quinta-feira, 27 de abril de 2023

[Resenha] Tormenta Alpha Manual dos Monstros – Criaturas Fantásticas - para 3D&T de Marcelo Cassaro, Marlon Teske e Tiago Ribeiro

    Eu sei, 3D&T vai mudar, já está mudando; mas Tormenta é um cenário que pode e deve continuar sendo jogado em 3D&T ou em qualquer sistema que o grupo goste; ninguém é obrigado a gostar de variantes do sistema d20 e, se o futuro 3D&T tirar o suporte para Tormenta, continuaremos a desbravar Arton pelo 3D&T ainda atual; mas só agora, 2023, por R$45,00 numa livraria física de livros novos, consegui meu exemplar de Tormenta Alpha Manual dos Monstros – Criaturas Fantásticas - para 3D&T de Marcelo Cassaro, Marlon Teske e Tiago Ribeiro. A arte conta com a equipe de desenhistas de sempre com destaque para ela, Érica Awano, simplesmente a melhor. Mas vamos ao livro.

    O livro é um suplemento para ser usado em conjunto com 3D&T Alpha Manual Básico, Manual do Aventureiro Alpha, este somente recomendado, e Tormenta Alpha. Nem preciso dizer que todos os monstros podem ser usados por grupos com cenários próprios, muitos deles são inclusive folclóricos.

    É claro que os personagens nomeados mais especificamente são de Arton, o mundo de Tormenta, que serve de cenário base para as linhas Tormenta e 3D&T há anos; no caso de Tormenta, nos mais variados sistemas de RPG e em outras mídias inclusive.

    Antes de chegar no bestiário propriamente dito, o livro apresenta regras para o grupo combater monstros, ter monstros como aliados e extrair tesouros dos monstros vencidos, tanto em moedas de jogo, os Tibares de Arton, quanto em Pontos de Experiência, os XP, afinal, escama de dragão é melhor que aço, não é mesmo? As primeiras páginas também ensinam como escolher monstros balanceados para a pontuação do grupo de personagens jogadores.

    E aqui temos um ponto alto do livro: sim, você “precisa” de dois livros anteriores no mínimo para extrair o máximo que esse Manual dos Monstros tem a oferecer, mas ele é absurdamente didático e escrito para interessar e ser compreendido por quem nunca ouviu falar em 3D&T ou mesmo em RPG. Um ponto alto aliais de toda a linha de 3D&T e de Tormenta, ser porta de entrada para quem nunca jogou RPG. Ser formador de público.

    Os monstros estão divididos em categorias e para os que não tem o hábito de fazer uma leitura mais diagonal, fiquem calmos, a ficha do homem-peixe que comanda um caranguejo de guerra vai aparecer. Tudo fará sentido.

    Além das feras dos muitos folclores utilizados em todos os RPGs tem os monstros criados pelos próprios criadores de Tormenta ao longo dos anos e personagens bem específicos. Entre as grandes surpresas desse livro estão: a ficha oficial do Tarso, fichas de animais comuns, finalmente fichas oficiais de cavalos para 3D&T, novas vantagens únicas, novas magias, uma nova vantagem e fichas oficiais de 3D&T para a praga dos kobolds, que, para a alegria do bárbaro mais engraçado de Arton, virou uma vantagem única jogável. A editora é a Jambô.

Boas leituras, bons jogos, que os dados rolem sempre a seu favor e boas leituras!

Rodrigo Rosas Campos

segunda-feira, 3 de abril de 2023

Garimpando em Gibiterias Especial de Futebol: Pelota, A Série de Quadrinhos Sobre Futebol de Daniel Esteves e Incríveis Desenhistas Em Seus Três Campeonatos,…, Digo, Edições

    O mercado de quadrinhos no Brasil é muito fraco, sejamos honestos. Lá fora, grandes obras permanecem em catálogo permanente tal como livros clássicos. Os editores de quadrinhos nacionais são bem imediatistas e até mesmo obras como Fradim, Watchmen, Piratas do Tietê e Maus ficam difíceis de encontrar de tempos em tempos. A série “Garimpando em Gibiterias” fala de quadrinhos que valem a pena “garimpar” em gibiterias, sebos, estoques antigos de livrarias virtuais, feiras de livros e, se a grana estiver muito curta, em bibliotecas públicas. Sim, existem quadrinhos em bibliotecas públicas, é só procurar.

    As bolas..., digo, as pedras garimpadas de hoje são Pelota #01, Pelota #02 e Pelota #03, todas da HQ em Foco e da  Zapata Edições. É engraçado como no Brasil, país do futebol, há poucos quadrinhos sobre futebol. Mesmo o Pelezinho, produzido e publicado pelo Maurício de Sousa e seu estúdio sob autorização do saudoso Pelé, nunca rendeu leitores fora das copas do mundo. Sabendo disso, Daniel Esteves criou, escreveu e ainda escreve uma série sobre futebol para ser lançada a cada copa, a série Pelota.


    As duas primeiras foram lançadas nos anos de copa de 2014 e 2018 no formato He-Man (de bolso). Elas tinham tabelas das respectivas copas. A de 2022 não veio com a tabela da copa, mas já chegou em formato paraguaio (americano reduzido). Neste Garimpo de gibis especial, falo das 3 edições de Pelota em uma única postagem. Interessante notar, que mesmo com uma periodicidade de 4 em 4 anos, a cada Copa do Mundo, Pelota tem uma turma de garotos como personagens recorrentes. Vamos a Cada uma delas:

    Pelota #01 foi de 2014, um ano de copa. Nesta edição, Daniel Esteves escreveu dois roteiros. O primeiro tempo…, digo, a primeira história é Cafusa, nome da bola na copa de 2014. Roteiro de Daniel Esteves, desenhos de Alex Rodrigues e cores de Omar Viñole. Alisson chuta a bola longe e ela é furada por um portão de ferro. Lari improvisa uma bola de meia, mas o mesmo Alisson manda essa bola para o quintal do Fofo, um cachorro bravo que de fofo só tem o nome. Agora eles precisam chamar o João Vitor, um garoto que tem uma bola oficial, que não joga nada, mas que se acha um craque. Como essa partida…, digo, história termina? Aí é ler o gibi e correr para o abraço.

    O segundo tempo…, digo, a segunda história, Telstar, também é escrita por Daniel Esteves (o técnico da equipe) e tem arte de Al Stefano e Samuel Bono. Uma bola Telstar da copa de 1970 é roubada e em plena copa de 2014 no Brasil, jogadores da seleção de 1970 começam a ser sequestrados. Sim, é uma ficção de suspense policial com a participação (ficcional) dos craques de 1970. As duas histórias divertem, a primeira na base do humor e a segunda numa aventura de filme policial.

    Pelota #02 é de 2018. O time entrou compacto, mas a história teve dois tempos…, digo, duas partes. A copa de 2018 foi na Rússia, mas a turminha de garotos está de volta numa historinha que bate um bolão. Com roteiro de Daniel Esteves, arte de Pedro Okuyama e Samuel Bono.

    João Vitor tem as figurinhas que faltam para a turminha de Lari completar seus álbuns de copa. Ele está disposto a vender essas preciosidades, mas a turminha não tem o dinheiro do preço exorbitante que João Vitor está pedindo. Conversa vai, conversa vem, João Vitor decide apostar as figurinhas num jogo do time dele contra o time da turma da rua. O que ele não fala é que será apenas o técnico de sua equipe e que ele, o perna-de-pau, não jogará. Se o time de João Vitor perder, a turma leva as figurinhas que faltam, se o time de João Vitor ganhar, ele leva a camisa autografada do Sócrates do Marcinho, o carrinho de rolimã do Alisson e Lari terá que aceitá-lo no time da rua e deixar que ele defina as táticas da equipe. A turma aceitou a aposta? Sim. E é muito o que está em jogo. Uma história divertida, bem escrita e bem desenhada.

    Pelota #03 é de 2022. A primeira história é sobre Billy, um simpático vira-lata, que, ao invadir um campo de futebol e fazer um gol pelo Flamengo de Santa Bárbara, vira o mascote oficial do irmão pobre do grande clube carioca. Com desenhos de Samuel Bono.

    Eu Fiz Gol no Santos de Pelé narra a história de um ex-jogador de futebol que hoje é só um humilde sorveteiro de um grande estádio de futebol e tem como fregueses os simpáticos e conhecidos garotos. Ele alega ter feito os gols de honra de seu pequeno clube contra o poderoso Santos de Pelé. Desenhos de Ricardo Sousa e arte-final de Pedro Okuyama.

    A terceira história é O Dia Que Josué Entrar Em Campo, com desenhos de Kris Zullo e narra a melancólica história de um jogador com muito talento e nenhuma sorte. Pelota 3 lança luz sobre a maioria dos jogadores de futebol profissionais do Brasil, uma maioria que nunca chega aos grandes clubes, que não é exportada para a Europa e que vive vidas anônimas. Os textos de Daniel Esteves são fictícios, mas estão fortemente calcados na realidade do futebol brasileiro registrada na imprensa especializada ao longo dos anos.

    Enfim, a série Pelota é um excelente gol de placa dos quadrinhos nacionais!

Bons jogos, boas leituras!

Rodrigo Rosas Campos


[Resenha] Diário Macabro RPG Versão Beta

    Sim, isso é uma resenha de um RPG em fase beta. Descobri esse sistema ao consultar o site da editora do quadrinho Ink Madness . Diário ...