo, Pipa e Zecão. Formatinho, desta vez com lombada grampeada, apesar do título almanaque, em cores, R$ 9,90.

    As histórias deste novo número 1 são excelentes, mas muitas já haviam sido republicadas até mesmo no antigo Almanaque Turma da Tina. Ou seja, apesar de ser uma excelente leitura para os fãs mais novos da Tina, a curadoria das histórias deixou muito a desejar para quem colecionava o antigo título.

    Pelo traço, pelo texto e pela história da Tina e de sua turma nos quadrinhos, o título seguirá misturando histórias de várias décadas, de um tempo em que os créditos específicos por histórias não eram colocados na linha do Maurício de Sousa. Já neste primeiro novo número 1, temos histórias até da década de 1980 do tempo da editora Abril.

    A Tina é a personagem adolescente do Maurício de Sousa, a verdadeira Mônica jovem, que apareceu nas histórias em 1970; como todos os bons personagem de quadrinhos, Tina e sua turma não envelhecem e suas histórias oscilam do ensino médio e os primeiros namoros ao primeiro emprego, ou seja, há uma Tina para cada história e a cronologia não é um fardo, todas as histórias podem ser lidas sem medo. Em 2019, Tina ganhou a Graphic MSP Respeito, escrita e ilustrada por Fefê Torquato. Ela é uma grande personagem dos quadrinhos brasileiros juntamente com seus amigos Rolo, Pipa e Zecão. Dito isso, só resta esperar que este Almanaque da Tina #01 seja o primeiro de uma série sem fim. Longa vida ao Almanaque da Tina!

    Boas Leituras,

    Rodrigo Rosas Campos

sexta-feira, 19 de agosto de 2022

Resenha Compacta de Primeiros Segundos, Livro de Microcontos de Vários Autores

    Normalmente faço uma resenha conto a conto de livros de contos de vários autores, mas, nesse caso, não dá, este é um livro de microcontos, quase haikais. Logo, terei que fazer uma resenha o mais compacta possível.


    Cada conto tem em média 3 linhas, o livro também é bem compacto o que dá um conto por página.

    Os contos versam sobre o cotidiano em todas as suas nuances felizes e infelizes, alguns são diálogos rápidos outros, narrações bem rápidas. Em poucas palavras contam histórias completas e cheias de significados.

    O livro é da editora Andross, organizado por Edson Rossato e tem como uma de suas autoras, Melissa Barbosa. Não consegui achar o preço no site da editora.

    Não dá para falar mais sem dar spoilers. Então:

Boas leituras!

Rodrigo Rosas Campos

quinta-feira, 18 de agosto de 2022

Garimpando No Evento A Belle e a Feira: Criaturas Bizarras de Outro Planeta, As Aventuras de Calvin e Haroldo por Bill Watterson

    O mercado de quadrinhos no Brasil é muito fraco, sejamos honestos. Por esse motivo, os eventos de quadrinhos no Brasil, por menores que sejam, precisam ser estimulados e divulgados. São momentos em que leitores e criadores de quadrinhos (escritores e desenhistas) podem interagir sem intermediários. A série “Garimpando No Evento...” fala de quadrinhos que foram comprados diretamente com os criativos nos eventos, ou não, como é o caso de hoje.

    A pedra garimpada de hoje é Criaturas Bizarras de Outro Planeta, As Aventuras de Calvin e Haroldo por Bill Watterson e foi garimpada no evento A Belle e a Feira em 13 de agosto de 2022. Nesse evento, temos expositores que eventualmente são os criadores e também expositores que são só vendedores de livros usados, afinal, essa feira é organizada pelo sebo Belle Époque e também tem artesanato diversificado e roupas. Mas vamos ao Calvin:

    “Às vezes eu acho que o indício mais óbvio de que existem formas de vida inteligente fora da Terra é que nenhuma delas tentou entrar em contato conosco.” (Watterson, 2008, p. 3). Isso é o que Calvin fala a Haroldo quando vê uma árvore derrubada. Na sequência de tiras que dá título ao livro Criaturas Bizarras de Outro Planeta, As Aventuras de Calvin e Haroldo, Bill Watterson fala de poluição e meio ambiente pelo olhar criativo e inteligente de uma criança de 6 anos. Mas o texto é bem divertido e você soltará boas gargalhadas com isso. Nada melhor do que rir para refletir.

    É claro que outros temas também aparecem no livro Criaturas Bizarras de Outro Planeta, As Aventuras de Calvin e Haroldo. Versátil, Bill Watterson escreve e desenha as tiras de Calvin sobre diversos assuntos, vida de pais de uma criança agitada, escola, imaginação infantil entre outros são os temas que permeiam todas as tiras de Calvin.

    Infelizmente, essa edição da Conrad de 2008 é toda em preto e branco, mesmo nas tiras maiores de domingo. Originalmente, Calvin foi uma tira de jornal estadunidense publicada em diversos jornais pelo mundo, incluindo o Brasil. Uma tira que só não deixa mais saudades, pelo fato da Conrad mantê-la em catálogo permanente, o que facilita achar edições antigas em sebos e feiras do livro, como esse evento em que fui. Logo, ter algumas tiras dominicais sem as cores é um preço pequeno a se pagar.

    Outros destaques são as séries dentro da série: Calvin, o tiranossauro; Calvin, o inseto; o bravo astronauta Spiff e a origem do herói Estupendo-Man, que o tradutor da Conrad traduziu como Homem-Estupendo, mas que no Globinho era Estupendo-Man e que, na minha cronologia pessoal, sempre será Estupendo-Man!

    Arrisco dizer que Calvin é o melhor quadrinho já produzido nos EUA em todos os tempos. Simples sem ser simplório, a forma básica como Bill Watterson mostra Calvin nos rende mais do que apenas boas risadas, as tiras são carregadas de reflexões e críticas, ora implícitas, ora explícitas, da sociedade de consumo em que somos criados nas grandes cidades do mundo. Em termos mundiais, arrisco dizer que só Asterix supera Calvin em qualidade.

    Enfim, Calvin é uma obra-prima para todas as idades e Criaturas Bizarras de Outro Planeta é parte dessa obra maior em todas as suas 128 páginas com uma média de 3 tiras por página e páginas das tiras dominicais maiores.

    Outra coisa boa acerca da série Calvin como um todo é que o autor Bill Watterson realmente acredita em suas convicções e as vive. Ele parou a série, o que faz dela uma grande história fechada com início, meio e fim, fator crucial para que Calvin seja uma verdadeira obra de arte em quadrinhos e não só mais uma TM como os personagens da distinta concorrente e da casa das ideias que quase nunca foi maternidade. Bill Watterson é um crítico ferrenho da sociedade consumista e não há nenhum produto licenciado de Calvin. Ou seja, se você tem bonecos ou camisetas do personagem, são piratas, no sentido de que não são licenciados, pois seu autor se recusa a licenciar o personagem para não ficar preso as exigências comerciais de nenhum licenciante.

    Antes de concluir, é importante dizer que o evento A Belle e a Feira foi feito pela livraria de livros usados Belle Époque que pegou fogo recentemente e precisa de sua ajuda. Se puder, doe livros na Rua Soares número 50 no Méier, Rio de Janeiro, ou dinheiro no Pix: 21 97625-7600. Entre em contato com a Belle Époque nas redes sociais.

    Este garimpo tem periodicidade indefinida, mas, se você quer conhecer mais, na área de pesquisa deste blog, digite “garimpando” e clique no botão “pesquisar”. Assim, você verá tanto os outros garimpos de eventos como o “Garimpando em Gibiterias”. Faça a mesma coisa no site Literakaos.

    Boas leituras!

    Rodrigo Rosas Campos


segunda-feira, 15 de agosto de 2022

[Resenha] Um Dia Como Qualquer Outro, Contos Diversos de Melissa Barbosa


    Um Dia Como Qualquer Outro é o primeiro livro de contos publicado por Melissa Barbosa pela editora Giostri. Possui várias histórias curtas, contos, de temáticas bem variadas sendo a maioria de duas páginas. No total, o livro tem 84 páginas.

    Não há como falar de conto a conto, uma vez que são curtos, mas alguns destaques precisam ser feitos. O que dá título ao volume, Um Dia Como Qualquer Outro, fala de um ônibus em que os passageiros e o motorista entram no que parece um estranho nevoeiro. Eles começam a achar que morreram e surgem discussão e debates sobre a vida, a morte, o medo de morrer ou de deixar algo incompleto.

    Outros contos propõe a mesma pegada, de repente, a realidade apresenta uma brecha e algo fantástico surge como uma metáfora literal dentro da trama para falar do modo passivo como as pessoas passam a aceitar qualquer coisa em seus cotidianos, como peixes nadando no ar. Em outros contos, as pessoas resistem, mas resistem como podem.

    A pegada geral do livro é bem surreal. A autora enfatiza as estranhezas do cotidiano sob a forma de uma fantasia que reflete sobre a realidade. O resultado é uma fantasia onírica que permeia sonhos e pesadelos, pesadelos que se tornam sonhos, sonhos que se tornam pesadelos e assim por diante.

    Lançado em 2016, o livro está esgotado no site da autora (https://www.melissabarbosa.com.br/loja/), ou seja, os interessados terão que procurar sebos reais e virtuais e bibliotecas públicas. E para os que quiserem experimentar a versatilidade de Melissa Barbosa antes, ela também é autora e desenhista dos Quadrinhos Marotos (https://www.quadrinhosmarotos.com/).

    Boas leituras!

    Rodrigo Rosas Campos

quarta-feira, 10 de agosto de 2022

[Resenha] Maxwell, o Gato Mágico de Alan Moore em Textos e Desenhos

    Mais uma edição de Alan Moore no Brasil que mostra o início brilhante de uma carreira brilhante. É isso que o leitor verá no encadernado Maxwell, o Gato Mágico da Pipoca e Nanquim, finalmente em capa cartão e preço mais acessível. Nessas tiras de jornais de início de carreira, Moore escreve e também desenha. O quê? Essa informação não é suficiente para você ir correndo comprar e ler? Tudo bem, falarei um pouco mais.

    Em Maxwell, o Gato Mágico, Alan Moore usou um pseudônimo, Jill de Ray. Fazendo tanto textos como desenhos, Moore testou todos os limites dos quadrinhos abusando de metalinguagem e explorando todas as possibilidades dos quadros e dos requadros em tiras de cinco quadros cada. Certo, a tira inaugural teve 10 quadros, 5 em cima e 5 em baixo.

    Maxwell é um gato que veio do espaço, é mágico e fala. Logo que chega a Terra, é encontrado e adotado por Norman, mas os adultos ao redor dele não acreditam nas capacidades do gato, achando que o garoto está, na melhor das hipóteses, imaginando coisas.

    Através das tiras de Maxwell, Alan Moore satirizou a tudo e a todos de forma mordaz e sarcástica. A política da época, 1979 a 1986, fanatismo religioso, séries de TV, quadrinhos, cinema, costumes, nada escapou aos comentários mordazes e a língua felina e ferina de Maxwell e de seus outros coadjuvantes, os mais estranhos animais que já povoaram uma tira de quadrinhos.

    Bem verdade, que muito deste material está datado, mas pasmem, foi feito para ser datado! Foi feito para falar do presente da Inglaterra e do mundo na época. Esse tipo de coisa faz muita falta hoje em dia, o poder e as instituições precisam ser questionados sempre e nenhum(a) líder deve ser mitificado. Tiras assim são úteis para despertar nosso senso crítico sobre tudo, principalmente, sobre política.

    Entretanto, como todo bom artista, Moore produz muitas tiras que continuam desconcertantemente atuais, principalmente quando brinca com a linguagem dos quadrinhos através da metalinguagem, ou quando trata de fanatismo religioso e de líderes religiosos picaretas que só querem o dinheiro dos fiéis ou poder político através da religião.

    Os extras do Pipoca e Nanquim são incríveis e realmente relevantes! Destaques para uma tira perdida, a tira em homenagem ao último número do jornal, o Northants Post, onde a tira saiu de 1979 a 1986, depoimentos de Alan Moore e de outros artistas, de editores, releituras e homenagens de outros artistas para o Maxwell etc.

    Maxwell, o Gato Mágico é a primeira republicação da Pipoca e Nanquim, agora em capa cartão. Finalmente a editora começou a linha tão prometida para leitores de verdade e não para colecionadores de lombada vaidosos enfeitadores de estante. Só espero agora que venham outros títulos da editora nesse mesmo formato.

    E se a arte da capa de Raphael Salimena feita para a edição brasileira em capa cartão não convenceu Alan Moore que Maxwell, o Gato Mágico é uma verdadeira obra-prima dos quadrinhos, nada mais o convencerá.

    Não posso deixar de concluir essa resenha sem lembrar que Moore se aposentou não tão recentemente assim. Por um lado, é uma pena; por outro, quem pode julgar alguém que quer parar no auge? Entretanto, aficionado por videogames que sou, não posso deixar de notar que em sua série de tiras de Maxwell, Moore faz uma paródia do jogo Space Invaders em apenas 5 quadros. Na revista 2000AD, ele fez uma adaptação completa desse mesmo jogo em 2 páginas na série de Tharg com o título Escaramuça, publicada no Brasil. Escaramuça é a melhor adaptação de videogame para os quadrinhos de todos os tempos, é genial, só tem duas páginas.

    Também em Maxwell, ele ainda faz uma paródia do Pac-Man em 5 quadros. Por que não entregam a Alam Moore o reboot do Esquadrão A.T.A.R.I. e todas as adaptações de roteiros de games oficiais para o cinema e os quadrinhos? Será que rola um financiamento coletivo para tirá-lo da aposentadoria? Vale a pena ficar na esperança? Eu sonho com coisas que queria que ele tivesse escrito e que não escreveu. Por quê? Se Maxwell for o seu primeiro Alan Moore e você quiser mais depois, saberá o porquê.

    Sem mais delongas, boas leituras!

    Rodrigo Rosas Campos

segunda-feira, 1 de agosto de 2022

[Resenha] Contos de Honra e Sangue de Wander Antunes

    Cinco histórias curtas completas com texto, arte e cores de Wander Antunes sobre o sangue derramado em nome da honra. Cinco reflexões sobre o derramamento de sangue em nome da honra e sobre se a honra realmente exigiria tais imolações. Normalmente, eu daria um rápido resumo de cada história na ordem que elas aparecem, uma vez que são apenas cinco e de um mesmo autor. Mas resolvi deixar a mais dissonante para o final.

    O Bem-Amado Ditador narra a história de guerrilheiros e de um exército durante uma guerra civil e o troféu é o cadáver de um ditador. Os guerrilheiros querem exibir a cabeça do tirano como um troféu e os soldados querem enterrar o corpo de forma digna.

    Uma Questão de Honra dois duelistas lutam espadas sem questionar suas verdadeiras motivações, sob o pretexto de uma honra ferida. O mundo muda, problemas reais surgem, lutas por direitos civis acontecem, guerras derramam mais e mais sangue e os duelistas duelam ao longo do tempo sem se questionarem sobre caminhos alternativos a morte de seres humanos provocada por outros seres humanos. Uma Questão de Honra é um poema gráfico sobre a falácia da honra justificando derramamentos de sangue sem sentido.

    O Retorno do Herói narra a história de um único sobrevivente de guerra de uma cidade pequena. Todos os jovens que foram mandados para o front morreram, só um sobreviveu. Acontece que esse sobrevivente atrai a atenção de todas as mulheres da cidade deixando os homens com ciúmes e prestes a executarem um plano de assassinato. Os traídos dizem estar agindo em nome da honra, mas será o ciúme uma questão de honra ou um sentimento doentio de posse em relação aos corpos de suas mulheres?

    Tempestade Sobre a Montanha narra a história de dois fazendeiros falidos por impostos abusivos caçando um revolucionário que luta contra o governo que os arruinou. Um excelente exemplo de como demagogos lançam um povo contra si mesmo em nome de interesses pessoais escusos.

    O Cavaleiro e o Dragão é uma história num mundo em que temos dragões. Por seu elemento fantástico é a que mais destoa das anteriores, mas uma coisa permanece mesmo num mundo fantástico habitado por dragões, a mesquinhez humana que em nome da honra comete baixezas bem reais, mesmo num mundo irreal com dragões. Pode-se dizer que o dragão é uma metáfora de nossa mesquinhez e também pode-se dizer que o dragão pioraria nossa mesquinhez se existisse.

    As cinco histórias batem numa tecla comum, o discurso da honra para justificar a hipocrisia. O “dois pesos e duas medidas”. As polarizações e o ódio que prejudicam muitos e beneficiam poucos. Precisaria uma pessoa verdadeiramente honrada matar outra pessoa? A resposta é não, mas a honra é usada como justificativa para assassinatos, torturas e violência feita por hipócritas que são tudo, menos honrados. São cinco histórias sobre guerras e brigas que mostram como guerras e brigas são coisas ruins e que não deveriam ser romantizadas ou enaltecidas jamais.

    Possui 66 páginas, capa cartão, em cores, é a primeira publicação de lombada quadrada editada pelo Ultimato do Bacon. A venda no site da editora, em gibiterias e em livrarias (reais ou virtuais) a R$ 42,99 (mais eventual frete).

Boas leituras,

Rodrigo Rosas Campos

[Resenha] Diário Macabro RPG Versão Beta

    Sim, isso é uma resenha de um RPG em fase beta. Descobri esse sistema ao consultar o site da editora do quadrinho Ink Madness . Diário ...