sexta-feira, 25 de março de 2022

[Resenha] Histórias Lacônicas de Pedro Okuyama

    Histórias Lacônicas é a mais nova história em quadrinhos de Pedro Okuyama, texto e desenhos, e traz três histórias curtas e completas de três pessoas vivendo seus cotidianos, uma jornalista, um stalker e um escritor. A revista tem formato americano, capa cartão, miolo preto e branco e só 32 páginas. Logo, terei que ser breve para evitar spoilers.

    A Jornalista é sobre uma jornalista fotográfica em busca da foto que trará uma guinada em sua carreira e disposta a correr todos os riscos para conseguir isso.

    O Stalker é sobre um garoto que persegue uma menina, entretanto, um dia, ela se descobre perseguida. Contar mais seria dar spoilers.

    O Escritor é sobre um escritor durante um bloqueio criativo e esperando uma visita que ele mesmo não sabe se virá.

    São três histórias cotidianas que falam com nosso presente. Três crônicas que surpreendem e fazem pensar. Três histórias que se eu quiser defender mais terei que revelar os finais para dar as minhas interpretações. Então vamos a conclusão desta lacônica resenha.

    A revista estará a venda no site da Zapata Edições, R$15,00 mais o eventual frete, assim que todos os apoiadores do financiamento coletivo tiverem recebido. E antes que eu me esqueça, lacônica significa breve, sucinta, direto ao ponto, papo reto. São três histórias curtas? Sim, mas nesse caso, são três histórias curtas e bem elegantes, ainda que o cotidiano nosso de cada dia insista em ser grosso.

Boas leituras,

Rodrigo Rosas Campos

    P.S.: A contracapa nos traz de brinde uma história de 4 quadros do Zapata, o Editor de Shorts, editor sênior da Zapata Edições, de Daniel Esteves e Pedro Okuyama. Nestes quatro quadros vemos como foi o critério rigoroso de aprovação da edição de uma forma bem divertida.



domingo, 20 de março de 2022

[Resenha] O Esqueleto de Carneiro Vilela é Adaptado para os Quadrinhos por Roberta Cirne no Projeto Sombras do Recife

 

    Vamos por partes; O Esqueleto é uma história de paixão e terror escrita por Carneiro Vilela. Foi publicada originalmente em livro em 1872 como O Esqueleto Crônica Fantástica de Olinda. Se o leitor der um clique para ampliar a capa do quadrinho nesta resenha, verá que Roberta Cirne, a escritora e desenhista que adaptou a história, manteve a grafia original da época no título da edição. Mas antes de falar da história, vamos falar da adaptação.

    Roberta Cirne é a autora da série Sombras do Recife, onde ela transforma em quadrinhos e contos as lendas de fantasmas de sua cidade. O Esqueleto é uma história criada e escrita por Carneiro Vilela, mas faz parte dessa tradição de histórias assombradas do Recife. Um livro tão antigo quanto Noite na Taverna, mas que foi muito pouco republicado com o tempo. Assim, Roberta Cirne resolveu adaptar O Esqueleto para os quadrinhos como parte de seu projeto transmídia Sombras do Recife.

    Agora sim, vamos a história O Esqueleto: Lívia foi morar com os tios e primos depois da morte de seus pais. O tio de Lívia é um fazendeiro e ela e seu primo, Felipe, se apaixonaram com a convivência. Chega o dia em que o pai de Felipe envia o filho para estudar direito na capital e lá, Felipe se entrega aos prazeres mundanos. Lívia pressente que está perdendo o amor de Felipe e se entrega a ele quando ele volta para a fazenda para uma de suas férias.

    Passadas as férias, novamente na cidade, Felipe logo se entrega novamente e com gosto à vida boêmia dos estudantes de direito. Nada é tão ruim que não possa ficar pior, Felipe se envolve com Maria e o irmão desta moça o força a casar. Lívia pressentindo os acontecimentos, morre de desgosto. O casamento de Felipe com Maria é marcado por uma visão de Maria com o fantasma de Lívia. Será o início de uma maldição?

    É uma história de terror e paixão onde realismo e sobrenatural convergem numa harmonia macabra. O texto de Carneiro Vilela adaptado no traço de Roberta Cirne ganha elementos surrealistas com direito a uma citação gráfica de Salvador Dalí. A arte brilha em nuances e detalhes que fazem os leitores folhearem a edição horas e horas em contemplação e busca de mais detalhes. Uma aula de narrativa gráfica, de desenho, de arte-final, de sombra, luz etc. Uma belíssima edição para fãs de quadrinhos e de desenho em geral. Uma declaração de amor a histórias de terror em geral e a obra de Carneiro Vilela em particular. Mais uma vez, Roberta Cirne nos brinda com uma obra-prima em quadrinhos.

    O preço da edição é de R$ 40,00 (mais eventual frete), miolo preto e branco, grampeada, formato europeu (Asterix etc.), capa e contracapa em papel cartão, em cores com artes de Roberta Cirne. Se demorar um pouco é porque os apoiadores do financiamento coletivo ainda estão recebendo. O quadrinho se encontra em venda direta com a autora em suas redes sociais no Face, Insta e Twitter. Mais detalhes no site Sombras do Recife.

Boas leituras!

Rodrigo Rosas Campos

sexta-feira, 18 de março de 2022

[Resenha] Ménage #4 - Marcatti, Germana Viana e Laudo Ferreira Terminaram o Aquecimento e Caíram na Piscina (nos Quadrinhos)


Desaconselhável para menores de 18 anos!

Para os que não leram os números anteriores, alerta de spoilers de Nós Quatro!

   Ménage #4 traz 40 páginas e 3 autores. Os três são encarregados tanto dos respectivos textos quanto dos desenhos e das arte-finais. Mas antes de continuar, vale lembrar que Ménage #04 é uma revista em quadrinhos erótica, seus maldosos! A palavra da vez é piscina. Para os qua ainda não conhecem a série Ménage, que absurdo, cada revista tem um tema e o tema é um objeto, um substantivo concreto e não vivo. Em termos de formato, eles aprontaram de novo. A história da Germana foi dividida em 3 partes dessa vez e as do Marcatti e do Laudo ficaram entre as da Germana. Mas vamos, lá:

    A primeira história deste número é Nós Quatro em “Em Terra de Cego…”. A saga dos casais continua. Bom, o spoiler na edição 4 está na cara, digo, na capa da revista. A série Nós Quatro narra a história de dois casais LGBTQIA+ que, em tempos passados, quando sair do armário não era uma opção, se encontraram e passaram a se proteger de uma sociedade homofóbica. Nesta edição, em uma história em 3 partes, vemos os quatro passando um dia de fim de semana numa piscina pública. Vera, sempre ela, está jogando bola com dois meninos e a bola vai parar na cara da dona Marieta, os óculos dela caem na piscina e Vera precisa levar a vizinha fofoqueira para o banheiro, pois ela não enxerga nada, enquanto os garotos buscam resgatar os óculos da piscina.

    Em seguida vem Verão, o Inferno de Marcatti. Um homem numa rede ouve a reclamação da esposa por desejar uma piscina num verão extremamente quente. Ele faz uma proposta, constrói a piscina se ela fizer uma coisinha diferente com ele. Falar mais a partir daqui é spoiler. O que não é spoiler é que em uma história do Marcatti não há limites, estejam avisados e preparados para tudo, por mais absurdo que pareça.

    Depois temos “… Quem Tem Olho é Rainha” de Germana Viana. Como a fofoqueira ouviu, não viu direito e interpretou os acontecimentos de sua ida ao banheiro? O que realmente aconteceu? É o que descobrimos na segunda parte da história da série Nós Quatro desta edição.

    Em seguida temos a estreia de Toni Musanti, um novo personagem de Laudo Ferreira na história A Vingança é Um Prato Servido Quente. Somos transportados para os anos 1970 e nosso herói, Toni Musanti, está topando qualquer parada. Ele aceita o serviço de limpar um corpo da piscina de um figurão da ditadura para não deixar provas do crime. Todavia, nosso herói é um médium e o cadáver é de sua amiga Sandrinha Mandiopã. O que acontece a partir daqui é spoiler! Uma história de horror chocante e batuta, bicho! Narrada ao som de Detalhes, a música supinpa de Roberto e Erasmo!

    Concluindo a trama de Nós Quatro no número 4 de Ménage, Germana Viana nos traz “Felizes Para Sempre?”. Em meio a curtição de uma piscina pública, o que poderia estragar a felicidade dos quatro amigos que se encontraram e passaram a se proteger mutuamente? Mais do que quatro amantes, eles se tornaram amigos, cúmplices e confidentes, viraram uma verdadeira família ao longo dessas 4 edições. Entretanto, a vinda do pai de Benedito poderá colocar toda a harmonia deles a perder. Será? Essa pergunta só será respondida na edição 5!? Germana, chateado com você! Gosto de histórias completas! Não fosse o Laudo e o Marcartti esperaria pelo encadernado, capa dura, ônibus! Digo, ominin…, digo…, vocês entenderam.

    O preço da edição é de R$ 20,00 (mais eventual frete), miolo preto e branco, grampeada, formato paraguaio (americano reduzido). Nesta edição, Germana Viana faz a capa. São 5 histórias primorosas de três grandes nomes atuantes nos quadrinhos nacionais contemporâneos. O próximo Ménage será manchete de jornal…, digo, o tema da edição cinco da revista Ménage será jornal. Como encontro os autores? Olhe a ilustração acima. Por que a primeira ilustração deste post não é a capa? Porque a capa da 4 foi censurada em várias redes sociais. Coisa de homofóbico. Germana Viana também é coautora, editora e organizadora da série de terror erótico Gibi de Menininha. Laudo Ferreira é o criador da Tianinha desde os tempos em que ela aparecia na revista Sexy. Marcatti é o criador do impagável Frauzio. Também há links para as lojas dos 3 na resenha da 3.

    Os gibis também se encontram em algumas gibiterias virtuais, caso se esgotem nas lojinhas dos autores. Estarão disponíveis a todos, depois que os apoiadores do financiamento coletivo tiverem recebido seus exemplares. Se você já está no futuro, as edições estão disponíveis.

Boas leituras!

Rodrigo Rosas Campos

segunda-feira, 14 de março de 2022

Rufus, o Martelador: Um Bucaneiro Perdido em Uma Ficha de Tormenta 20

Rodrigo Rosas Campos


    Rufus vivia em uma pacata aldeia a beira-mar, mas se entediava fácil. Tinha mais facilidade para marcenaria do que para pesca, o que o levou a ser aprendiz do marceneiro local que fazia os barcos e os móveis dos pescadores. Tornou-se pirata quando sentiu-se tentado por uma grande recompensa. Por razões que ele próprio não sabia, um navio estava pagando bem mais para ter um carpinteiro a bordo. Ele aceitou, para desespero e desgosto de sua família de pescadores. Quase morreu em sua primeira viagem em função dos combates, quando ainda era só o marceneiro do navio, mas o dinheiro alto e o frio na espinha o fizeram se manter longe de sua terra natal, que ele considerava monótona. Não tardou e tornou-se um pirata de fato. Rufus, o martelador é um tripulante precioso para cuidar da manutenção de um navio durante uma viagem. Ele próprio fez sua besta leve e seus virotes.


    Agora, veja como a história de Rufus se encaixa em qualquer RPG de fantasia medieval a partir da ficha de Tormenta 20 abaixo.

Clique na imagem da ficha se precisar ampliá-la!

Boas leituras, bons jogos e até breve!



domingo, 13 de março de 2022

Garimpando Em Gibiterias Especial RPG: Space Dragon: Aventuras Interestelares nas Fronteiras das Galáxias com Uma Variante Nacional do Sistema d20 de 2012

O mercado de quadrinhos no Brasil é muito fraco, sejamos honestos. Lá fora, grandes obras permanecem em catálogo permanente tal como livros clássicos. Os editores de quadrinhos nacionais são bem imediatistas e até mesmo obras como Fradim, Watchmen, Piratas do Tietê e Maus ficam difíceis de encontrar de tempos em tempos. A série “Garimpando em Gibiterias” fala de quadrinhos que valem a pena “garimpar” em gibiterias, sebos, estoques antigos de livrarias virtuais, feiras de livros e, se a grana estiver muito curta, em bibliotecas públicas. Sim, existem quadrinhos em bibliotecas públicas, é só procurar. E sim, você também pode encontrar RPGs usados em alguns destes lugares! Este foi R$25,00 em uma feira do livro.

A pedra garimpada de hoje é Space Dragon: Aventuras Interestelares Nas Fronteiras das Galáxias de Igor Moreno, editora Red Box, a primeira edição de 2012. A idade mínima recomendada para jogar é 10 anos.

    O Brasil está sempre em crise! Se você está sem dinheiro agora e quer jogar RPG, além dos vários sistemas gratuitos que você pode encontrar pela Internet, livros usados também são uma alternativa. Isso me leva a primeira observação deste texto; ele é uma resenha da primeira edição do livro básico de Space Dragon de 2012. Sobre a edição mais atual, aguarde o final deste post, ou pule para o final deste post.

    Igor Moreno fez uma variante do Sistema d20 (pela licença OGL 1.0a da WoT) calibrando-a para jogar aventuras espaciais e de ficção científica em geral. Suas inspirações maiores são: Isaac Asimov (Eu Robô); Frank Herbert (Duna); H. P. Lovecraft (Nas Montanhas da Loucura); H. G. Wells (A Guerra dos Mundos); entre tantos outros autores mencionados direta ou indiretamente ao longo do livro.

    O livro não traz um cenário próprio formalizado, entretanto vale salientar que Space Dragon versa, majoritariamente, sobre o futuro imaginado pela ficção científica das décadas de 1940 até 1950, ou seja, tudo o que foi feito depois disso ficou de fora; é um retro futuro raiz. Para se ter uma ideia, dragões são colocados como criaturas passíveis de existência em vários planetas e os planetas do nosso sistema Solar são considerados habitados. Em muitos momentos preza mais pela ação do que pelos aspectos científicos da ficção científica mais dura (mais fiel a ciência de verdade). Estejam avisados.

    A ambientação é primorosa mesmo sem um cenário próprio estruturado no livro básico. Além dos textos e das ilustrações, traz uma pequena história em quadrinhos com roteiro de Raphael Fernandes e arte de M. J. Macedo. Nem preciso dizer que os grupos, mestre e jogadores, podem selecionar as peças que mais lhes agradam na hora de montarem seu universo; jogadores e mestres mais experientes podem usar a regra de ouro para mudar tudo isso e ir além da década de 1950, afinal, trata-se de um RPG, mas a pegada do livro é um futuro imaginado antes mesmo de Jornada nas Estrelas/Star Trek estrear nas primeiras TVs coloridas norte-americanas.

    “Mas Rodrigo, calma ai! O que você quer dizer com o livro não traz um cenário estruturado?” Todo RPG traz um conjunto de cidades (no caso, planetas), personagens (coadjuvantes e antagonistas), um nome para o mundo (ou para o universo) ou mesmo um nome que identifica uma história maior dentro do cenário, como é o caso da tormenta sobrenatural que nomeia o cenário de Tormenta (hoje, Tormenta 20). Já Space Dragon traz os elementos da literatura pulp de ficção científica de forma crua, sem montar esses elementos de forma prévia num cenário. Mas não se preocupe, se você e seu grupo forem inexperientes no RPG, Igor Moreno é bem didático em ensinar como encaixar as peças numa narrativa coletiva.

    Space Dragon pertence a linha Old Dragon e ainda saiu pelo selo da antiga Red Box. Aqueles que já são familiarizados com D&D, Old Dragon ou mesmo com Tormenta (RPG ou 20) se encontrarão fácil nas regras mais específicas e, francamente, nem precisarão ler muito do que falarei nesta resenha. Mas se você é um(a) cadete novato(a) no RPG continue lendo este garimpo de gibi especial de RPG e embarque nessa aventura audaciosamente indo onde ninguém mais esteve (ou quase isso).

    Sobre as variações do sistema d20 tradicional de fantasia medieval, vamos as diferenças que fazem diferença em Space Dragon: os atributos básicos, calibrados para a ficção científica, são: força, destreza, constituição, intelecto (inteligência mesmo), ciência (é a sabedoria restrita a ciência e a tecnologia) e comunicação (é como carisma mais a capacidade de falar idiomas, o idioma natal, o idioma espacial e, eventualmente, outros).

    Space Dragon usa os mesmos dados poliédricos de todo o sistema d20 – de 4, 6, 8, 10, 12, 20 e 100 faces, no caso deste último, um de 10 faces de dezenas para somar ao de 10 faces de unidades e formar o dado de 100 - e a criação de personagens segue basicamente a mesma mecânica, rola 3d6 para conseguir os 6 números de atributos, distribui-se os números de atributos, escolha de raça e classe.

    Quanto a raça, o sistema não dá muitas escolhas aos jogadores. Basicamente, o jogador pode ser: um(a) humano(a) normal; um(a) mutante, descendente de humanos normais que sofreu mutações tendo em vista a ida da humanidade para o espaço; e um(a) androide(ginoide), cujas as Inteligências Artificiais ficaram tão avançadas que se veem e são vistos como um tipo de seres humanos; apesar da influência de Asimov, estes androides não seguem as 3 leis da robótica.

    Lembra que eu disse que o sistema não trazia um cenário formalizado? Bom, a ausência de um cenário formal não significa que não há ambientação, ela existe e é o ponto alto do livro. Além da história em quadrinhos que abre o livro e da introdução formal, há uma ambientação que permeia toda a explicação das regras do sistema. Cabe ao grupo aceitá-la ou mudá-la.

    As classes disponíveis são: cientista; gatuno(a); homem (mulher) espacial; mentálico(a). Mas só essas 4 classes? Só. Sendo o homem/mulher espacial o típico arquétipo de heróis e heroínas espaciais dos pulps e quadrinhos como Buck Rogers, Flash Gordon etc. Queria incluir Barbarella neste contexto, mas ela é de 1962.

    Os alinhamentos aqui são obrigatórios e foram chamados de afiliações, o que é um termo semanticamente errado. Pessoas são afiliadas a grupos, a sociedades etc., não a modos de comportamento. Isso é um erro de semântica e de gramática que faz parte desta variante do d20. Seu personagem não é afiliado de grupo nenhum, afiliação é o alinhamento e pode ser leal, rebelde e neutro. Isso interfere nas possibilidades futuras de evolução da classe primária do personagem.

    Idiomas, o livro define que todo personagem sabe o idioma de seu planeta natal, o idioma espacial comum e mais o que ele conseguiu aprender com o atributo comunicação (carisma). Mas o livro não traz uma lista de idiomas, só pressupõe que cada alienígena não humano e que cada planeta habitado por humanos possuem idiomas diferentes.

    Sem mais delongas, criei quatro personagens para mostrar. Mas um aviso antes! Desta vez resolvi trapacear na rolagem dos atributos. Essa é a maior falha do sistema d20 e de todas as suas variações (nacionais, traduzidas ou importadas). É algo injusto na maioria dos cenários propostos, além de ser limitante para com os objetivos dos jogadores nas criações de seus personagens. Então o que eu fiz? Decidi que rolagens abaixo de 10 seriam 10 (ou re-roladas até um mínimo de 10), assim nenhum personagem jogador negativa os modificadores; decidi que os pontos de vida serão os máximos de acordo com o dado diferenciado para a classe; os pontos de atributos mínimos para cada classe de nível 1 foram dados aos jogadores e não rolados; esses personagens modelos são de nível 1, mas tem uma história prévia juntos, ou seja, não pagaram os equipamentos do próprio bolso, assim eles puderam manter a totalidade de seus créditos espaciais (o dinheiro do jogo). De fato, essa variante do sistema d20 penaliza o grupo em que jogadores gostam de começar no primeiro nível.

    Mesmo seguindo as regras do livro a risca, o preenchimento da ficha é um martírio, não há a menor preocupação em dar o passo a passo do preenchimento da ficha para que o leitor possa criar o personagem numa leitura diagonal do livro de forma rápida. No final, mestres muito rígidos condenarão o grupo de jogadores a começarem com personagens toscos e engessados pelo conjunto raça, classe e afiliação (alinhamento).

    Para jogadores, este livro só é interessante se o mestre fizer as fichas iniciais do grupo e assumir as mudanças que dependeriam dos dados ou se o mestre permitir que os jogadores comecem a aventura ou campanha com personagens de nível 5. Ainda assim, isso exigiria que todos no grupo lessem o livro inteiro para, por exemplo, o jogador não criar seu pirata espacial de forma capenga. O segredo da equipe de Tormenta é pensar em quem nunca jogou RPG antes. Apesar dos livros de Tormenta não trazerem fichas preenchidas como modelos, qualquer recém-alfabetizado preenche as fichas dos livros de Tormenta sem dor e eles também usam uma variação do sistema d20 desde a licença aberta com o primeiro Tormenta RPG. Resultado: eles renovam público para o RPG em geral, não só para Tormenta. Fica a dica!

Como o preenchimento das fichas foi um porre, não vou explicar o passo a passo, vou simplesmente colocá-las aqui embaixo antes de continuar a resenha.


Se for preciso, clique nas imagens das fichas para ampliá-las!

  Como vocês podem ver, as fichas acima têm respectivamente, minha futura inventora, meu futuro pirata espacial, meu futuro emissário do espaço e minha futura telepata mor. Não dá para construir exatamente o que você quer só no primeiro nível de personagem em Space Dragon. Devo ter errado ou esquecido alguma coisa? Talvez. O texto é bom, mas não detalha a criação do personagem como deveria. Seria mais fácil fazer o personagem pensando nele do nível 5 para trás e isso é uma incoerência inerente ao texto.

    O homem (/mulher) espacial possuiu um problema a mais, começa com 3 atributos extras, mas não há espaço na ficha para anotá-los; são eles pilotar naves 80%, bônus de 20% em dominar e subjugar e dano crítico x2. Foi pensado para ser o tanque do grupo e tendo em vista a ficção pulp antiga, o destemido líder. É, o futuro do passado era tão machista quanto o passado. A última ficha que fiz foi a da minha mentalica mutante. Quanto aos mutantes, também não há espaço na ficha dedicado as suas características peculiares.

    As falhas do livro básico são as de sempre. O autor não se preocupa em nada com quem nunca jogou RPG na vida e o preenchimento da ficha só não é um martírio maior pelo fato dos elementos estarem mais ou menos em ordem lógica no livro. Fora que o site (atual) do sistema tem materiais gratuitos com fichas prontas que ajudam os iniciantes. A propósito, leia o próximo paragrafo que a notícia é boa.

    Está sem dinheiro mesmo? Hoje, Space Dragon e toda a linha Old Dragon é publicada pela Biró sob o selo RBX. Assim, quando a situação melhorar e você puder comprar um novo, tem uma versão com caixa e materiais extras. Mas também tem muito material de graça – DE GRAÇA - para jogar e até criar cenários. Duvida? Olhe (https://www.burobrasil.com/produtos/space-dragon/#1543420035790-11372208-79e1deea-49c02f7c-e8e67dcd-b5b8). Tem material inclusive dessa primeira edição de 2012. só não achei personagens prontos de primeiro nível para me servirem como modelos nem da edição atual, nem na de 2012.

    A ficha do Space Dragon de 2012 que você baixa da Internet tem o mesmo formato do livro, A5, mesmo que você imprima numa folha maior, tamanho A4. Isso não foi legal. Dica, vá a uma xerox (dependendo do seu PC e do programa de edição que você tiver nele, ampliar pode não ficar bom) e peça para o cara da xerox ampliar até ficar no tamanho A4, é mais garantido. Depois é só digitalizar a folha A4 com a ficha ampliada em branco e ir imprimindo (e/ou xerocando) na medida da necessidade.

    Apesar de eu ter enfatizado as falhas do sistema nesta resenha, passei muita raiva preenchendo as fichas, achei o Space Dragon de 2012 bem divertido no geral. De fato, dá vontade de criar meu próprio universo de ação espacial com ele. O que me leva ao próximo tópico. Finalizarei esta resenha com algumas perguntas que sei que vocês estão fazendo, eu as fiz durante a leitura. As perguntas que não querem calar são:

    Posso criar personagens exatamente como eu quero enquanto jogador de RPG? Só se o mestre permitir que os personagens jogadores comecem no nível 5. As classes começam tão padronizadas que a maior parte dos tripulantes de uma nave é considerada NPC para um grupo de jogadores de nível 1. Fora isso, o jogador deve escolher o alinhamento/afiliação de acordo com o que ele quer para o futuro do personagem. Algumas evoluções e especializações são exclusivas de certos alinhamentos/afiliações combinadas com as classes. Pirata espacial, por exemplo, é o objetivo possível do(a) gatuno(a) rebelde de primeiro nível. Esse(a) gatuno(a) pode ser tanto humano(a), mutante ou androide/ginoide.

    Posso criar um cenário próprio? Sim. Inclusive, se você quiser a Terra no jogo de forma que os humanos ainda estão aprendendo a viajar além da Lua, os mutantes podem ser reinterpretados como alienígenas com DNA compatível com o DNA humano; isso mantendo a parte mecânica do sistema sem alterações. Embora eu ache que algumas coisas não funcionam como deveriam, bendita regra de ouro.

    Posso jogar em cenários como o de um Buck Rogers, um Flash Gordon ou similares? Sim! É esse é o clima! Foi exatamente para isso que o livro foi escrito.

    Posso jogar contos espaciais com base nos monstros de Lovecraft no espaço? Sim, alguns monstros de Lovecraft são NPCs prontos inclusive.

    Posso adaptar (ou fazer) um cenário de zoeira como o Guia do Mochileiro das Galáxias? Sim, mas vale a reinterpretação dos mutantes como alienígenas compatíveis com o DNA humano. Neste caso, vale intercalar aleatoriedade e não aleatoriedade, de acordo com o que for mais engraçado ou, até mesmo, mais coerente.

    Posso adaptar Star Wars? Sim. Star Wars/Guerra nas Estrelas sempre foi uma série de filmes de ação com pano de fundo futurista e tecnológico muito mais do que uma ficção científica propriamente dita. Novamente, os mutantes serão não humanos compatíveis com DNA humano - lembrando que a Terra e os humanos terráqueos não existem há muito, muito tempo atrás, numa galáxia muito, muito distante.

    Posso adaptar Star Trek/Jornada nas Estrelas? Até dá, mas muita coisa terá que ser feita e refeita. Exemplo, os mutantes terão que ser interpretados como alienígenas compatíveis com o DNA humano e a parte da aleatoriedade na criação destes personagens terá que ser descartada para que mestres e jogadores possam criar vulcanos, klingons etc. Com efeito, eu descartaria essa aleatoriedade até um universo próprio. Por quê? Digamos que não é só a recuperação lenta que pode anular ou prejudicar a recuperação acelerada. Ter recuperação acelerada, mas ser mais vulnerável também neutraliza o potencial positivo da recuperação acelerada por exemplo. Não é só a degeneração extremamente oposta a um aprimoramento qualquer que pode prejudicar (ou até mesmo anular) o efeito benéfico deste, principalmente se os dados não forem piedosos com o(a) jogador(a) do personagem.

    Posso fazer um cenário cyberpunk? Não. Procure sistemas genéricos, mais específicos ou que não tenham uma pegada tão retrô. Cenários cyberpunks se parecem mais com o presente piorado no futuro do que com um simples futuro usado.

    Posso colocar uma ficção científica mais dura em Space Dragon? Se você e seu grupo forem experientes em RPG, tudo é possível, só não é a proposta do livro. Há outros sistemas que podem ser mais úteis logo de cara, como o Nebula, Piratas de Marduk, ou mesmo GURPS Space, e até mesmo o 3D&T, mas a regra de ouro está aí e cada grupo pode montar seus próprios hacks.

    Com a regra de mutantes, dá para adaptar X-Men? Não, apesar de primar pela ação e aventura mais do que pela ficção científica dura, para fazer X-Men (e super-heróis em geral) é melhor usar Mutantes & Malfeitores ou 3D&T (principalmente junto com Mega City para 3D&T). Entretanto se o grupo de jogadores de Space Dragon for todo de mutantes, o mestre pode transferir histórias similares num contexto de guerra nas estrelas. Algo como X-Men 3000.

    Observação: para os que forem maiores de 18 anos e lembrarem do GURPS Supers, as regras dos mutantes podem ser usadas para Cartas Selvagens/Wild Cards. Os cartas selvagens, coringas ou Ases, usarão as regras mecânicas de criação aleatória dos mutantes e o mestre construirá os NPCs adaptando (ou criando) livremente os personagens dos livros. Jogador, crie seu próprio personagem e, no mundo de Cartas Selvagens, de preferência de forma totalmente aleatória. Neste caso, a crueldade da regra de mutantes se encaixa perfeitamente ao contexto do vírus carta selvagem. Ainda assim, GURPS Supers, Mutantes & Malfeitores e até mesmo o 3D&T (junto com Mega City para 3D&T) são mais indicados para Cartas Selvagens. Dica: tanto Space Dragon quanto M&Ms são variações do sistema d20, logo não é difícil importar a regra de criação dos mutantes do primeiro, adaptado-a para o segundo. Lembrando que o cenário oficial de Wild Cards para M&Ms foi para a segunda edição e a Jambô o ignorou e já publicou a terceira edição de M&Ms.

    Deixe seus comentários com carinho e educação, pois eles serão lidos com carinho e educação. Este garimpo tem periodicidade indefinida, mas, se você quer conhecer mais, na área de pesquisa deste blog, digite “Garimpando em Gibiterias” e clique no botão “Pesquisar”. Ou digite apenas “garimpando” e encontrará títulos a mais em garimpos de eventos. Faça a mesma coisa no site Literakaos.

    Vida longa e próspera, que a força esteja com você, não entre em pânico e boas leituras!

    Rodrigo Rosas Campos




quarta-feira, 9 de março de 2022

[Resenha] Usagi Yojimbo Livro 2 Samurai de Stan Sakay

    Continuando a tarefa de trazer de volta no Brasil, a obra-prima dos quadrinhos, Usagi Yogimbo, agora em formato original americano, miolo preto e branco, capa cartão, a Hyperion Comics nos traz o segundo volume da série, Usagi Yogimbo Livro 2: Samurai de Stan Sakai.

    Bom, o coelho ronin dispensa apresentações, mas caso você tenha chegado agora no planeta Terra, ele é criação do norte-americano descendente de japoneses Stan Sakai, para homenagear a cultura de seus antepassados nos EUA. O traço realmente lembra o de mangá, mas a leitura é no sentido ocidental.

    No volume 2, temos uma história maior (mais de uma edição original norte-americana) contando a infância, o treinamento e as aventuras de Usagi com ele se tornando um samurai até a fatídica batalha em que ele perdeu seu senhor. Depois disso temos as histórias menores, mas menores só em tamanho, que fique bem claro, Kappa, Zylla e A Feira da Seda. Todas completas e autocontidas o que torna a edição um excelente presente para quem curte quadrinhos.

    Apesar de só ter sido publicado por aqui duas vezes e de nenhuma editora ter completado a série por aqui, Usagi Yogimbo é uma influência para todos os quadrinhos estadunidenses. Agora é torcer para que a Hyperion Comics finalmente complete essa série por aqui. Uma série verdadeiramente indicada para todas as idades, com muito bom humor, gargalhadas até e com várias camadas de compreensão e entendimento, para crianças de 12 (segundo a própria revista) a 120 anos (ou até bem mais). É simplesmente impecável! O preço é de R$39,90 e vale VERDADEIRAMENTE cada centavo!

Boas leituras e até breve!

Rodrigo Rosas Campos

terça-feira, 1 de março de 2022

[Matéria] Ozob para 3D&T


Adaptação livre e sem fins comerciais de Rodrigo Rosas Campos

 
Desaconselhável para menores de 18 anos!


    Antes de mais nada, devemos elencar que regras de 3D&T devemos usar para adaptar o Ozob para o sistema. Ozob nasceu para cenários do tipo cyberpunk e estreou no Nerd Cast RPG Cyberpunk que utilizou o sistema de RPG de mesa oficial de Star Wars para d20 (não estou de zoeira, juro). O personagem foi criado e interpretado pelo jogador Deive Pazos. As regras de 3D&T que se encaixam na temática são: munição limitada a zero ponto; corta a magia e os superpoderes, salvo quando o superpoder puder ser justificado por implantes cibernéticos.


    As vantagens únicas permitidas são humanos, ciborgues, androides e robôs positrônicos. Lembrando que replicantes são organismos humanos sintéticos com má fama (-1 ponto) replicantes, ou seja, eles são orgânicos, não robôs mecatrônicos. O Ozob é um replicante e é procurado, possui má fama (replicante procurado). Implantes cibernéticos são comuns em cenários cyberpunks, logo, todo ciborgue terá cérebro orgânico (-1 ponto). O Ozob tem uma coluna artificial que aumenta sua força em nível sobre-humano, logo é um ciborgue em termos de regras de 3D&T.


    Para os que tiverem o livro Mega City para 3D&T, também valem as regras mecânicas dos capítulos 4 (detalhando o uso de constructos e armas) e 6 (com desvantagens realistas extras para personagens humanos) deste livro. Caso você não tenha Mega City para 3D&T, não se preocupe, explicarei o que tirei de lá para criar a ficha do Ozob.


    Querendo regras de naves espaciais, estações etc., as regras mecânicas dos livros da série (e dos arquivos gratuitos de) Brigada Ligeira Estelar para 3D&T são altamente recomendados. O livro Brigada Ligeira Estelar também tem regras de como interpretar a magia como sendo tecnologia; eu achei forçado, sendo que as perícias do manual básico já dão conta de muita coisa, mas é uma alternativa em seu grupo e as regras mecânicas já estão lá e detalhadas.


    Aos mestres, aconselho que permitam aos jogadores terem 7 pontos de personagens iniciais. Afinal, os cenários cyberpunks são bem difíceis. Posso até tirar 2 pontos do Ozob, mas tendo em vista o que ele foi projetado para fazer, especialista em explosivos em mineração em outro planeta, 2 pontos a menos de personagens e só com -3 de desvantagens para 3D&T o colocariam num estágio anterior ao do Nerd Cast RPG Cyberpunk.


    Ambientação: bom para a ambientação específica do Ozob, você pode começar ouvindo o Nerd Cast RPG Cyberpunk partes 1, 2 e 3 onde o Ozob foi interpretado pelo Deive Pazos (seu criador) com o Jovem Nerd como mestre e outros jogadores (e seus respectivos personagens). Você também pode ler o livro Ozob: Protocolo Molotov, de Deive Pazos e Leonel Caldela. Também recomendo a leitura de Neuromancer de William Gibson. Afinal, foi neste livro que o cyberpunk se consagrou como gênero derivado de distopias anteriores como 1984 (George Orwell), Admirável Mundo Novo (Aldous Huxley) e Fahrenheit 451 (Ray Bradbury). Como Ozob é um replicante, também indico o livro de Philip K. Dick, Androides Sonham Com Ovelhas Elétricas? onde o conceito de replicante foi criado. Se você for mestre e quiser usar o Ozob como NPC em um cenário realmente mais rico e robusto, todos esses livros são leituras altamente indicadas. Agora, vamos a uma ficha possível do Ozob:




    3D&T – Defensores de Tóquio 3ª Edição Alpha - Ficha de Personagem
    Nome: Ozob
    Pontos: 7
    Características:
    Força: 1
    Habilidade: 1
    Resistência: 1
    Armadura: 2
    Poder De Fogo: 2
    Pontos de Vida: 5
    Pontos de Magia: 5
    Pontos de Experiência:
    Vantagens: esportes (2 pontos); arrombamento, mecânica e armadilhas (1 ponto); condução, furtividade e intimidação (1 ponto).
    Desvantagens: ciborgue (-1 ponto) cérebro orgânico; ponto fraco (-1 ponto); munição limitada (0 ponto); sanguinário (-1 ponto); má fama (-1 ponto) replicante procurado.
    Tipos de Dano:
    Força: corte e perfuração (facas de combate).
    Poder de Fogo: perfuração (armas de fogo).
    Magias Conhecidas: nenhuma.
    Dinheiro e Itens: dinheiro a calcular; ferramentas de trabalho, explosivos e armas.

    História: Nerdcast RPG Cyberpunk, criado por Deive Pazos e mestrado pelo Jovem Nerd. Observação: sanguinário é uma desvantagem do livro Mega City para 3D&T, significa que o personagem só se considerará vitorioso em uma luta se matar o inimigo.


    Caso o mestre não permita que os jogadores comecem com 7 pontos, vai aí uma versão mais noob do Ozob.


    3D&T – Defensores de Tóquio 3ª Edição Alpha - Ficha de Personagem
    Nome: Ozob
    Pontos: 5
    Características:
    Força: 1
    Habilidade: 1
    Resistência: 1
    Armadura: 0
    Poder De Fogo: 2
    Pontos de Vida: 5
    Pontos de Magia: 5
    Pontos de Experiência:
    Vantagens: acrobacia, alpinismo e artes marciais (1 ponto); arrombamento, mecânica e armadilhas (1 ponto); condução, furtividade e intimidação (1 ponto).
    Desvantagens: ciborgue (-1 ponto) cérebro orgânico; ponto fraco (-1 ponto); munição limitada (0 ponto); má fama (-1 ponto) replicante procurado.
    Tipos de Dano:
    Força: corte e perfuração (facas de combate).
    Poder de Fogo: perfuração (armas de fogo).
    Magias Conhecidas: nenhuma.
    Dinheiro e Itens: dinheiro a calcular; ferramentas de trabalho, explosivos e armas.
    História: Nerdcast RPG Cyberpunk, criado por Deive Pazos e mestrado pelo Jovem Nerd.

    Se bem que o ideal é o mestre exigir que os jogadores criem seus próprios personagens, neste caso, os Ozobs acima são NPCs ou modelos. 

Observação: Este texto precisou de correções em 20/07/2022.

    Este texto foi feito antes das mudanças de 3D&T, ainda utiliza as regras de 2015.

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