terça-feira, 30 de maio de 2023

Garimpando em Gibiterias Especial: Vozes - 12 Vozes Em Quadrinhos Sem Textos Em Uma Resenha Compacta


   Sem o uso de textos para diálogos e recordatórios, as histórias em quadrinhos sem palavras precisam passar a mensagem usando a sequência de quadros, o virar das páginas e as expressões faciais e corporais dos personagens. Não é fácil fazer isso. Quando feita por uma dupla, o roteirista precisa criar um texto narrativo que será traduzido em imagens, não será visto pelo leitor, mas terá que ser lido através das imagens. Quando feita por uma só pessoa, este desenhista também precisa escrever uma sequência de acontecimentos para não se perder. É preciso deixar as páginas de quadrinhos fluídas e compreensíveis. Poucos artistas de quadrinhos conseguem isso, os 12 desse livro conseguiram, todas as onze histórias do livro são bem compreensíveis.

    Histórias mudas (e curtas) em quadrinhos são raras hoje em dia, mas esta é uma tradição que remonta o início mesmo das histórias em quadrinhos. Vozes é um livro formado de histórias curtas e é um pouco difícil falar de histórias curtas, em todo caso, se você quiser uma resenha mais completa conto a conto, clique aqui.

    O livro possui histórias de vários temas e estilos, umas divertidas, outras para refletir e é uma excelente porta de entrada para leitores casuais de quadrinhos, pois todas as histórias são fechadas e completas.

    As artes de introdução das histórias foram feitas por Marllon Silva. Arte da capa por Matias Streb. Prefácio de Ju Loyola. Possui 132 páginas, capa cartão, lombada quadrada, editada pelo Dínamo Estúdio. Vozes não é mais um lançamento, procure na loja do Dínamo Estúdio e em outros pontos de venda de gibis.

Boas leituras,

Rodrigo Rosas Campos

segunda-feira, 29 de maio de 2023

Garimpando No Evento Sábado de Quadrinhos: Calafrio #70

    O mercado de quadrinhos no Brasil é muito fraco, sejamos honestos. Por esse motivo, os eventos de quadrinhos no Brasil, por menores que sejam, precisam ser estimulados e divulgados. São momentos em que leitores e criadores de quadrinhos (escritores e desenhistas) podem interagir sem intermediários. A série “Garimpando No Evento...” fala de quadrinhos que foram comprados diretamente com os criativos nos eventos.

    A pedra garimpada de hoje é a Calafrio #70 de Março de 2021 e foi garimpada no evento Sábado de Quadrinhos na Biblioteca Parque de Niterói, R$15,00, formato magazine, miolo preto e branco. Você não leu errado, foi março de 2021 e nem é a edição mais recente.

    Já faz tempo que os títulos Calafrio e Mestres do Terror voltaram pela editora Ink & Blood Comics, mas a distribuição é o seu maior gargalo. Ela está a venda em algumas gibiterias e pelo e-mail (revistacalafrio@gmail.com). Mas vamos a Calafrio #70: Calafrio #70 é uma edição especial de Lobisomens. Contém um editorial; sessão de cartas, na verdade e-mails e comentários em redes sociais; a matéria especial Lobisomem Da Maldição à Sedução por Toni Rodrigues, onde ele faz um resumo da história dos lobisomens do mito grego até a cultura pop atual nos cinemas e nos quadrinhos; a biografia de Chirs Ciuffi, o capista; uma Capa Clássica na contracapa com a ficha da edição de Mestres do Terror 5 apresenta Lobisomem; e é claro, os quadrinhos.

    O primeiro quadrinho é Os Monstros Atacam à Noite com texto e desenhos de Shimamoto. Somos levados a uma aldeia esquecida na Rússia onde a população está morrendo em virtude de ataques de um lobisomem. Para ajudar o povo da vila a descobrir quem é o lobisomem da aldeia, um de seus representantes pede ajuda externa. Dois cossacos são designados para cuidar do caso. Ir além daqui é dar spoilers. A trama é boa, mas uma ou mais páginas a mais no meio ajudaria a entender melhor certas relações entre personagens. O desenho de Shimamoto é um espetáculo a parte.

    Canção Demente: Uma História de Homens e Lobos tem roteiro de Sidemar e desenhos de Ivan Lima. Ao testemunhar uma cena de horror em sua casa, um caçador sai em busca do que ele acredita ser um lobisomem. Ele está determinado a vingar as mortes de sua mulher e filha e reencontrar o filho desaparecido a qualquer preço. Ir além é dar spoilers.

    Em Mais Forte Que a Maldição, de Rubens Lima, roteiro e desenhos, um forasteiro em uma cidade pequena impede a morte de um menino nas mãos do que ele acredita serem fanáticos religiosos. O que acontece depois? Leia a história.

    Debitum tem texto de Rodrigo Ramos e arte de Marcel Bartholo. Numa fazenda do Brasil escravocrata, um capataz captura um escravizado em fuga. Este capataz admite a facilidade de capturar o fugitivo, mas não questiona o porquê de só ele ter sobrevivido a um estranho acontecimento. Que acontecimento foi esse e como essa história vai acabar? É ler para ver. A mais curta, só 4 páginas, e, ao meu ver, a melhor da edição.

    A última história da edição é O Lobo e Ninguém com textos de Sidemar e desenhos de Luiz Saidenberg, traz a história de um senhor feudal cruel e tirânico que, ao matar o druida que inflamou os camponeses contra ele, pode ter feito recair sobre si uma terrível maldição. Essa é a trama que menos resiste a um resumo melhor sem spoiler, então fico por aqui.

    A publicação traz histórias republicadas e inéditas, assim como todas as Calafrios e Mestres do Terror da Ink & Blood Comics, e apresenta para uma nova geração o que foi o terror nos quadrinhos brasileiros nos anos 1980 e anteriores olhando para o presente e para o futuro.

    Este garimpo tem periodicidade indefinida, mas, se você quer conhecer mais, na área de pesquisa deste blog, digite “garimpando” e clique no botão “pesquisar”. Assim, você verá tanto os outros garimpos de eventos como o “Garimpando em Gibiterias”. Faça a mesma coisa no site Literakaos.

    Boas leituras, e, se puderem, boa noite, auuuuuuuuuu!

Rodrigo Rosas Campos


quinta-feira, 18 de maio de 2023

[Resenha] Usagi Yogimbo Livro 3: A Trilha do Guerreiro de Stan Sakai

    Usagi Yogimbo Livro 3: O Caminho do Guerreiro de Stan Sakai, chega pela editora Hyperion Comics em formato original americano, miolo preto e branco, capa cartão, a R$ 44,90. Bom, o coelho samurai dispensa apresentações, mas caso você ainda não o conheça, ele é criação do norte-americano descendente de japoneses Stan Sakai, para homenagear a cultura de seus antepassados nos EUA. O traço realmente lembra o de mangá, mas a leitura é no sentido ocidental.

    Como nas edições anteriores, todas as histórias são fechadas. Mesmo quando personagens retornam de histórias anteriores, o(a) leitor(a) não precisa de conhecimento prévio para entender nenhuma história, uma aula de respeito para com o público.

    No volume 3, temos: A Torre, onde o coelho samurai sobe numa torre para salvar um animal indefeso e amedrontado ameaçado por um comerciante local; Amor de Mãe fala do desgosto de uma mãe pelo filho ter se tornado um cruel agiota; O Retorno do Espadachim Cego Suíno é autoexplicativo, um antigo inimigo que quer ajustar contas com o coelho samurai cruza novamente seu caminho; A Lança dos Deuses mostra um assassino louco que se julga a lança dos deuses e está fazendo vítimas por onde passa, Usagi dá a má sorte de se encontrar com ele e virar, imediatamente, o seu alvo; A Xícara de Chá marca a volta do rinoceronte samurai mais 171 desse Japão feudal fantástico, Gen, que, no meio de um trabalho, ganha a ajuda de Usagi por esbarrar com ele na estrada; em o Presente do Xogum, Usagi deve recuperar uma valiosa espada roubada por um ninja que se passa por lenhador; Sopa de Tartaruga e Guisado de Coelho mostra o primeiro encontro de Leonardo, líder dos Tartarugas Ninja, com Usagi Yojimbo. Depois disso o coelho samurai apareceria até na primeira animação dos Tartarugas Ninja.

    As histórias deste terceiro volume são de 1987, envelheceram muito bem e possuem um grande potencial de formação de novos leitores. Apesar de já ter sido publicado por aqui duas vezes (Devir e Via Lettera) e de nenhuma editora ter completado a série por aqui, Usagi Yogimbo é uma influência para todos os quadrinhos estadunidenses que vieram depois dele.

    Uma série verdadeiramente indicada para todas as idades, com muito bom humor, gargalhadas até e com várias camadas de compreensão e entendimento, para crianças de 12 (segundo a própria revista) a 120 anos (ou até bem mais). É simplesmente impecável! Vale VERDADEIRAMENTE cada centavo!

Boas leituras e até breve!

Rodrigo Rosas Campos

quarta-feira, 3 de maio de 2023

[Matéria] Billy do Nerdcast RPG Cthulhu para 3D&T Revisto Segundo as Regras do Manual dos Monstros para 3D&T em uma Ficha Oficial de Cão

Adaptação Livre de Rodrigo Rosas Campos

Introdução

    Para usar este Billy, refeito segundo as fichas oficiais de cães para 3D&T no Manual dos Monstros de Tormenta Alpha, os demais personagens do Nerdcast RPG Cthulhu adaptados para 3D&T terão que ser revistos para ficarem em 10 pontos iniciais em escala N.

    3D&T – Defensores de Tóquio 3ª Edição Alpha - Ficha de Personagem

    Nome: Billy
    Pontos: 7
    Escala: N
    Características:
    Força: 2
    Habilidade: 2
    Resistência: 1
    Armadura: 2
    Poder De Fogo: 0
    Pontos de Vida: 5
    Pontos de Magia: 5
    Pontos de Sanidade: 5
    Pontos de Experiência:
    Vantagem única: cão de guarda com treinamento em ataque (0 ponto).
    Vantagens: sentidos especiais faro aguçado e audição aguçada (0 ponto).
    Desvantagens: munição limitada (0 ponto); devoção (0 ponto) leal ao treinador Thomas Faraday; modelo especial (0 ponto) é um cachorro.
    Tipos de Dano:
    Força: corte (mordidas e garras).
    Poder de Fogo:
    Magias Conhecidas: nenhuma.
    Dinheiro e Itens:
    História: Nerdcast RPG Cthulhu e também está na história em quadrinhos Os Sussurros do Caos Rastejante.


Bibliografia


    CASSARO, Marcelo.  Defensores de Tóquio Terceira Edição Alpha: Manual 3D&T Alpha Edição Revisada.  Porto Alegue: Jambô, 2015.

    CASSARO, Marcelo/ RIBEIRO, Tiago/ TESKE, Marlon.  Tormenta Alpha Manual dos Monstros – Criaturas Fantásticas - 3D&T Alpha.  Porto Alegue: Jambô, 2017.

    CASSARO, Marcelo/ TESKE, Marlon.  Tormenta Alpha.  Porto Alegue: Jambô, 2016.


terça-feira, 2 de maio de 2023

Garimpando Em Gibiterias Especial Resenha Revista e Reduzida: Dias de Horror

 

+18

    O mercado de quadrinhos no Brasil é muito fraco, sejamos honestos. Lá fora, grandes obras permanecem em catálogo permanente tal como livros clássicos. Os editores de quadrinhos nacionais são bem imediatistas e até mesmo obras como Fradim, Watchmen, Piratas do Tietê e Maus ficam difíceis de encontrar de tempos em tempos. A série “Garimpando em Gibiterias” fala de quadrinhos que valem a pena “garimpar” em gibiterias, sebos, estoques antigos de livrarias virtuais, feiras de livros e, se a grana estiver muito curta, em bibliotecas públicas. Sim, existem quadrinhos em bibliotecas públicas, é só procurar.

    A pedra garimpada de hoje é Dias de Horror de 2017. Feita pelos profissionais agenciados pelo Chiaroscuro Studios, que trabalham para editoras estadunidenses como DC, Marvel, Dark Horse, Titan Comics etc.

    É uma história fechada em edição única que traz novos personagens e um novo universo, portanto, qualquer um pode ler: desde o novato em quadrinhos, o novato em super-heróis (mais especificamente), ou mesmo um leitor casual. Não é necessária nenhuma leitura prévia para o entendimento e não será necessária nenhuma leitura posterior, pois se trata de uma história verdadeiramente fechada e completa. E a equipe?

    A equipe é gigante. A história foi roteirizada por Danilo Beyruth (Bando de Dois). Com artes (desenhos, arte final e cores) de: Adriana Melo; Adriano Di Benedetto; Alex Shibao; Allan Jefferson Alisson Borges; Amilcar Pinna; Andrei Bressan; Breno Tamura; Bruno Oliveira; Cris Bolson; Daniel HDR; Daniel Maia; Danilo Beyruth; Diógenes Neves; Dijjo Lima; Eber Ferreira; Eddy Barrows; Eduardo Ferigato; Eduardo Pansica; Fabiano Neves; Felipe Watanabe; Geraldo Borges; Gustavo Duarte; Ig Guara; Ivan Reis; JOK; Joe Prado; Jonas Trindade; José Luis; Júlio Brilha; Júlio Ferreira; Leonardo Romero; Lucas Werneck; Marcelo Costa; Marcelo Di Chiara; Marcelo Maiolo; Márcio Fiorito; Márcio Hum; Márcio Menyz; Márcio Takara; Natalia Marques; Nuno Plati; Oclair Albert; Paulo Siqueira; Péricles Júnior; RB Silva; Ricardo Jaime; Robson Rocha; Rodney Buchemi; Rodrigo Spiga; Rogê Antônio; Ronan Cliquet; Ruy José; Thony Silas; Wesllei Manoel; Yildiray Cinar e Zé Carlos. O produtor do projeto é Ivan Costa e o editor desta publicação foi Sidney Gusman (editor da Maurício de Sousa Produções e do site Universo HQ). Letras e design gráfico de Rodolfo Muraguchi. Capa: Danilo Beyruth (lápis); Joe Prado (arte-final) e Marcelo Maiolo (cores da sobrecapa).

    Dias de Horror traz um universo novo de super-heróis. O roteiro de Danilo Beyruth é autoral, houve liberdade para fazer a história que ele queria como nenhuma editora grande e comercial jamais permitiria. Isto posto, a história é a seguinte: um grande supervilão, chamado de Doutor Horror, que também é ditador da Krasólvia, um pequeno (e fictício) país do leste europeu, é acusado de ter conspirado com alienígenas para tentar dominar a Terra. Nessa invasão, alguns heróis ficaram seriamente feridos, uns incapacitados e outros morreram. Entre os mortos estão os três maiores heróis do planeta: Solar, Caçador e Rapina. Agora o Doutor Horror será julgado, dois anos depois da invasão, até porque paira uma dúvida sobre seu suposto envolvimento com os alienígenas invasores. Dias de Horror é uma história de julgamento. É corajosa em vários aspectos. Danilo Beyruth está de parabéns.

    A edição tem como pontos altos: A arte de vários artistas em uma única história. Esse é um formato muito usado em especiais e anuais de quadrinhos norte-americanos, mas (acho que) nunca foi feito por aqui; ao menos não nessa escala, com mais de 50 artistas gráficos, uma média de duas páginas por desenhista (alguns fazendo a própria arte-final) e com 88 páginas de uma única história. Aqui, no Brasil, edições com muitos desenhistas costumam trazer histórias diferentes (uma para cada desenhista), e não uma única trama. Essa discussão não cabe aqui, mas, se quiserem, deixem comentários.

    Com relação aos desenhos, houve a preocupação em manter os visuais mesmo com as mudanças de estilos de um desenhista para o outro. Os desenhos são lindos, mas, embora os visuais dos personagens sejam sempre os mesmos, não houve um critério único para detalhes como alturas, medidas e feições. É como se todo o elenco mudasse a cada cena de um mesmo filme, mas isso não prejudica o conjunto. Cada leitor preferirá o estilo de desenho que mais lhe agradar.

    Cabe salientar também a influência dos quadrinhos franceses no traço nacional. Ela é dominante. Nossos artistas são muito influenciados pelo saudoso Jean “Moebius” Giraud, sobretudo as páginas 92 e 93 de Allan Jefferson (Lápis) e Júlio Ferreira (Arte-final). O Solar de Rodrigo Spiga lembra muito o Chatotorix de Uderzo, depois de puxar ferro, mas, ainda assim, lembra muito o bardo gaulês. É claro que menções visuais a Jack Kirby não faltam; afinal, Dias de Horror é uma homenagem ao gênero super-heróis, que foi graficamente definido ao longo de décadas, sobretudo, pelo Kirby. Que pipoquem Kirby dots por toda parte!

    Os pontos fracos são: Uma história previsível em que o momento mais imprevisível nem tem tanto a ver com o assunto principal, que é determinar se o Doutor Horror é culpado ou inocente. O texto até determina uma sentença, mas o leitor acaba tendo elementos para se permitir algumas dúvidas depois do final.

    A história foi produzida no Brasil, por brasileiros, mas não é exatamente brasileira. Faltou participação de personagens genuinamente brasileiros. Os personagens atuam, predominantemente, nos EUA e são, na maioria, norte-americanos, como os arquétipos que os originaram. Enfim, lembra um bang-bang italiano em quadrinhos (Tex, por exemplo) só que com super-heróis no lugar de cowboys. Pensei que ao menos um personagem brasileiro fosse criado especialmente para dar mais as caras, mas isso não aconteceu.

    Eu Gostei? Gostei! Achei perfeita? Não, mas gostei MESMO. É uma história básica e bem-feita de super-heróis, bem escrita e bem desenhada. Lembra os Incríveis da Pixar, no sentido de que ninguém precisa das origens dos personagens para entender o que está acontecendo. Tudo o que é importante está nos diálogos e que cada leitor preencha as lacunas como bem quiser.

    A edição possui 130 páginas, formato 21 cm x 31 cm (maior que um Asterix) e capa dura. Teve uma campanha do tipo flex na plataforma de financiamento coletivo Catarse; ou seja, ela seria publicada de qualquer jeito, mas o realizador quis ver se os fãs do escritor e de cada um desses artistas gráficos (desenhistas, arte-finalistas e coloristas) apoiariam a iniciativa, e os fãs apoiaram.

    Entre os extras estão fotos com as fichas dos artistas com o que eles fizeram em 2017. Também é um bom ponto de partida caso algum leitor se interesse por outros trabalhos de alguns deles. Concluindo, Dias de Horror tem uma forte inspiração em Astro City. Histórias como essa deixam três coisas muito claras: a primeira é que os criativos são SEMPRE mais importantes que os personagens! A segunda é que autores só possuem liberdade real com seus próprios personagens. Cronologia, cânone e perpetuação indefinida de marcas só atrapalham na hora de contar boas e novas histórias. A terceira é que só temos a possibilidade de uma boa história quando os personagens não são tratados como vacas sagradas, podendo, inclusive, morrer e/ou passar seus mantos ou funções a sucessores.

    Se você já tem bagagem NA LEITURA de super-heróis, há uma resenha da época em que esse livro saiu no Literakaos com mais detalhes. Esta é uma resenha compacta para não iniciados. Deixe seus comentários com carinho e educação, pois eles serão lidos com carinho e educação.

A propósito, ainda é possivel ler o pdf desta edição gratuitamente no site da Chiaroscuro Studios.

    Este garimpo tem periodicidade indefinida, mas, se você quer conhecer mais, na área de pesquisa deste blog, digite “Garimpando em Gibiterias” e clique no botão “Pesquisar”. Ou digite apenas “garimpando” e encontrará títulos a mais em garimpos de eventos. Faça a mesma coisa no site Literakaos.

    Boas Leituras e até breve!

    Rodrigo Rosas Campos

segunda-feira, 1 de maio de 2023

[Matéria] Tormenta Alpha e Tormenta Alpha Manual dos Monstros Trazem Fichas Diferentes de Sckhar, Ambas Oficiais, e Agora?

    Eu sei, 3D&T vai mudar, já está mudando; mas acho que a reflexão que farei aqui vale para qualquer cenário e para qualquer sistema de RPG. A pergunta do título é uma provocação. Sckhar, o rei dos dragões vermelhos, teve sua ficha publicada em Tormenta Alpha com 100 pontos em escala Ki (p. 148), um ano depois chega o Manual dos Monstros com o mesmo personagem em uma ficha de 134 pontos em escala Ki (p. 94); e então, qual deles usar na mesa? O mais recente, o mais antigo, o menos poderoso ou o mais poderoso?

    A resposta é: você usa a ficha do Sckhar que você quiser. Se seu grupo de personagens jogadores for forte o suficiente para enfrentar o de 100 pontos em escala Ki, use esse; se o seu grupo for mais forte, use o de 134 em escala Ki; se o grupo for muito mais forte, mas você quer colocar o personagem como vilão, acrescente mais pontos na hora de preencher a sua ficha do Sckhar; se você quiser usar o Sckhar, mas o grupo não é forte o bastante para encarar um dragão de 100 pontos em escala Ki, tire pontos na hora de preencher a sua ficha do Sckhar. A regra de ouro está aí para dizer que a decisão é sua.

    “Mas e o cânone?”

    Ficção não é religião e o RPG é uma ficção coletiva. O que é feito na mesa do grupo é feito na mesa do grupo. Materiais oficiais como quadrinhos, videogames, livros, atualizações, suplementos etc. refletem o que os autores pensaram para a história ao longo dos anos de publicação e você e seu grupo podem acompanhar a história oficial sem mudar a história da mesa de vocês que está tudo bem.

    Afinal, não importa se você usará um Sckhar de 100 ou de 134 pontos, com menos pontos que 100 ou com mais pontos que 134, se os aventureiros matarem o dragão e num quadrinho (ou livro) futuro o dragão aparecer vivo, a Arton dos autores não precisa ser a mesma do seu grupo e você e seu grupo podem se divertir com ambas de formas diferentes. Podem inclusive fazer os personagens viajarem pelo multiverso de Arton para visitar a Arton dos autores de Tormenta.

    Vocês podem inclusive, transpor as atualizações dos livros de Tormenta 20 para 3D&T, podem converter a campanha de 3D&T para o sistema d20 específico de Tormenta 20 sem alterar a história que vocês já estavam jogando. Sistema e cenário não são a mesma coisa. Enfim, a regra de ouro está aí, e vocês podem usar qualquer sistema de qualquer forma e qualquer cenário proposto será moldado pela forma que vocês e os dados ditarem.

    O cenário dos autores de RPG não precisa ser exatamente igual aos dos grupos de RPG em cada mesa. E qualquer sistema pode ser usado para se criar até cenários próprios. Este é o ouro da regra de ouro, liberdade sem dogmas ou cânones.

    Querendo comentar (ainda que discordando), lembre-se de deixar sua opinião com argumentos e educação. Boas leituras, bons jogos, que os dados rolem sempre a seu favor e boas leituras!

Rodrigo Rosas Campos



[Resenha] Diário Macabro RPG Versão Beta

    Sim, isso é uma resenha de um RPG em fase beta. Descobri esse sistema ao consultar o site da editora do quadrinho Ink Madness . Diário ...