Na
sala de aula
Mery
Campos
Eu
estudei em escola publica durante toda minha vida, e quem estudou
também sabe que em semana de feriado, as escolas ficam as moscas. Dá
para contar nos dedos todos os alunos da escola inteira.
Nesse dia tinha cerca de 10 alunos na minha sala, na maioria meninas, e estava um certo friozinho de meio de ano. O professor disse que se a gente não exagerasse na bagunça, ele não passaria lição.
Um dos meninos disse:
-Vamos brincar de detetive pra hora passar rápido?
E alguém respondeu:
Nesse dia tinha cerca de 10 alunos na minha sala, na maioria meninas, e estava um certo friozinho de meio de ano. O professor disse que se a gente não exagerasse na bagunça, ele não passaria lição.
Um dos meninos disse:
-Vamos brincar de detetive pra hora passar rápido?
E alguém respondeu:
-Não!
Vamos brincar de contar história de terror!
Todos
aprovaram a ideia e começamos a discutir quem ia começar..
Uma amiga minha, que é meio exagerada, disse que ela queria começar e todos
formamos um circulo no fundo da sala.
-A minha vó ia muito pro centro de macumba- começou ela -E em uma dessas vezes ela me levou com ela, e uma mulher ficou possuída e começou a pedir cigarros, bebidas.. Aí gente eu fiquei com tanto medo! Aquelas imagens as danças.. eu não via a hora de ir embora.. Aí ela falou que eu vou morrer...
Todo mundo começou a rir, alguns disseram que ela estava mentindo, algumas meninas disseram que estavam com medo. Mas o jeito e o suspense que ela usava pra contar a história criou um certo clima tenso na sala.
Ela ficou brava e disse que se a gente não parasse ela não ia continuar. Nisso, meu professor se aproximou da gente e ria discretamente com a mão fechada na boca, como se estivesse tossindo.
Todo mundo se distraiu e a menina que estava contando a história, aproveitando a aproximação do professor, pediu pra ir no banheiro.
Ele fez uma cara de terror e disse:
Uma amiga minha, que é meio exagerada, disse que ela queria começar e todos
formamos um circulo no fundo da sala.
-A minha vó ia muito pro centro de macumba- começou ela -E em uma dessas vezes ela me levou com ela, e uma mulher ficou possuída e começou a pedir cigarros, bebidas.. Aí gente eu fiquei com tanto medo! Aquelas imagens as danças.. eu não via a hora de ir embora.. Aí ela falou que eu vou morrer...
Todo mundo começou a rir, alguns disseram que ela estava mentindo, algumas meninas disseram que estavam com medo. Mas o jeito e o suspense que ela usava pra contar a história criou um certo clima tenso na sala.
Ela ficou brava e disse que se a gente não parasse ela não ia continuar. Nisso, meu professor se aproximou da gente e ria discretamente com a mão fechada na boca, como se estivesse tossindo.
Todo mundo se distraiu e a menina que estava contando a história, aproveitando a aproximação do professor, pediu pra ir no banheiro.
Ele fez uma cara de terror e disse:
-Vai
lá, o demônio está te esperando pra te matar no banheiro junto com
a loira.
Ela fez uma cara de pavor e disse:
Ela fez uma cara de pavor e disse:
-Aí
credo prof.! Ave Maria!!
Todo mundo começou a rir e nos distraímos de novo. Alguns minutos depois, o professor disse:
Todo mundo começou a rir e nos distraímos de novo. Alguns minutos depois, o professor disse:
-Vai
lá que ele está subindo pra te pegar!"
Ele mal acabou de falar, bateram bem forte na porta 3 vezes.
Ele mal acabou de falar, bateram bem forte na porta 3 vezes.
Foi
uma gritaria só. Todo mundo se junto, quase um em cima do outro, até
o professor ficou meio cismado. Mas, como ninguém se ofereceu, ele
teve que ir abrir a porta.
Ele andou desconfiado, mas tentando mostrar pra gente o quanto estávamos sendo bobos de pensar que podia ser algo sobrenatural.
Quando ele abriu a porta, a professora de biologia estava lá parada e não entendeu porque todo mundo começou a rir. O professor também demonstrou algum alivio ao ver a professora e disse brincando:
-Nossa, como você bateu forte na porta! -e deu um sorriso.
Ela sem entender nada disse:
Ele andou desconfiado, mas tentando mostrar pra gente o quanto estávamos sendo bobos de pensar que podia ser algo sobrenatural.
Quando ele abriu a porta, a professora de biologia estava lá parada e não entendeu porque todo mundo começou a rir. O professor também demonstrou algum alivio ao ver a professora e disse brincando:
-Nossa, como você bateu forte na porta! -e deu um sorriso.
Ela sem entender nada disse:
-Mas
eu nem tinha batido na porta ainda...
Todo mundo que estava no fundão se olhou, e o professor vendo que o clima estava tenso de novo, mudou de assunto:
Todo mundo que estava no fundão se olhou, e o professor vendo que o clima estava tenso de novo, mudou de assunto:
-Você
queria alguma coisa?
E a professora:
E a professora:
-Ah,
sim! Me pediram pra avisar que todo mundo vai fazer o intervalo junto
hoje, é pra descer no primeiro sinal.
O professor afirmou com a cabeça, agradeceu o recado e caminhou em direção a sua mesa, na mesma hora em que a professora se virava e saia.
Perguntaram se ele não ia fechar a porta e se queixaram do frio, mas o professor disse que era melhor deixar assim. E voltou a fazer o que estavam fazendo antes de se juntar a nós.
No fundo da sala, todos falavam ao mesmo tempo, do que tinha acontecido e a menina que tinha pedido para ir ao banheiro, disse que só ia quando tivesse mais gente lá.
Por causa do clima de terror, decidimos brincar do jogo do compasso. Melhor dizer, eles decidiram, eu fui lá na frente falar com o professor, porque já estava com medo e não queria me arriscar.
O professor estava corrigindo algumas provas, e quando eu me aproximei,
ele olhou desconfiado:
O professor afirmou com a cabeça, agradeceu o recado e caminhou em direção a sua mesa, na mesma hora em que a professora se virava e saia.
Perguntaram se ele não ia fechar a porta e se queixaram do frio, mas o professor disse que era melhor deixar assim. E voltou a fazer o que estavam fazendo antes de se juntar a nós.
No fundo da sala, todos falavam ao mesmo tempo, do que tinha acontecido e a menina que tinha pedido para ir ao banheiro, disse que só ia quando tivesse mais gente lá.
Por causa do clima de terror, decidimos brincar do jogo do compasso. Melhor dizer, eles decidiram, eu fui lá na frente falar com o professor, porque já estava com medo e não queria me arriscar.
O professor estava corrigindo algumas provas, e quando eu me aproximei,
ele olhou desconfiado:
-Ficou
com medo da historinha boba?
E
eu respondi:
-Eu
não, sei que essas coisas não existem. - e ri porque não
conseguia enganar nem a mim mesma.
-Não foi a professora que bateu na porta... - disse ele, como se estivesse me contando um segredo.
-Não foi a professora que bateu na porta... - disse ele, como se estivesse me contando um segredo.
-Eu
sei... -respondi com os olhos arregalados.
Ele
percebeu que eu estava com medo e mudou de assunto.
Começamos a falar de notas, datas de provas, da matéria. E, as vezes ficávamos distraídos, por causa das risadas ou discursões no fundo da sala.
O professor ficou com a gente, todas as aulas desse dia, porque ele era nosso coordenador. E ia ter reunião de pais.
O clima ficou menos tenso, e agora na sala, tudo estava sendo levado na brincadeira, todos já havia esquecido o que tinha acontecido e as risadas e protestos quando desconfiavam que alguém estava empurrando o compasso.
O tempo passou rápido, e o sinal do intervalo tocou. Todo mundo ficou alegre, e andou em direção à porta. Quando estávamos a uns três passos da porta, ela bateu com tudo se fechando e fazendo um barulhão.
A gritaria tomou conta do lugar de novo, eu me encolhi perto da mesa onde estava sentada antes, e o professor ficou mudo.
Todo mundo gritava e falava ao mesmo tempo, mas ninguém queria chegar perto da porta e abrir.
O professor começou a ficar nervoso e dizia:
Começamos a falar de notas, datas de provas, da matéria. E, as vezes ficávamos distraídos, por causa das risadas ou discursões no fundo da sala.
O professor ficou com a gente, todas as aulas desse dia, porque ele era nosso coordenador. E ia ter reunião de pais.
O clima ficou menos tenso, e agora na sala, tudo estava sendo levado na brincadeira, todos já havia esquecido o que tinha acontecido e as risadas e protestos quando desconfiavam que alguém estava empurrando o compasso.
O tempo passou rápido, e o sinal do intervalo tocou. Todo mundo ficou alegre, e andou em direção à porta. Quando estávamos a uns três passos da porta, ela bateu com tudo se fechando e fazendo um barulhão.
A gritaria tomou conta do lugar de novo, eu me encolhi perto da mesa onde estava sentada antes, e o professor ficou mudo.
Todo mundo gritava e falava ao mesmo tempo, mas ninguém queria chegar perto da porta e abrir.
O professor começou a ficar nervoso e dizia:
-Foi
só o vento! Fiquem quietos!
Mas
ele também não estava convencido disso. Não tinha vento nenhum.
Ele passou por todos e foi em direção à porta para abrir, mas a
porta parecia trancada.
-Deve ter emperrado.
-Deve ter emperrado.
Novos
gritos em resposta ao que o professor tinha dito. Soltaram alguns:
"Eles vão nos matar!!"
-Parem com isso! -disse o professor já bastante irritado e sem sucesso com a porta foi até a janela para chamar alguém.
Atrás das cortinas, não se via nada, só uma neblina que o frio causara naquela manhã. Mas o estranho é que o pátio parecia estar vazio.
Eu me levantei e sentei na cadeira onde estava antes. E duas amigas minhas se sentaram comigo e sem conversar, ficamos juntas esperando por uma solução.
Alguns garotos junto com o professor, ainda tentavam abrir a porta, porém sem conseguir nem girar a maçaneta. Outros se sentaram um pouco distantes e diziam que aquilo não podia estar acontecendo.
De repente a menina do banheiro gritou e assustou todo mundo.
-Parem com isso! -disse o professor já bastante irritado e sem sucesso com a porta foi até a janela para chamar alguém.
Atrás das cortinas, não se via nada, só uma neblina que o frio causara naquela manhã. Mas o estranho é que o pátio parecia estar vazio.
Eu me levantei e sentei na cadeira onde estava antes. E duas amigas minhas se sentaram comigo e sem conversar, ficamos juntas esperando por uma solução.
Alguns garotos junto com o professor, ainda tentavam abrir a porta, porém sem conseguir nem girar a maçaneta. Outros se sentaram um pouco distantes e diziam que aquilo não podia estar acontecendo.
De repente a menina do banheiro gritou e assustou todo mundo.
-O
que foi sua louca!?? -alguns perguntaram irritados.
Mas ela nem olhou quem falava, ela não conseguia tirar os olhos do que quer que a tivesse feito gritar.
Então, aos poucos, fomos virando a cabeça em direção a janela que ela estava olhando e ficamos paralisados de medo.
Apesar da cortina, dava pra ver claramente que alguém engatinhava na janela pelo lado de fora, e ninguém, incluindo o professor conseguia nem sequer falar.
Parecia que a figura do lado de fora, procura uma brechinha para olhar para dentro, ou para entrar. Ao pensar nisso senti meu corpo inteiro tremer, e sai de onde estava indo para perto do meu professor que era a figura de proteção que eu tinha naquele momento.
Ninguém conseguia tirar os olhos da janela, ou melhor, daquilo que se arrastava nela. E mesmo sem ter ideia do que era, sabíamos que não era algo normal. Como alguém normal engatinha na parede?
Nesse instante, a coisa que estava do lado de fora, engatinhou bem rápido em direção a laje da escola. Todo mundo se olhou e alguns começaram a chorar e rezar.
O professor correu para a porta e tentou a todo custo abrir, mas não conseguia. Ele se encostou na parece e escorregou até o chão, sentando com as mãos na cabeça. Alguns alunos formavam um grupo no fundo da sala.
-E se a gente rezasse? As vezes resolve se a gente rezar junto! -disse um dos garotos.
Mas ela nem olhou quem falava, ela não conseguia tirar os olhos do que quer que a tivesse feito gritar.
Então, aos poucos, fomos virando a cabeça em direção a janela que ela estava olhando e ficamos paralisados de medo.
Apesar da cortina, dava pra ver claramente que alguém engatinhava na janela pelo lado de fora, e ninguém, incluindo o professor conseguia nem sequer falar.
Parecia que a figura do lado de fora, procura uma brechinha para olhar para dentro, ou para entrar. Ao pensar nisso senti meu corpo inteiro tremer, e sai de onde estava indo para perto do meu professor que era a figura de proteção que eu tinha naquele momento.
Ninguém conseguia tirar os olhos da janela, ou melhor, daquilo que se arrastava nela. E mesmo sem ter ideia do que era, sabíamos que não era algo normal. Como alguém normal engatinha na parede?
Nesse instante, a coisa que estava do lado de fora, engatinhou bem rápido em direção a laje da escola. Todo mundo se olhou e alguns começaram a chorar e rezar.
O professor correu para a porta e tentou a todo custo abrir, mas não conseguia. Ele se encostou na parece e escorregou até o chão, sentando com as mãos na cabeça. Alguns alunos formavam um grupo no fundo da sala.
-E se a gente rezasse? As vezes resolve se a gente rezar junto! -disse um dos garotos.
Parecia
uma ideia boa, levando em consideração que ninguém sabia do que se
tratava. Formamos um circulo onde estávamos e começamos a rezar
juntos.
O professor continuava com as mãos na cabeça, sentado perto da porta. De repente, a mesa dele começou a bater no chão com força, e os papeis que estavam em cima, começaram a voar. Ele olhou com os olhos arregalados. E nós que estávamos rezando começamos a gritar e chorar, pedindo "pelo amor de Deus" para que aquilo nos deixasse em paz.
O professor ficou em pé e gritou pra o que quer que fosse voltar pro inferno. Antes mesmo que ele terminasse a frase, a mesa foi lançada em direção a ele.
O professor continuava com as mãos na cabeça, sentado perto da porta. De repente, a mesa dele começou a bater no chão com força, e os papeis que estavam em cima, começaram a voar. Ele olhou com os olhos arregalados. E nós que estávamos rezando começamos a gritar e chorar, pedindo "pelo amor de Deus" para que aquilo nos deixasse em paz.
O professor ficou em pé e gritou pra o que quer que fosse voltar pro inferno. Antes mesmo que ele terminasse a frase, a mesa foi lançada em direção a ele.
O
professor teve tempo apenas de se jogar para frente, antes que a mesa
batesse forte na porta, e virasse caindo no chão.
Corremos em direção ao professor para ver se ele estava bem, e ele nos olhou como se não nos conhecesse e lagrimas subiram aos seus olhos, mas ele segurou para não mostrar sua fraqueza.
-O que esta acontecendo aqui? Por que isso está acontecendo aqui? Com a gente? –os meninos o colocaram numa cadeira.
Eu comecei a chorar e sentei perto de onde todos estavam se sentando e uma das meninas sentou no chão com as mãos em volta dos joelhos e fazia um movimento continuo pra frente e pra trás olhando o chão como se estivesse hipnotizada.
-Bem que minha mãe disse que hoje eu não precisava vir pra escola...
Corremos em direção ao professor para ver se ele estava bem, e ele nos olhou como se não nos conhecesse e lagrimas subiram aos seus olhos, mas ele segurou para não mostrar sua fraqueza.
-O que esta acontecendo aqui? Por que isso está acontecendo aqui? Com a gente? –os meninos o colocaram numa cadeira.
Eu comecei a chorar e sentei perto de onde todos estavam se sentando e uma das meninas sentou no chão com as mãos em volta dos joelhos e fazia um movimento continuo pra frente e pra trás olhando o chão como se estivesse hipnotizada.
-Bem que minha mãe disse que hoje eu não precisava vir pra escola...
-Essa
merda é mal assombrada! -disse um dos meninos.
-Agora
é tarde pra pensar nisso! A gente precisa arrumar um jeito de sair
daqui! -disse o professor que estava se levantando e olhando ao redor
como se estivesse procurando algo para usar como arma.
Silencio. Depois que o professor falou ninguém mais tinha vontade de falar nada, e o silencio parecia sufocante naquela situação de medo.
Por que aquilo estava acontecendo? Não era dia das bruxas e ninguém ali tinha feito algo que pudesse ser considerado grave, ou havia...?
Batidas na janela interromperam meus pensamentos e novos gritos se espalharam pela sala. Olhamos para a janela com medo e esperando o pior, mas as batidas pararam e tudo que vimos foi a sombra de uma mão e uma cabeça como se alguém estivesse nos observando e quando descoberto se escondesse na lateral.
O professor já havia desistido de acalmar a sala, e também não tinha mais força pra acalmar alguém sem uma boa explicação para aquilo.
-Vou tentar a porta de novo! -disse um dos alunos, ele olhou com esperança, mas não se moveu. -Droga! Ainda esta trancada!
-Você não usou força suficiente! -resmungou o outro que estava perto. -e, sem sucesso, também tentou, mas não fez a porta nem tremer. -Que droga! Ainda estamos presos!
-E agora? O que vamos fazer?" disse um dos meninos que tinha tentado abrir a porta primeiro.
-Vamos ficar juntos e esperar alguém vir ajudar a gente. -disse o professor, com um certo tom de confiança na voz.
-Precisamos pensar como tudo isso começou. -continuou ele e olhou em volta esperando que alguém desse sua opinião.
-Talvez, se a gente descobrir como tudo isso começou a gente possa por um fim nessa merda toda.. -disse ele olhando em volta e fazendo círculos com as mãos. Ninguém abriu a boca, mas todos concordavam com ele.
De repente um frio tomou conta da sala, e todos se juntaram para tentar se proteger. Eu fiquei toda encolhida com os braços em torno de minhas pernas e respirando fundo querendo muito acordar daquele pesadelo.
-Mas que inferno! -gritou um dos garotos -Nos deixe em paz! –e jogou uma cadeira na janela. A janela quebrou por causa dos pés da cadeira e um vento muito forte levantou as cortinas. Antes que os cacos fossem muito longe eles voltaram em direção a janela e entraram na sala se lançando contra a gente.
Foi horrível! Alguns se cortaram, outros se esconderam, mas, acabaram com hematomas, enfim, mais gritos e choros. Mas e o garoto? Ele continuava de pé em frente a janela, sem se mover. O vento ainda balançava as cortinas, fazendo entrar um frio tolerável na sala que antes parecia uma geladeira. Era impossível que nenhum estilhaço o tivesse acertado, pensando nisso, o professor se aproximou e tocou seu ombro:
Silencio. Depois que o professor falou ninguém mais tinha vontade de falar nada, e o silencio parecia sufocante naquela situação de medo.
Por que aquilo estava acontecendo? Não era dia das bruxas e ninguém ali tinha feito algo que pudesse ser considerado grave, ou havia...?
Batidas na janela interromperam meus pensamentos e novos gritos se espalharam pela sala. Olhamos para a janela com medo e esperando o pior, mas as batidas pararam e tudo que vimos foi a sombra de uma mão e uma cabeça como se alguém estivesse nos observando e quando descoberto se escondesse na lateral.
O professor já havia desistido de acalmar a sala, e também não tinha mais força pra acalmar alguém sem uma boa explicação para aquilo.
-Vou tentar a porta de novo! -disse um dos alunos, ele olhou com esperança, mas não se moveu. -Droga! Ainda esta trancada!
-Você não usou força suficiente! -resmungou o outro que estava perto. -e, sem sucesso, também tentou, mas não fez a porta nem tremer. -Que droga! Ainda estamos presos!
-E agora? O que vamos fazer?" disse um dos meninos que tinha tentado abrir a porta primeiro.
-Vamos ficar juntos e esperar alguém vir ajudar a gente. -disse o professor, com um certo tom de confiança na voz.
-Precisamos pensar como tudo isso começou. -continuou ele e olhou em volta esperando que alguém desse sua opinião.
-Talvez, se a gente descobrir como tudo isso começou a gente possa por um fim nessa merda toda.. -disse ele olhando em volta e fazendo círculos com as mãos. Ninguém abriu a boca, mas todos concordavam com ele.
De repente um frio tomou conta da sala, e todos se juntaram para tentar se proteger. Eu fiquei toda encolhida com os braços em torno de minhas pernas e respirando fundo querendo muito acordar daquele pesadelo.
-Mas que inferno! -gritou um dos garotos -Nos deixe em paz! –e jogou uma cadeira na janela. A janela quebrou por causa dos pés da cadeira e um vento muito forte levantou as cortinas. Antes que os cacos fossem muito longe eles voltaram em direção a janela e entraram na sala se lançando contra a gente.
Foi horrível! Alguns se cortaram, outros se esconderam, mas, acabaram com hematomas, enfim, mais gritos e choros. Mas e o garoto? Ele continuava de pé em frente a janela, sem se mover. O vento ainda balançava as cortinas, fazendo entrar um frio tolerável na sala que antes parecia uma geladeira. Era impossível que nenhum estilhaço o tivesse acertado, pensando nisso, o professor se aproximou e tocou seu ombro:
-Você
esta be..."
Antes que ele terminasse a frase a cabeça do garoto e outros pedaços foram se soltando até formar uma pilha de carne no meio da sala. Todos se afastaram se jogando contra a parede. E gritos de puro pânico acompanhados de choros seguiram os movimentos bruscos de cada um.
Uma das meninas desmaiou, mas ninguém se importava com isso, cada um queria salvar a própria pele e não havia tempo para atos de heroísmo.
Antes que ele terminasse a frase a cabeça do garoto e outros pedaços foram se soltando até formar uma pilha de carne no meio da sala. Todos se afastaram se jogando contra a parede. E gritos de puro pânico acompanhados de choros seguiram os movimentos bruscos de cada um.
Uma das meninas desmaiou, mas ninguém se importava com isso, cada um queria salvar a própria pele e não havia tempo para atos de heroísmo.
Por
instinto, sentamos todos juntos no fundo da sala. Os garotos e o
professor formavam um meio circulo em torno das meninas e isso nos
deu algum conforto durante um tempo.
O estresse, o medo e o cansaço, me derrubaram, e eu adormeci por um tempo. Não sei dizer se por minutos ou horas, eu adormeci e tive sonhos horríveis de monstros que quebravam janelas e matavam meus amigos.
Devo ter falado durante o sono, pois acordei com meu professor me sacudindo e meus amigos me olhando como se eu estivesse louca.
-Calma menina! Você não precisa se entregar pra ninguém! Nós vamos conseguir sair daqui! -dizia ele com os olhos vermelhos por raiva ou sono.
Eu olhei em volta e percebi que já era noite. Que estranho! Parecia que eu tinha acabado de fechar os olhos.
Eu estava com fome. Mas todos deviam estar. Lembrei que tinha chocolate na mochila. Alguns bombons que minha mãe fazia e eu tinha levado para vender na escola.
Levantei, sendo observada por todo mundo e quando fui sair do circulo, meu professor pegou meu braço. Olhei pra ele com uma interrogação nos olhos. E ele perguntou o que eu pensava estar fazendo.
-Preciso pegar minha mochila, tem chocolate lá dentro e acho que todo mundo
aqui esta com fome... -eles se olharam, mas não dava pra negar
-Pronto! Agora ela vai se aproveitar da situação pra vender!
Eu olhei a menina que disse isso, mas não pensei em responder.
-Se esse fosse o caso, você deveria pagar adiantado. Não gosto de calote! -e ela fez um gesto com a mão que eu ignorei.
Foi quando eu percebi que ha algumas horas não acontecia nada. Mas a poça de sangue com os pedaços do garoto no meio da sala nos mostrava que era melhor não desafiar o desconhecido. Peguei minha mochila e levei para meu lugar no meio do circulo.
Eu distribuí os bombons um para cada e sobram seis. Achei melhor guardar, pois não sabia quanto tempo mais isso ia durar. Eu olhei meu bombom indecisa, pensando se dada a situação eu não ia por pra fora. Mas eu estava com fome e precisava comer ou não ia aguentar muito tempo.
Percebi que outros alunos haviam dormido também, menos meu professor, que estava parecendo um zumbi, com os olhos vermelhos e meio desarrumado. Era estranho ver ele assim.
De repente uma luz muito clara chamou a atenção de todo mundo que olhou para a janela com as cortinas um pouco rasgadas. E um barulho de muitas vozes rindo e conversando -algumas até cantando- foram ouvidas na sala.
Nos encolhemos de novo esperando pelo pior. Fez-se silencio.
E, como se nada tivesse acontecido, a porta se abriu.
Ficamos todos onde estávamos, novamente esperando pelo monstro que estava na janela há algumas horas. Mas nada aconteceu.
Passaram-se alguns minutos e o professor decidiu que era hora de tomar uma atitude, ele se levantou e caminhou devagar até a porta acompanhado por dois garotos.
Eu não queria sair de onde estava. Eu não queria que eles tivessem saído. Alguma coisa dentro de mim dizia que isso era só uma armadilha.
O Professor já tinha chegado à porta, espiou olhou para os garotos e disse:
-Acho que não tem mais nada aqui! -olhou para a gente que ainda estava no fundo da sala e nos chamou com um gesto da mão, mas pedindo silencio.
Isso era irônico! O que quer que estivesse fazendo isso, sabia exatamente onde nós estávamos e o que estávamos fazendo. Podíamos sair cantando e dançando ou nos rastejando em silencio, isso não fazia nenhuma diferença em minha opinião.
Coloquei minha mochila nas costas e fui pra perto da porta junto com todos que estavam no fundo da sala. Começou uma discursão boba sobre quem iria à frente e quem iria atrás, todos queriam a sensação de proteção de estar no meio do grupo.
Ficou decidido que o Professor e um garoto iriam à frente e dois garotos iriam atrás. Todas as meninas, eu inclusive iriamos no meio, então tentei ficar sempre atrás do Professor, que apesar de estar tão detonado ainda era a minha visão de proteção.
Andamos devagar até perto da escada. Cerca de oito ou nove passos depois da sala que estávamos as portas começaram a bater, todas. Batiam, abriam e batiam de novo com muita força.
Não dá pra explicar a correria que se seguiu. Eu agarrei a blusa do meu professor que me abraçou branco como cera. Alguns alunos desceram a escada correndo, outros se encolheram onde estavam, e gritos, muitos gritos e choro por toda parte.
Sem me soltar, meu professor chamou os três alunos que tinham ficado e começamos a descer a escada para o pátio.
Não tinha ninguém. Apenas sangue. Muito sangue espalhado pelas paredes, chão e teto. Nenhum sinal dos alunos que desceram correndo antes da gente.
Eu estava tão agarrada no meu professor que não percebi que tinha arranhado ele. Ele também não pareceu notar. Estava em choque.
Estávamos acabados. Reduzidos a cinco frangeis seres humanos contra algo que nenhuma ciência poderia explicar.
Ficamos em silêncio olhando o terror à nossa frente sem poder acreditar que havíamos provocado aquilo de alguma forma. Ninguém falou.
De repente um relincho e o suave trotar de um cavalo que parecia estar longe. Nos encaramos e olhamos o portão.” Um cavalo!?” Era a pergunta visível na face de
cada um ali.
O portão da garagem dos professores que dava para o pátio se escancarou e vimos o que temíamos: dois cavalos enormes, pretos, com olhos incandescentes a crina voava como se estivesse em chamas. Eles puxavam uma carruagem, também preta, e o cocheiro era um homem tão magro que parecia uma caveira os olhos brancos.
Eu gelei, fechei os olhos e desejei que Deus tivesse piedade de mim, perdoasse meus pecados e me permitisse morrer rápido, já que isso parecia inevitável.
Abri os olhos e lagrimas silenciosa começaram a rolar. Percebi, pelo canto dos olhos que os três garotos que estavam com a gente moviam-se lentamente em direção à escada. Olhei para o meu professor e ele parecia hipnotizado pelos cavalos.
Pensei: “por que eles ainda não nos atacaram? Droga!”
Nesse momento o cocheiro bateu de leve com as rédeas nos cavalos que bufaram e voltaram a trotar na nossa direção. Meu professor não saiu do lugar e eu fiquei apavorada.
Gritos vieram do andar de cima e eu sabia que meus amigos tinham morrido. Isso de alguma forma me deu forças. Eu segurei o braço direito do meu professor e comecei a
puxar ele escada acima. Ele meio que despertou e começou a correr comigo.
Ao chegar ao andar de cima, vimos a minha sala aberta, mas três "pessoas" que usavam mantos escuros até os pés e flutuavam no corredor nos intimidaram de continuar.
Os cavalos tinham chegado à escada, tínhamos que escolher o que iriamos enfrentar: o cocheiro do inferno ou os fantasmas?
Os fantasmas pareciam piada perto dos cavalos. Corremos em direção à sala, entramos e fechamos a porta.
Estava um caos. Uma bagunça enorme. Cadeiras e mesas jogadas umas em cima das outras, muito sangue marcas de mãos nos tetos e paredes e, estranhamente quente.
Ouvimos muitas vozes na sala. Risadas, conversas, musiquinhas, palavrões... Ouvimos de tudo e tudo ao mesmo tempo.
Corremos para o fundo da sala e nos agachamos, eu coloquei a cabeça no peito dele e fechei os olhos. Ainda estava chorando.
Ele olhava em volta e parecia procurar uma forma de escapar. Eu já esperava meu fim.
As janelas e a porta começaram a tremer violentamente e as vozes ficaram mais altas. Por trás disso tudo eu ouvia uma buzina tocar, parecia o sino da escola.
Senti meu professor colocando as mãos no meu ombro e me balançando devagar, como se estivesse me chamando. Abri os olhos e tudo tinha mudado. Eu estava na sala de aula e tudo estava normal. Como eu ainda chorava então ele disse:
-Acorda menina, o sinal tocou!
Olhei em volta e vi meus amigos. Coloquei os pés na cadeira os braços em volta dos joelhos e a cabeça nos braços e gritei:
-Me deixem em paz! Vocês estão mortos! -eles riram. Levantei a cabeça e pensei em gritar. Eu estava a ponto de grita, mas percebi que meus amigos estavam olhando pra mim como se eu fosse louca:
-Calma, foi só um sonho! -disse uma das meninas rindo. Eu não podia acreditar. -Você fala dormindo! -todos riram.
Olhei o jeito que eles estavam. Bem e inteiros. Eu devia estar exagerando. Talvez tivesse sido só um sonho.
Mas tinha sido tão real. "Foi só um sonho!" eu pensei. "Esquece isso!" Me levante, sorri forçado e comecei à caminhar em direção a porta. O clima estava calmo, todos andavam perto de mim.
Eu percebi que tinha sido uma boba.
De repente a porta bateu fazendo um barulhão. Eu me encolhi...
O estresse, o medo e o cansaço, me derrubaram, e eu adormeci por um tempo. Não sei dizer se por minutos ou horas, eu adormeci e tive sonhos horríveis de monstros que quebravam janelas e matavam meus amigos.
Devo ter falado durante o sono, pois acordei com meu professor me sacudindo e meus amigos me olhando como se eu estivesse louca.
-Calma menina! Você não precisa se entregar pra ninguém! Nós vamos conseguir sair daqui! -dizia ele com os olhos vermelhos por raiva ou sono.
Eu olhei em volta e percebi que já era noite. Que estranho! Parecia que eu tinha acabado de fechar os olhos.
Eu estava com fome. Mas todos deviam estar. Lembrei que tinha chocolate na mochila. Alguns bombons que minha mãe fazia e eu tinha levado para vender na escola.
Levantei, sendo observada por todo mundo e quando fui sair do circulo, meu professor pegou meu braço. Olhei pra ele com uma interrogação nos olhos. E ele perguntou o que eu pensava estar fazendo.
-Preciso pegar minha mochila, tem chocolate lá dentro e acho que todo mundo
aqui esta com fome... -eles se olharam, mas não dava pra negar
-Pronto! Agora ela vai se aproveitar da situação pra vender!
Eu olhei a menina que disse isso, mas não pensei em responder.
-Se esse fosse o caso, você deveria pagar adiantado. Não gosto de calote! -e ela fez um gesto com a mão que eu ignorei.
Foi quando eu percebi que ha algumas horas não acontecia nada. Mas a poça de sangue com os pedaços do garoto no meio da sala nos mostrava que era melhor não desafiar o desconhecido. Peguei minha mochila e levei para meu lugar no meio do circulo.
Eu distribuí os bombons um para cada e sobram seis. Achei melhor guardar, pois não sabia quanto tempo mais isso ia durar. Eu olhei meu bombom indecisa, pensando se dada a situação eu não ia por pra fora. Mas eu estava com fome e precisava comer ou não ia aguentar muito tempo.
Percebi que outros alunos haviam dormido também, menos meu professor, que estava parecendo um zumbi, com os olhos vermelhos e meio desarrumado. Era estranho ver ele assim.
De repente uma luz muito clara chamou a atenção de todo mundo que olhou para a janela com as cortinas um pouco rasgadas. E um barulho de muitas vozes rindo e conversando -algumas até cantando- foram ouvidas na sala.
Nos encolhemos de novo esperando pelo pior. Fez-se silencio.
E, como se nada tivesse acontecido, a porta se abriu.
Ficamos todos onde estávamos, novamente esperando pelo monstro que estava na janela há algumas horas. Mas nada aconteceu.
Passaram-se alguns minutos e o professor decidiu que era hora de tomar uma atitude, ele se levantou e caminhou devagar até a porta acompanhado por dois garotos.
Eu não queria sair de onde estava. Eu não queria que eles tivessem saído. Alguma coisa dentro de mim dizia que isso era só uma armadilha.
O Professor já tinha chegado à porta, espiou olhou para os garotos e disse:
-Acho que não tem mais nada aqui! -olhou para a gente que ainda estava no fundo da sala e nos chamou com um gesto da mão, mas pedindo silencio.
Isso era irônico! O que quer que estivesse fazendo isso, sabia exatamente onde nós estávamos e o que estávamos fazendo. Podíamos sair cantando e dançando ou nos rastejando em silencio, isso não fazia nenhuma diferença em minha opinião.
Coloquei minha mochila nas costas e fui pra perto da porta junto com todos que estavam no fundo da sala. Começou uma discursão boba sobre quem iria à frente e quem iria atrás, todos queriam a sensação de proteção de estar no meio do grupo.
Ficou decidido que o Professor e um garoto iriam à frente e dois garotos iriam atrás. Todas as meninas, eu inclusive iriamos no meio, então tentei ficar sempre atrás do Professor, que apesar de estar tão detonado ainda era a minha visão de proteção.
Andamos devagar até perto da escada. Cerca de oito ou nove passos depois da sala que estávamos as portas começaram a bater, todas. Batiam, abriam e batiam de novo com muita força.
Não dá pra explicar a correria que se seguiu. Eu agarrei a blusa do meu professor que me abraçou branco como cera. Alguns alunos desceram a escada correndo, outros se encolheram onde estavam, e gritos, muitos gritos e choro por toda parte.
Sem me soltar, meu professor chamou os três alunos que tinham ficado e começamos a descer a escada para o pátio.
Não tinha ninguém. Apenas sangue. Muito sangue espalhado pelas paredes, chão e teto. Nenhum sinal dos alunos que desceram correndo antes da gente.
Eu estava tão agarrada no meu professor que não percebi que tinha arranhado ele. Ele também não pareceu notar. Estava em choque.
Estávamos acabados. Reduzidos a cinco frangeis seres humanos contra algo que nenhuma ciência poderia explicar.
Ficamos em silêncio olhando o terror à nossa frente sem poder acreditar que havíamos provocado aquilo de alguma forma. Ninguém falou.
De repente um relincho e o suave trotar de um cavalo que parecia estar longe. Nos encaramos e olhamos o portão.” Um cavalo!?” Era a pergunta visível na face de
cada um ali.
O portão da garagem dos professores que dava para o pátio se escancarou e vimos o que temíamos: dois cavalos enormes, pretos, com olhos incandescentes a crina voava como se estivesse em chamas. Eles puxavam uma carruagem, também preta, e o cocheiro era um homem tão magro que parecia uma caveira os olhos brancos.
Eu gelei, fechei os olhos e desejei que Deus tivesse piedade de mim, perdoasse meus pecados e me permitisse morrer rápido, já que isso parecia inevitável.
Abri os olhos e lagrimas silenciosa começaram a rolar. Percebi, pelo canto dos olhos que os três garotos que estavam com a gente moviam-se lentamente em direção à escada. Olhei para o meu professor e ele parecia hipnotizado pelos cavalos.
Pensei: “por que eles ainda não nos atacaram? Droga!”
Nesse momento o cocheiro bateu de leve com as rédeas nos cavalos que bufaram e voltaram a trotar na nossa direção. Meu professor não saiu do lugar e eu fiquei apavorada.
Gritos vieram do andar de cima e eu sabia que meus amigos tinham morrido. Isso de alguma forma me deu forças. Eu segurei o braço direito do meu professor e comecei a
puxar ele escada acima. Ele meio que despertou e começou a correr comigo.
Ao chegar ao andar de cima, vimos a minha sala aberta, mas três "pessoas" que usavam mantos escuros até os pés e flutuavam no corredor nos intimidaram de continuar.
Os cavalos tinham chegado à escada, tínhamos que escolher o que iriamos enfrentar: o cocheiro do inferno ou os fantasmas?
Os fantasmas pareciam piada perto dos cavalos. Corremos em direção à sala, entramos e fechamos a porta.
Estava um caos. Uma bagunça enorme. Cadeiras e mesas jogadas umas em cima das outras, muito sangue marcas de mãos nos tetos e paredes e, estranhamente quente.
Ouvimos muitas vozes na sala. Risadas, conversas, musiquinhas, palavrões... Ouvimos de tudo e tudo ao mesmo tempo.
Corremos para o fundo da sala e nos agachamos, eu coloquei a cabeça no peito dele e fechei os olhos. Ainda estava chorando.
Ele olhava em volta e parecia procurar uma forma de escapar. Eu já esperava meu fim.
As janelas e a porta começaram a tremer violentamente e as vozes ficaram mais altas. Por trás disso tudo eu ouvia uma buzina tocar, parecia o sino da escola.
Senti meu professor colocando as mãos no meu ombro e me balançando devagar, como se estivesse me chamando. Abri os olhos e tudo tinha mudado. Eu estava na sala de aula e tudo estava normal. Como eu ainda chorava então ele disse:
-Acorda menina, o sinal tocou!
Olhei em volta e vi meus amigos. Coloquei os pés na cadeira os braços em volta dos joelhos e a cabeça nos braços e gritei:
-Me deixem em paz! Vocês estão mortos! -eles riram. Levantei a cabeça e pensei em gritar. Eu estava a ponto de grita, mas percebi que meus amigos estavam olhando pra mim como se eu fosse louca:
-Calma, foi só um sonho! -disse uma das meninas rindo. Eu não podia acreditar. -Você fala dormindo! -todos riram.
Olhei o jeito que eles estavam. Bem e inteiros. Eu devia estar exagerando. Talvez tivesse sido só um sonho.
Mas tinha sido tão real. "Foi só um sonho!" eu pensei. "Esquece isso!" Me levante, sorri forçado e comecei à caminhar em direção a porta. O clima estava calmo, todos andavam perto de mim.
Eu percebi que tinha sido uma boba.
De repente a porta bateu fazendo um barulhão. Eu me encolhi...
Sensacional a história Mery , não queria ter estudado com vc kkk
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