- Desaconselhável para menores de 18 anos! -
Para os que não conhecem, Wild Cards é uma série de livros que conta a história de uma Terra paralela assolada pelo vírus alienígena Carta Selvagem. Esse vírus pode: matar os infectados na hora (dama de espadas); transformá-los em monstros (os coringas) ou, em raríssimos casos, transformá-los em super-humanos sem efeitos colaterais (os Ases).
O livro 6 mostra o senador Hartmann em plena campanha para presidente dos EUA em Atlanta, 1988. A situação é delicada, o preconceito racial contra negros e coringas é alto lá. Para piorar seu oponente mais forte é Leo Barnett, pastor que prega que o vírus Carta Selvagem é coisa do demônio e que os infectados devam ser caçados, presos e mortos em campos de concentração.
O sexto livro da série, ao contrário de seus antecessores, é bem dependente dos anteriores. É claro que apenas o primeiro volume traz o início de tudo, mas não é necessário o 2 para entender o 3; não é necessário o 3 para entender o 4; não é necessário o 4 para entender o 5. Já o livro 6 exige as leituras dos livros 1, 4 e 5. Exige mesmo! As referências feitas ao que aconteceu antes inexistem, ele parte de onde o quinto parou e vai que vai. Se você leu, leu, se não, leia. Dizer que o leitor será “espoilado” se ler o 6 antes dos anteriores não é uma verdade tão completa assim, pois, não entenderá nada mesmo! Só saberá de informações soltas e esparsas em diálogos, declarações e desmentidos e não saberá em quem confiar e até onde confiar, ao menos, não até o final.
Embora George R. R. Martin seja um dos autores da série, ele não escreveu o sexto, só editou. Para quem ainda não sabe, Wild Cards surgiu da romanceação de uma campanha de RPG; são vários escritores/cocriadores desse universo. Ás na Manga, especificamente, foi escrito por Melinda M. Snodgrass, Walton Simons, Victor Milan, Stephen Leigh e Walter Jon Williams.
O ponto negativo é que o livro 6 marca o início das interligações e referências que se convertem em pré-requisitos, ou seja, só quem leu os anteriores entenderá o atual e assim sucessivamente. Isso afasta leitores casuais e limita a criação de público novo, o que é uma pena. A série é boa! Bem que os editores poderiam providenciar resumos sobre o início do vírus carta selvagem, os eventos mais importantes antes de cada volume e fichas corridas dos personagens mais importantes de cada livro. Fica a dica para o Omelete, que agora cuida da série no Brasil! É o único livro da série, até agora, que trouxe créditos de encerramento com a lista dos personagens e seus respectivos criadores. O livro é ótimo, com personagens sensacionais, reviravoltas incríveis, muito riso culpado e humor ácido. Mas, nesse caso, ir além é dar spoiler e vou concluir esta resenha aqui.
MARTIN, George R. R. (editor e coautor). Wild Cards Livro 6: Ás Na Manga. Rio de Janeiro: Leya/Omelete, 2017.
Boas leituras!
Rodrigo Rosas Campos
P.S.: A série Cartas Selvagens já foi publicada no Brasil nos anos 1990 em suas adaptações para o sistema de RPG GURPS (módulo Supers) e os primeiros quadrinhos da Epic (aqui, pela editora Globo). As fichas de personagens de GURPS traziam as biografias dos personagens, eram spoilers dos livros. Originalmente, os quadrinhos foram uma única minissérie (em 4 partes) escrita pelos próprios autores dos livros e desenhadas por grandes artistas na época. Em tese, eles se passam entre o quinto e o sexto livro, mas seu conteúdo (até então inédito) é ignorado no sexto livro, o que o coloca na condição de não canônico (ou um universo paralelo). Apesar disso é uma excelente história em quadrinhos em quatro partes que introduz o universo de Cartas Selvagens do livro 1 ao 5.
Tags: super-heróis, romances mosaicos, distopia, RPG
O livro 6 mostra o senador Hartmann em plena campanha para presidente dos EUA em Atlanta, 1988. A situação é delicada, o preconceito racial contra negros e coringas é alto lá. Para piorar seu oponente mais forte é Leo Barnett, pastor que prega que o vírus Carta Selvagem é coisa do demônio e que os infectados devam ser caçados, presos e mortos em campos de concentração.
O sexto livro da série, ao contrário de seus antecessores, é bem dependente dos anteriores. É claro que apenas o primeiro volume traz o início de tudo, mas não é necessário o 2 para entender o 3; não é necessário o 3 para entender o 4; não é necessário o 4 para entender o 5. Já o livro 6 exige as leituras dos livros 1, 4 e 5. Exige mesmo! As referências feitas ao que aconteceu antes inexistem, ele parte de onde o quinto parou e vai que vai. Se você leu, leu, se não, leia. Dizer que o leitor será “espoilado” se ler o 6 antes dos anteriores não é uma verdade tão completa assim, pois, não entenderá nada mesmo! Só saberá de informações soltas e esparsas em diálogos, declarações e desmentidos e não saberá em quem confiar e até onde confiar, ao menos, não até o final.
Embora George R. R. Martin seja um dos autores da série, ele não escreveu o sexto, só editou. Para quem ainda não sabe, Wild Cards surgiu da romanceação de uma campanha de RPG; são vários escritores/cocriadores desse universo. Ás na Manga, especificamente, foi escrito por Melinda M. Snodgrass, Walton Simons, Victor Milan, Stephen Leigh e Walter Jon Williams.
O ponto negativo é que o livro 6 marca o início das interligações e referências que se convertem em pré-requisitos, ou seja, só quem leu os anteriores entenderá o atual e assim sucessivamente. Isso afasta leitores casuais e limita a criação de público novo, o que é uma pena. A série é boa! Bem que os editores poderiam providenciar resumos sobre o início do vírus carta selvagem, os eventos mais importantes antes de cada volume e fichas corridas dos personagens mais importantes de cada livro. Fica a dica para o Omelete, que agora cuida da série no Brasil! É o único livro da série, até agora, que trouxe créditos de encerramento com a lista dos personagens e seus respectivos criadores. O livro é ótimo, com personagens sensacionais, reviravoltas incríveis, muito riso culpado e humor ácido. Mas, nesse caso, ir além é dar spoiler e vou concluir esta resenha aqui.
MARTIN, George R. R. (editor e coautor). Wild Cards Livro 6: Ás Na Manga. Rio de Janeiro: Leya/Omelete, 2017.
Boas leituras!
Rodrigo Rosas Campos
P.S.: A série Cartas Selvagens já foi publicada no Brasil nos anos 1990 em suas adaptações para o sistema de RPG GURPS (módulo Supers) e os primeiros quadrinhos da Epic (aqui, pela editora Globo). As fichas de personagens de GURPS traziam as biografias dos personagens, eram spoilers dos livros. Originalmente, os quadrinhos foram uma única minissérie (em 4 partes) escrita pelos próprios autores dos livros e desenhadas por grandes artistas na época. Em tese, eles se passam entre o quinto e o sexto livro, mas seu conteúdo (até então inédito) é ignorado no sexto livro, o que o coloca na condição de não canônico (ou um universo paralelo). Apesar disso é uma excelente história em quadrinhos em quatro partes que introduz o universo de Cartas Selvagens do livro 1 ao 5.
Tags: super-heróis, romances mosaicos, distopia, RPG
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